Capítulo 15

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- Calma - A garota ergueu uma das mãos num movimento brusco, seus cabelos pretos ameaçaram cair de um coque mal feito no topo da cabeça, apenas sua franja se soltou. Ela usava roupas claras e tinha feições suaves, talvez tivesse uns 17 anos.

- Eu é quem pergunto quem é você - Recolhi novamente as minhas presas, ela não me parecia perigosa - O que está fazendo em minha casa? - Perguntei indo em sua direção, eu tinha que apagar a memória dela.

- Desculpa - Ela disse calmamente - Não sabia que vampiros tinha se mudado para cá. - Ela me lançou um olhar desconfiado. Ouvindo aquilo eu parei, ela não estava assustada pelo fato de eu ser uma vampira, além disso, falava de nós como se fosse algo comum para ela.

- Você sabe sobre nós? - Perguntei a encarando.

- Claro que sim - Ela deu de ombros - Sei sobre tudo. - Ela deu um sorriso doce.

- Quem é você? - Perguntei cruzando os braços.

- Meu nome é Verônica Synks - Ela deu um passo na minha direção estendendo sua mão. - Sou uma descendente do Clã Katsus. - Ela sorriu. Meus olhos se arregalaram e eu hesitei um pouco em pegar sua mão.

- Você é uma bruxa? - Perguntei finalmente apertando de leve a mão da garota.

- Mais ou menos - Ela continuou sorrindo - Só poderei usar todos os meus poderes no meu décimo oitavo aniversário. Daqui dois meses. - Ela revirou os olhos e riu do seu ato.

- Está fazendo o que aqui? - Perguntei desconfiando um pouco.

- Eu venho aqui desde os dez anos - Ela olhou as árvores ao redor - Cuido dessa pedra. - Ela apontou para a pedra ao seu lado.

- Tipo uma guardiã? - Perguntei franzindo a testa.

- Isso - Ela riu - Tipo uma guardiã.

- Por que precisa cuidar dela? - Apontei para a pedra.

- Eu só preciso garantir que ninguém vá abrir ela. - Ela olhou para a pedra - Mas é uma longa história. - Ela olhou novamente para mim e sorriu. - Qual seu nome?

- Meu nome é Elise Feel - Sorri de canto - Alguém quer abrir ela? - Voltei o assunto para a pedra, percebi que ela não queria falar sobre aquilo, mas eu tinha que perguntar.

- Faz tempo que ninguém tenta - Ela abaixou a cabeça, percebi seu sorriso se fechar.

- Tudo bem? - Perguntei dando um passo na sua direção.

- Tudo sim - Ela deu um sorriso forçado - É só que isso é um assunto delicado.

- Desculpa - Falei tentando olhar seu rosto que continuava abaixado.

- Sem problemas - Ela ergueu a cabeça - Nunca tinha conversado com uma vampira antes - Ela sorriu animada.

- Nem eu com uma bruxa... - Fiz uma pausa - Uma quase bruxa - Sorri de volta para ela.

- Eu tenho que ir - Ela olhou para um relógio dourado em seu pulso - Espero que a gente se encontre de novo - Ela sorriu para mim e se virou para a pedra.

- Eu também - Sussurrei baixinho a ouvindo fazer uma oração em outra língua em frente à pedra. Ela tocou alguns símbolos e se abaixou, continuou orando e por fim uma pequena flor branca brotou em frente à pedra. Ela olhou para mim e sorriu.

- Agora não podemos mais tocar nela - Ela se afastou da pedra - Ela pode queimar gente como nós - Ela andou para dentro da mata e acenou sumindo entre as árvores.

Fiquei em silêncio pensando no que ela havia acabado de me dizer. Então antes daquela flor nascer ali a pedra podia ser tocada por seres sobrenaturais?


(...)


Lilian e Alex tinham saído para caçar e trouxeram sangue para todos.

Por sorte ninguém havia desconfiado que um humano esteve em nossa casa, e eu também decidi não comentar nada sobre ter encontrado Verônica no quintal.

Depois que me alimentei, subi para o quarto, a noite já havia caído e eu queria ficar um pouco sozinha e pensar em tudo que havia acontecido, ou melhor, queria pensar principalmente em Austin. Sem duvidas eu estava mal pelo que tinha acontecido, eu sabia que tinha que afastá-lo de mim para o bem dele mesmo, mas ao mesmo tempo, eu o queria perto.

O mais perto possível.

Deitei-me na cama e fechei os olhos pensando no momento em que quase nos beijamos, sorri imaginando como teria sido se o beijo tivesse mesmo acontecido.

- Pensando em mim? - Joseph entrou no quarto atrapalhando meus pensamentos. Abri rapidamente os olhos e me sentei. Ele estava parado ao lado da cama sorrindo para mim.

- Ah... - Sorri tentando disfarçar - Estava pensando em nós. - Olhei para ele que se sentou ao meu lado e tocou meu rosto, sorrindo para mim ele se aproximou.

Quando fechei os olhos para sentir nossos lábios se selarem, só consegui pensar em uma coisa...

Como eu queria que fosse Austin no lugar dele.

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