Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs

Capítulo 1

Quando o dia se ergueu, atingiu o jovem detetive negativamente.

Atsushi sabia bem quais seriam as consequências de dormir na casa de Dazai acompanhado por Kyouka. Isso o obrigou a se levantar mais cedo naquela segunda-feira.

Assim que abriu a porta do escritório, se deparou com Yosano sentada encima da mesa de Ranpo, entretidos com algum assunto que parecia envolver a última novel lançada por Poe.

— Bom dia, Atsushi ! Que bom que chegou. Onde está aquele mendigo do Dazai ? — o detetive de cabelo loiro perguntou despejando relatório em sua mesa.

O tom de grosseria poderia ser interpretado de má forma por qualquer pessoa de fora da Agência, no entanto, era quase um cumprimento para aqueles já acostumados.

— Ontem eu e Kyouka dormimos no apartamento dele. Quando saí Dazai ainda estava dormindo e Kyouka estava terminando de se arrumar. Ela chegará em breve, mas não sei se posso dizer o mesmo sobre ele. — o platinado respondeu posicionando os braços para trás.

Um suspiro aborrecido deixou os lábios de Kunikida. Ele ainda não conseguia identificar se Dazai era muito desleixado ou irresponsável. No fim das contas, talvez precisasse dar outra missão a Atsushi.

— Por que ainda conto com aquele cara ? — a pergunta foi um sussurro de derrota, olhando novamente para o jovem — Atsushi, pode substituir o Dazai para realizar as compras da agência ?

O pedido lhe pegou de surpresa.
Para Kunikida, era constrangedor pedir tantos favores de forma tão deliberada.

— Posso sim. Volto assim que possível. — Atsushi respondeu com suavidade.

Era bom ver que não importava o imprevisto, aquele jovem sempre arranjava uma forma de adicionar algo a sua agenda sem quebrar seus compromissos.

— Obrigado. Gaste apenas o necessário e tome cuidado. — o loiro agradeceu entregando-lhe o cartão e a lista de compras.

Ao sair do prédio, o jovem caminhou por Yokohama de loja em loja a procura dos produtos mais baratos para a mercearia. Alimentos estavam completos, assim como os materiais de papelaria do qual utilizavam diariamente. O único tópico que faltava ser completado era o de produtos de limpeza.

Na prateleira, só havia um único desinfetante. De forma instintiva, Atsushi correu com cesta atravessada em seu braço e agarrou o produto.

— A Agência também precisa estar cheirosa antes de acabar com seus inimigos ? — a voz feminina gentil e amistosa dizia vindo do canto da prateleira.

Quando o jovem olhou para o lado, encontrou Higuchi e seu sorriso simpático.

Desde o combate contra Dostoievsky e seus planos para destruir a Agência de Detetives Armados, alguns membros da Máfia do Porto haviam se tornado bem agradáveis com integrantes da Agência. Atsushi queria acreditar que aquele seria um começo para uma era de paz entre as duas organizações, mesmo sendo uma ideia ingênua.

— Também está fazendo compras para a Máfia do Porto ? — o jovem perguntou com a mesma simpatia.

— Ah, não é bem isso. Eu já estava indo para o caixa quando vi você correndo. — a resposta o fez coçar a nuca e dar um sorriso envergonhado.