- Com certeza tem bruxas na cidade – Nina dizia indo na frente.
- Tem bruxas aqui em casa você quis dizer né? – Perguntei sendo sarcástica – O que elas estariam fazendo aqui?
- Aqueles devem ser os símbolos mágicos delas – Nina dizia subindo os degraus da pequena escada e entrando na cozinha – Por isso elas vem aqui.
- Vocês acham que elas têm algo a ver com cidade? - Joseph perguntava entrando por ultimo na cozinha e fechando a porta.
- Pode ser que sim – Nina encostou-se pensativa na mesa – Talvez alguns livros sobre a fundação da cidade nos ajudem a descobrir.
- E onde vamos encontrá-los? - Perguntei olhando para Nina – Na biblioteca municipal?
- Talvez lá tenha algo sobre isso – Joseph disse olhando para a floresta pela janela da cozinha.
- Eu vou lá ver– Disse olhando para os dois.
- Posso ir junto- Joseph olhou na minha direção – Se você quiser.
Desde pequena eu sempre adorei livros. Lembro-me que antes de entrar na escola, eu passava horas na biblioteca dos meus pais folheando paginas e paginas de muitos livros. Quando comecei a ler, minha mãe toda semana me levava um livro novo e eu os lia com todo o coração. Joseph sabia o quanto eu adorava bibliotecas porque nelas eu me sentia em casa, mas eu gostava de ir sozinha para que as lembranças de meus pais pudessem invadir por completo minha cabeça.
- Bem... – Eu comecei a falar, mas ele me interrompeu.
- Não, melhor você ir sozinha. – Ele deu um sorriso doce. Retribui o sorriso e ele veio em minha direção segurando meu rosto com as duas mãos.
-Eu ainda estou aqui – Nina ergueu um braço o sacudindo.
- Desculpa – Joseph disse abaixando a cabeça e rindo baixinho, fiz o mesmo.
- Eu vou até lá – Eu disse por fim erguendo a cabeça e indo em direção a sala, subi rapidamente as escadas e entrei no quarto. Pensei em trocar de roupa, mas ao abrir a porta do closet levei a mão na testa percebendo que me esqueci de desfazer as malas.
- Eu arrumo isso – Me virei vendo Joseph parado bem atrás de mim.
- Eu me esqueci completamente disso – Entrei no closet me abaixando perto de uma mala e a abrindo rapidamente.
- Não se preocupe – Joseph encostou-se na porta e me encarou. Peguei uma blusa e uma pequena bolsa e logo me levantei, olhei para Joseph que sorria igual um bobo.
- O que foi? – Perguntei rindo da sua expressão.
- Mesmo não presenciando mais disso – Ele apontou para a blusa em minha mão – Você ainda insiste em pegar quando vai sair. – Ele sorriu. Olhei para blusa e sorri fechando os olhos.
- Tem razão, é que às vezes eu me esqueço. – Vampiros não sentem frio. Olhei pra ele me lembrando de quando eu ainda era humana e todas as tardes ia segurando uma blusa preta até a biblioteca para encontrá-lo. Abaixei-me novamente para guardar a blusa.
- Não – Ele veio em minha direção – Não guarde – Ele me levantou – Gosto de ver você assim, agindo como se nada tivesse mudado. – Ele passou a mão no meu rosto e pegou a bolsa que eu segurava junto à blusa, ele atravessou sua comprida alça por meu pescoço e sorriu. Ele se aproximou beijando minha testa de leve, descendo pela bochecha, até chegar a minha boca, o senti segurar minhas costas com uma mão e com a outra segurar de leve meus cabelos, envolvi meus braços em seu pescoço me entregando ao seu amor.
(...)
Estacionei o carro bem em frente à antiga biblioteca, ela era grande e tinha as paredes claras descascadas. Desci do carro e corri subindo uma porção de degraus até entrar pelas altas portas da biblioteca. O salão estava quase vazio, olhei ao lado da porta uma mulher sentada em frente a um velho computador digitando coisas sem parar, dei alguns passos a frente e em uma seqüência de mesas enfileiradas contei sete pessoas lendo tranquilamente seus livros, então olhei as varias estantes, todas carregas com livros de capas de todas as cores. – "Estou em casa" – Pensei indo em direção a primeira estante em busca dos livros sobre a história da cidade.
Andei de corredor em corredor olhando cautelosamente cada prateleira em busca dos livros. Nada.
- Precisa de ajuda? – Ouvi uma voz rouca atrás de mim, eu estava mesmo precisando. Virei-me rapidamente e minha respiração falhou. Era ele. O garoto da festa.
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Dividida
VampirgeschichtenDepois que me tornei uma vampira, meu plano era ficar com Joseph por toda a eternidade. Mas sabe quando o destino já tem um plano para você? O plano do destino para mim se chamava Austin. ...