Capítulo 14

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Fios prateados caiam da cabeça até a cintura. As rochas modelavam seu corpo como uma grande armadura, deixando aparente os contornos femininos.

— Desculpa pelo erro. — sua voz duplicada ecoou alto, podendo ser ouvida tanto por quem estava dentro quanto por quem estava fora do edifício.

— Eu sou canhota. Meus lançamentos ficam patéticos quando uso a outra mão. — ao lançar a informação, seus olhos vermelhos se moveram para o outro carro militar em sua mão esquerda — Não vou errar dessa vez.

Os olhos de Ango se arregalaram com tamanha monstruosidade.

— Se dispersem ! — ele gritou sendo o primeiro a correr.

O carro voou em sua direção, causando um alto estrondo quando alcançou o chão. Ninguém parecia ter se ferido.

— A maleta, onde está ? — Ranpo perguntou apressado, visualizando todo o ambiente.

Mushitaro estava sentado ao lado da maleta, e a entregou sem questionar. De dentro dela, o detetive puxou uma pistola de sinalizador, deixando o homem engravatado assustado.

— O que está fazendo ? Vai chamar aquela coisa para cá ? Vamos ser mortos. — ele dizia amedrontado, não vendo essa mesma expressão em Ranpo.

— Confie em mim, sei como vamos sair daqui. — o moreno disse confiante, caminhando até a janela e disparando o sinalizador vermelho.

A gigante suspirou aliviada. Seu lançamento não havia lhes acertado.

Seus pés se posicionaram no chão, seu quadril abaixou como o de um atleta. O impulso a fez correr como um felino furioso.

— Atirem ! — Ango ordenou seguido pelo som dos tiros desesperados, mas nada fez efeito.

O chão estremeceu a cada passo que ela dava.

Por um instinto genuíno, Poe puxou Ranpo da parede para o meio do cômodo. No momento seguinte, o lado esquerdo do prédio estava preenchido com a presença assustadora da gigante, que os observava em silêncio enquanto tentava reconhecê-los.

— Subam. — ela ordenou ao fim de sua análise.

Os três não esperaram nem mais um minuto. Pularam em seu ombro maciço e se seguraram onde podiam. A gigante de pedra estava prestes a correr quando ouviu o som de uma hélice próximo deles. Helicópteros. Eles também trouxeram reforços. Ela pensou.

Seus olhos vagaram para cima, vendo a aproximação das três aeronaves que se achegavam ao local. Embora estivesse longe, conseguiu avistar as armas pesadas que carregavam. Não tinha como fugir sem lutar.

— Ei, vocês três — elas os chamou tão de repente que os assustou — Segurem-se firme se não quiserem cair de cara no chão.

Foram suas últimas palavras antes de partir ao confronto com as aeronaves. Os tiros vieram de todas as direções, o que a deixava em uma grande desvantagem, entretanto, conhecia aquelas armas a muito tempo, assim como conhecia piores do que aquelas.

Muito lento. Ela exclamou em seus pensamentos.

Seu corpo saltou do chão semelhante a um jogador de vôlei, alcançando o rotor da cauda do helicóptero mais baixo sem problemas. Os tiros logo se tornaram desregulados, disparando aleatoriamente. Os atiradores não conseguiam ver, mas estavam atirando em seus próprios companheiros.

As duas aeronaves já estavam perdendo o controle, e não enxergavam outra opção a não ser abortar a missão e pousar o helicóptero, uma ideia recebida de braços abertos. Quando viu que se afastavam, jogou o helicóptero no chão com cuidado para não acabar matando quem estava dentro — aquelas eram ordens da Capitã.

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Onde histórias criam vida. Descubra agora