Eu sou Tommaso Lombard, mas eu prefiro ser chamado por meu apelido Tom, sou italiano. Eu tenho 21 anos, dizem que pareço ter mais, não só por minha aparência mas por eu ser "rabugento". Eu não me considero tal coisa, só sou seletivo na escolhas que faço de amigos e de pessoas que mantenho próxima, já que muitos se aproximam pelo dinheiro da minha família.
Eu acabei de me formar em administração, por pura pressão da minha família e assim que me formei, recebi a porcentagem da empresa, mas não quero me sustentar pelo resto da vida com esse dinheiro, quero realizar meu sonho. Eu não queria desistir do meu sonho, nem meu pai do dele, então insistia que eu fizesse faculdade de administração. Por fim meu pai disse que se eu fizesse administração, ele me daria 10% da empresa, eu aceitei já que ele não disse que eu teria que trabalhar na empresa dele e nem que eu não poderia modelar. Porém não sabia que os trabalhos como modelo iriam desaparecer.
Eu não posso reclamar do padrão de vida que levamos, já que sempre tive tudo do bom e do melhor, as melhores escolas, as melhores roupas, os melhores carros, enfim. Porém quando disse, os 15 anos, que queria ser modelo, meu pai surtou e minha mãe, obviamente, ficou do lado do meu pai, ou melhor do dinheiro.
Eu quero mesmo trabalhar como modelo, na verdade eu já desfilei algumas vezes uns anos atrás, e até já participei de campanhas de algumas marcas, mas faz uns 5 meses que nada aparece pra mim.
Sinceramente eu acho que isso tem relação com o meu pai, grande empresário automobilístico, Fellipo Lombard, ele odeia o fato de eu querer ser modelo, e minha mãe, Elizabeth Lombard, é uma dona de casa, mas não do tipo que cozinha e limpa a casa, ela mais do tipo que gasta o dinheiro do marido, com bolsas e sapatos.O casamento deles é um desastre, eles estão sempre traindo, eles não se amam, só se casaram por posição social e dinheiro. Já que meu avô materno era prefeito, e meu pai queria um belo apoio, então se casou com a filha do prefeito de Milão. Enquanto minha mãe viu a oportunidade de não precisar trabalhar nunca na vida, então aceitou.
Quando meu avô faleceu eu tinha 16 anos, ele era o único que me apoiava, diferente de todos. Porém ele não teve como me ajudar mais e quando um câncer o levou, eu fiquei sozinho com dois gananciosos. Eu vou lutar para realizar meu sonho, não importa o que tenha que fazer, desde que não seja ilegal, tô dentro.
Estou andando pelas ruas de Milão, contemplando a beleza da cidade, enquanto tomo um gelato e penso no que fazer com minha vida. Post no Instagram seriam uma boa, eu tenho muitos seguidores, talvez possa fechar com alguma empresa...seria possível, se meu pai não estivesse interferindo.
Jogo o potinho do gelato em uma lixeira, próxima a um ateliê, e fico alguns minutos olhando para os desenhos que consigo ver. Quando vou passar para outra vidraça, vejo um papel na porta, e me aproximo. Já está tarde e o lugar está fechado, pego o papel e o leio.
"Procura-se modelo masculino"
Interessados ligar no número
(87285-9175)Acho que deve ser para algum desenho ou algo assim, provavelmente será coisa de poucos dias, mas mesmo assim eu vou mandar mensagem para esse número. Olho no relógio 20:41 da noite, talvez eu obtenha uma resposta ainda hoje. Por isso adiciono o número em meu celular e mando uma mensagem.
*Chat on*
Tom: boa noite, eu sou Tommaso, vi o número no ateliê. Gostaria de me candidatar para ser modelo.
A resposta vem quase imediata.
Desconhecido: boa noite. Eu posso te ligar, para te explicar como funciona?
Tom: sim
*chat off*
Assim que mando a mensagem, meu telefone toca e eu atendo.
*Ligação on*
Tom: alô.
Desconhecido: oi, eu sou Sophia, a dona do ateliê. Senhor Tommaso posso explicá-lo sobre a vaga?
A voz dela é forte e doce ao mesmo tempo.
Tom: oi Sophia, pode sim. E por favor, pode me chamar de Tom.
Sophia: certo, Tom. Eu preciso de um modelo para minhas aulas. Na verdade eu vou dar aula para uma estilista, que quer aprender mais sobre desenhos masculinos.
Uma estilista, interessante. Isso pode abrir portas para mim.
Tom: certo, e onde eu entro?
Sophia: eu gosto de usar um método de visualização, facilita o aprendizado. É aí que vc entra vou precisar de vc nessas aulas, para aplicar meu método.
Tom: vc disse aulas, quantas vão ser?
Sophia: é aí que entra onde estou tendo problemas para contratar. Serão três vezes por semana, das 16:00 as 19:00 horas, por pelo menos 8 meses.
Tom: uau, 8 messes?
Sophia: é prefiro trabalhar com um modelo só, e a estilista também preferiu assim, e como o seu pagamento seria dividido entre nós duas...
Tom: certo, o pagamento, de quanto seria?
Sophia: 1.000,00 mensais.
Tom: certo, e quando eu começo?
Sophia: os horários estão bons pra vc?
Tom: estão sim.
Sophia: então fazerem o seguinte...
Nós conversamos sobre mais alguns detalhes, e acertamos outros. Quando tudo finalizamos a ligação fica acertado que segunda nos encontraremos para assinar um contrato. Depois de encerrar a ligação, com um sorriso no rosto, sigo até meu carro, para ir para casa.
Obviamente não irei contar aos meus pais sobre isso, seria bem possível eles darem um jeito de me impedirem. Quer saber? Não vou contar pra ninguém. Meus melhores amigos se casaram e estão em lua de mel, Lorenzo e Mattia estão na Grécia, então nem tem alguém que eu realmente confie por aqui na Itália.
Quando chego em casa, eu sigo direto pro meu quarto, quero um banho, não, eu preciso de um. E de me mudar, já que assim que eu tiro minha roupa, alguém bate na minha porta.
Tom: quem é?
Elizabeth: sou eu filho.
Tom: entra.
Saio do banheiro enrolado na toalha e vejo minha mãe passando pela porta do quarto.
Elizabeth: seu pai quer saber, se vc já se decidiu sobre ir trabalhar com ele.
Bufo.
Tom: a resposta é a mesma de ontem, de anteontem, e do dia anterior.
Elizabeth: vc sabe que é sua obrigação...
Tom: não, não é. Eu nunca disse que trabalharia com ele.
Elizabeth: vc é muito mal-agradecido garoto, vc não percebe?
Tom: não. Inclusive da próxima vez que ele te pedir para vir perguntar, pode poupar energia. Só diz para ele que minha resposta não mudou.
Ela sai do quarto e bate a porta. Eu volto para o banheiro, mas do que nunca eu preciso te um banho para relaxar.
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Três pedaços de um só coração
Roman d'amourOcéane Vasselot é uma mulher livre, independente, que não tem papas na língua, mas tem um grande sonho: fazer sua marca ser mundialmente famosa. Pensando em expandir sua marca ela deixa os Estados Unidos e parte parte para a Itália, para um curso. ...