DAERON TARGARYEN
A alvorada surgiu quando atravessavam uma planície de dura terra vermelha, cheia de rachaduras e fissuras. Visenya preparava-se para ordenar ao khalasar que montassem o acampamento quando os batedores voltaram a galope.
— Uma cidade, khaleesi. — Gritaram. — Uma cidade pálida como a lua e adorável como uma donzela. A uma hora de cavalgada, não mais.
— Mostrem-me — Pediu ela.
Quando a cidade surgiu à frente deles, com as muralhas e torres tremeluzindo, brancas, por trás de um véu de calor, parecia tão bela que Daeron estava certo de se tratar de uma miragem.
— Sabe que lugar pode ser este? — Perguntou ele a sor Jorah.
O cavaleiro exilado sacudiu a cabeça.
— Não, meu príncipe... Nunca viajei até tão longe para o leste.
As distantes muralhas brancas prometiam descanso e segurança, uma chance de cura e fortalecimento, e não havia nada que eles desejassem mais do que correr para elas. Mas, em vez disso, Visenya virou-se para os seus companheiros de sangue:
— Sangue do meu sangue, vão à nossa frente e investiguem o nome desta cidade e que tipo de recepção devemos esperar.
— Sim, khaleesi — Assentiu Roan.
Os cavalgadores não levaram muito tempo para voltar. Rakharo saltou do cavalo.
— Esta cidade está morta, khaleesi. Sem nome e sem deus, com os portões quebrados, e não mais do que vento e moscas se movendo pelas ruas.
Alys estremeceu ao lado de Daeron.
— Quando os deuses vão embora, os espíritos do mal banqueteiam-se à noite. É melhor evitar esses lugares.
— Você é uma mulher sábia, Alys. Mas não poderei seguir seu conselho. — Visenya esporeou o cavalo e indicou-lhes o caminho, trotando sob o arco estilhaçado de um antigo portão e avançando ao longo de uma rua silenciosa. Daeron, Jaehaerys, sor Jorah e os companheiros de sangue a seguiram, e depois, mais lentamente, Alys e o resto dos dothrakis.
Não era possível saber há quanto tempo a cidade estava deserta, mas as muralhas brancas, tão belas quando avistadas de longe, estavam rachadas e arruinadas quando vistas de perto. Lá dentro havia um labirinto de ruelas retorcidas. Os edifícios apertavam-se uns contra os outros, com fachadas sem janelas. Tudo era branco, como se o povo que aí vivera não conhecesse cores. Passaram por pilhas de entulho lavado pelo sol onde casas tinham ruído e em outros pontos viram as desbotadas cicatrizes do fogo.
Num lugar onde seis vielas se juntavam, Daeron passou por um pedestal vazio de mármore. Ao que parecia, os dothrakis já tinham visitado aquele local. Talvez a estátua que ali faltava estivesse entre os outros deuses roubados em Vaes Dothrak. Sobre seu ombro, Maelys silvou.
Acamparam em frente aos restos de um palácio devastado, numa praça varrida pelo vento, onde a erva-do-diabo crescia entre as pedras do pavimento. Visenya enviou homens para explorar as ruínas, mas pediu que Daeron e Jaehaerys ficassem ali com ela. Alguns foram com relutância, mas foram… Um velho cheio de cicatrizes voltou pouco tempo depois, saltando e sorrindo, com as mãos repletas de figos. Eram umas coisinhas pequenas e mirradas, mas o povo de Visenya atirou-se avidamente sobre eles, puxando-se e empurrando-se, enfiando a fruta na boca e mastigando em êxtase.
Outros exploradores regressaram com histórias sobre outras árvores frutíferas, escondidas atrás de portas fechadas em jardins secretos. Roan mostrou-lhes um pátio repleto de videiras retorcidas e minúsculas uvas verdes, e Jhogo descobriu um poço onde a água era pura e gelada. Mas também encontraram ossos, os crânios dos mortos por enterrar, embranquecidos e quebrados.
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𝑹𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑭 𝑫𝑹𝑨𝑮𝑶𝑵𝑺 • 𝒈𝒐𝒕 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏
Fanfiction"𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝒉𝒂𝒔 𝒕𝒉𝒓𝒆𝒆 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒔" Os Sete Reinos de Westeros acreditavam que a dinastia Targaryen havia chegado ao fim com a morte do Rei Louco e a tomada de Robert Baratheon ao Trono de Ferro. Mas os filhos legítimos do antigo rei...