Capítulo 25

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Seu olhos fechados doíam a medida que tentava despertar. Assim que os abriu, notou a céu azulado do qual desejava observar antes de cair no chão. Agora, Sigma estava lá, olhando o céu claro a partir do chão, mas não estava morto.

Esta pequena informação foi a responsável por lhe fazer acordar completamente, sentando-se de volta quase que num pulo. Testou sua respiração várias vezes, prestes a se tornar ofegante. Ele estava ali, vivo. O sangue seco estava grudado na roupa, mas não doía tanto.

— A bela adormecida acordou ! — cantarolou o palhaço, de pé com sua bengala e um pouco distante.

Sigma conseguiu fita-lo apesar da breve tontura. O russo sorria para ele, um semblante mais tranquilo do que todas as outras vezes em que se viram.

— Gogol ? O que diabos faz aqui ? — o jovem questionou de olhos arregalados, como se tivesse vendo um fantasma.

Em seu raciocínio, ele realmente estava vendo um morto.

O palhaço gargalhou alto, se aproximando de Sigma aos saltos.

— Hahaha ! Essa sua expressão de surpresa é sempre maravilhosa ! — ele afirmou.

Sigma em silêncio averiguou o estado de seu corpo. Além do sangue já seco, não tinha nenhum ferimento além do que já havia ganho antes de cair do Cassino Celestial.

— Eu caí do cassino...e não tenho um ferimento sequer ? — sua pergunta saiu como um sussurro, podendo ainda ser ouvida por Nikolai.

O palhaço estendeu o polegar e o indicador, encolhendo o restante dos dedos. Um sorriso exibido realçava seu rosto.

— Foi um dos meu truques. — explicou — Assim que você chegou mais perto do chão, usei minha habilidade e conectei você ao solo. Quanto a hemorragia, eu mesmo tirei a pedra e estanquei o sangramento. Se tratar logo, com certeza não vai morrer.

Sigma, embora de certa forma aliviada, prosseguiu em um caminho duvidoso. A não ser que Dostoievsky tivesse mudado o plano sem comunica-lo, estava tudo fora de seus eixos. Primeiro seu assassino, e agora Nikolai a seu resgate.

— Eu quase fui assassinado por meu chefe desconhecido, com certeza a mando do Dostoievsky. Por que você me salvou ? Não... — o gerente respondeu a própria pergunta assustado.

Havia assistido com seus próprios olhos a forma brutal como o corpo de Gogol se partiu em dois através dos jornais. Não existia a menor possibilidade dele sobreviver e sair por aí andando...a não ser que ...

— Para começar, você deveria ter morrido na missão dos reféns. Como que... você voltou a vida ? — perguntou sério, cenho franzido e olhos atentos.

Gogol logo fez beicinho e virou o rosto.

— Não acha desrespeitoso pedir para que um mágico revele seus segredos ? — sua voz melosa e dramática aborreceu Sigma.

Ele não tinha uma boa relação com aquele russo em específico. Seus métodos cruéis e sádicos, junto a sua fidelidade duvidosa a Dostoievsky e a missão da Decadência resultaram em uma certa antipatia vinda do mais novo, o qual ele prezava esconder para o bem do profissionalismo.

— Brincadeira ! Gosto de você porque se surpreende como a maioria das pessoas comuns. — disse o palhaço — É isso que mais alegra um ilusionista. E como sou bondoso, vou explicar esse meu truque também.

— Logo antes de morrer, conectei a parte debaixo do meu corpo a de outra pessoa usando a minha habilidade. Quando a serra elétrica foi ativada, cortou apenas o corpo da outra pessoa. — o russo esclareceu, sorrindo com admiração por si mesmo — Se um ilusionista morre amarrado, é preciso suspeitar do truque.

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