O detetive fechou os punhos encima da mesa. Mais uma vez, Dostoiévski havia se mostrado em pé de igualdade com ele, o prendendo em sua própria estratégia. Por um triz, o fim poderia ter lhe acatado mais cedo.
Ali era o término de seu plano, mas não da linha ávida de esperança. Fukuchi pressionava o cubo de todas as formas, mas não conseguia abri-lo. Havia uma habilidade especial trancando o One Order — uma carta arriscada lançada por Ango.
A ira se tornou notória no rosto do comandante. Seus passos largos e firmes ecoavam no corredor até a sala onde deixara Bram. O One Order era apenas a chave, mas não a única. Poderia simplesmente acionar as forças vampíricas e o mundo estaria sobre seu comandante. Com isso em mente, o homem grisalho abriu a porta em um único empurrão.
— Bram ! — o chamou.
Seus olhos saltaram, sentindo as mãos também estremecerem.
O caixão estava aberto e vazio, sem nenhum rastro do lorde vampiro. Bram havia sido roubado.
• • •
Minutos antes...
— Quem ousa me despertar ? Dependendo da resposta, a farei pagar este crime com seu sangue. — declarou o homem pálido.
Aya sentiu as pernas encolhidas tremerem. Céus, como odiava aquela maldita sensação. O sentimento de fraqueza era nocivo, e se tornava pior quando ela não conseguia lutar contra ela, e a prova disso foi que não conseguiu exprimir nenhuma palavra como resposta.
— Não consigo lhe ouvir. — ele disse aborrecido — Quantos ainda se lembram de mim ? O rei governante das cortinas da noite. Lembrarás agora que sua vida é o mesmo que um orvalho antes da alvorada, entende ?
Aya piscou. Deveria ser honesta numa situação como aquela ? Respirou fundo, buscando as palavras corretas em sua mente.
— Desculpa, mas não entendi nadinha. O que é uma alvorada ?
Bram suspirou, evitando dar atenção à menina.
— Vejo que você não é interessante. Dormirei, então suma daqui. — Mandou virando o rosto e tentando encostar no acolchoado do caixão.
Aya quis protestar pela grosseria, mas saiu do compartimento de cara fechada. Quando se levantou, já do lado de fora, se surpreendeu.
— Você é mais diferente da primeira impressão, não tem nada do ombro para baixo. Como faz para lavar o rosto de manhã ? — indagou curiosa.
— Não lavo.
— Eca. — Murmurou baixinho, como uma leve careta — Você e o policial com a espada medonha são cúmplices ?
A face de Bram se enrijeceu com o questionamento, fazendo Aya se perguntar por um momento se havia feito algo errado.
— Não, pelo contrário. Fukuchi é minha corrente, um arqui-inimigo que roubou minha autoridade sobre meus servos depois de me perfurar com esta espada sagrada. Um maldito. — disse com rancor nos olhos.
Aya captou essas palavras com prudência.
— “Arqui-inimigo” ? Então você não está aqui porquê quer ? — o homem confirmou com a cabeça. Notou um lampejo em suas iris negras, alguma determinação que não esperava — Qual o seu nome ?
— Lorde Bram Stoker. — Ele respondeu de peito estufado.
— Então Bram, o que acha de um trato ? Conheço usuários interessantes do governo, se me contar o plano, eles podem libertar você dessa espada. — A garota articulou com receio.
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Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs
Mistério / SuspenseDo que vale um planeta com vida se ninguém nele sabe realmente viver ? Seria erronio e precipitado da sua parte pensar naqueles sujeitos engravatados como mais almas tragados pela correnteza ? Ela não sabia. A única certeza absoluta era que todos a...