Aya encarou o solo horrorizada. A Agência estava perdendo, de uma maneira tão maçante que seu coração falhou por alguns instantes. Yumeno se manteve calado mesmo assistindo à mesma cena, se perguntando como sairiam dali vivos e com Bram.
— Temos que salva-los... — ela sibilou baixo, ainda perplexa com a inevitável derrota.
Yumeno se virou para ela rangendo os dentes.
— Sério ? Como ? Nem você e nem a minha habilidade pode nos salvar agora ! — ele exclamou irritado.
A ruiva não deu atenção para ele. Olhou para o cenário atrás deles — uma grande parede de vidro com mesas e cadeiras do lado de dentro. Com certeza havia algo pesado ali. Pesado o suficiente para cumprir os seus planos.
Graças as reflexo da luz do Sol nos vidros, a garota notou algo. Uma abertura perfeita, como se tivesse sido apenas recortado. Por estar acompanhando os olhos de Aya, o pequeno mafioso também viu o corte, e cogitou o mesmo que ela.
— Quem fez isso ? O homem de preto ? — ela perguntava já entrando. Ele por outro lado, não respondeu.
Aya varreu o lugar com olhos até encontrar o que queria. Uma mesa de ferro, revestida de madeira. Bastante pesada pelo que suas mãos concluíram no instante em que tentou ergue-la. Se suas aulas de matemática estivessem corretas, aquela mesa teria no mínimo vinte quilos.
— Achei ! — ela bradou sem sorrir de alívio. Correu até o outro lado da mesa e posicionou as mãos nela — Me ajude a empurra-la até o Bram !
Ao ouvir seu nome, o lorde imobilizado pela espada esticou o pescoço para ver onde os dois pivetes se encontravam.
— O que pensam que estão fazendo ? — ele questionou.
Aya rangeu os dentes, olhando para a frente com fulgor.
— Vou amarrar essa espada nessa mesa. Isso têm pelo menos 20 quilos. Na altura em que estamos, a espada vai sair ! — ela explicou ainda pondo força contra o móvel.
Yumeno a ajudou, embora relutante e pessimista. O som dos pés da mesa ruía pelos ouvidos. E Aya não parou, nem mesmo quando o mafioso correu para amarrar a corda na espada e na mesa em movimento.
A ruiva lutava contra a vontade incessante de desistir. Podia enxergar a si mesma caindo de exaustão e abandonando a mesa no meio do caminho. Certamente seu pai a aplaudiria por isso certo ? Talvez sim, talvez não, mas Aya já tinha um compromisso com os dois colegas, não desistiria agora.
Deixou que um grito cortasse sua garganta quando os pés da mesa saíram do chão e caíram, esticando a corda. O cansaço também gritou para que ela não se levantasse, mas sua curiosidade sempre foi superior.
Quando ela e Yumeno chegaram a beira da torre, sentiram um nó na garganta. Para a sua infelicidade, a mesa continuava suspensa no ar, presa pela corda. A espada de Bram, ainda eslava lá, sem ter movido nem um centímetro.
— C-Como ? P-Por que... — Aya gaguejava, tentando acalmar as batidas no peito.
— Não foi sua culpa. Não lhes faltou coragem nem força, é só que...— Bram declarou sem expressão, mas a frustração também era notada em sua voz.
Yumeno respirou fundo.
— A mesa, Aya. O peso não é o suficiente para tirar a Sol’s Lavne do corpo do Bram. Precisaríamos de mais peso, mas não temos. — ele explicou um pouco cabisbaixo, se levantando e virando para Bram — Vou descer na torre e tentar me contactar com a Máfia do Porto. Quanto à Agência, eu sinto muito, mas não podemos fazer nada.
A afirmação fez Aya arregalar os olhos. Se a Agência morresse ali, depois de tantos esforço, então do que valia a justiça ela tanto acreditava ? Do que valia o trabalho duro e a determinação de todos se suas vidas escorreram como água por entre seus dedos ? Aya se levantou, ainda olhando a mesa.
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Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs
Mistero / ThrillerDo que vale um planeta com vida se ninguém nele sabe realmente viver ? Seria erronio e precipitado da sua parte pensar naqueles sujeitos engravatados como mais almas tragados pela correnteza ? Ela não sabia. A única certeza absoluta era que todos a...