Capítulo 19

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— Vocês todos entenderam o meu plano, certo ? — a pergunta de Dazai foi repetida pela quinta vez.

Chuuya o fuzilou com os olhos. Além de ter uma veia saltando de sua testa.

— Se perguntar isso de novo vou quebrar o seu crânio ! — O ruivo exclamou com dedo no rosto do parceiro.

Dos três mais novos, Akutagawa parecia ser o mais concentrado. Ele apenas repetia “sim” ou “não”. Sua falta de expressão estava começando a causar calafrios em Atsushi.

— A Agência vai atacar por dentro e por fora do edifício. Quando encontrarmos a Midori, temos que dar a ela as folhas do livro. — a explicação de Kyouka fez a Madame Bovery dar um largo sorriso.

— Exatamente. Quando o livro for destruído nesta realidade, os conjuntos de suas folhas vão se tornar cinco objetos com habilidades especiais. — a mulher acrescentou cruzando os braços.

O longo vestido preto e rendado lhe dava um grande contrastes ao acompanhar sua pele tão pálida. De longe, ela parecia mais um fantasma em meio a tantas bonecas. Talvez até uma boneca tamanho adulto do século XIX.

— Então...apenas vocês dois vão tentar destruir o livro ? — O detetive platinado indagou aos dois mafiosos.

Ambos evitaram se encarar.

— Já que não há alternativas... — Chuuya se interrompeu, sem ter muito o que dizer.

A própria guardiã do livro alegou que não seria fácil, então nada melhor do que a gravidade e a habilidade mais afiada para destruí-lo.

— Que bom que já dei um jeito nisso. — Dazai disse alto, bem ao lado do ouvido de Chuuya, que quase pulou de susto.

O maior puxou seu telefone, mostrando o histórico do telefone. O contato mais surpreendente era o mais recente, feito a pelo menos trinta minutos.

— Eu contactei o Sr. Mori. Vocês dois vão ter companhia. Temos que garantir que o livro vai ser desintegrado dessa realidade. — ele disse tranquilo, fechando o celular.

Logo em seguida, os punhos de Chuuya se fecharam ao redor do colarinho de Dazai, o balançando para trás. A partir dali, as brigas e provocações se tornaram intermináveis. Madame Bovery se aproximou dos mais novos preocupada.

— Eles sempre são assim ? — Ela perguntou baixo, tentando ser discreta.

Estendeu a mão por cima do ombro do homem-tigre, lhe entregando um conjunto de folhas dobradas do livro. Ele pegou sem perda de tempo.

— Eles eram parceiros e rivais na Máfia do Porto, mas eu creio que sim. — Atsushi respondeu incerto.

A verdade é que vez ou outra ouviu Akutagawa comentar sobre o quão destrutível era a aliança entre Dazai e Chuuya. A forma como a força do ruivo e a genialidade do moreno eram temidas por todas as organizações criminosas de Yokohama...era de se arrepiar.

O apito em seu relógio o fez levantar o braço. Eram 17:30, a hora em que Kunikida já devia ter pego o helicóptero com todos os outros detetives.

— Temos que ir, Kyouka. — A garota assentiu de imediato.

Atsushi deu o primeiro passo, mas seus pés o traíram no segundo. Algo o puxou do chão para o ar, ficando de cabeça para baixo. A visão do rosto emburrado de Akutagawa começava a se tornar comum, mas ainda era ameaçador querendo ou não. Entretanto, havia algo diferente em seus olhos. Talvez um pouco de desejo, esperança, o detetive não soube dizer.

— Homem-Tigre — a voz baixa e controlada o fizeram prestar atenção no que o mafioso tinha a dizer — Sua única missão é salvar a Midori e sair daquele lugar, entendeu pelo menos isso ?

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Onde histórias criam vida. Descubra agora