Sophia narrando
Quando eu atendi o interfone, e ouvi o Senhor Dallas me dizer que tinha um casal pedido pra subir, eu fiquei em choque, como eles descobriram onde eu moro? Não era para isso acontecer. Então eu subi correndo para vestir uma calça, mas fui surpreendida quando Tom e Océane disseram que resolveriam isso.
"Vc não está mais sozinha" a frase dita fez meu coração ficar estranho. Eles saíram pela porta e alguns segundo depois eu também o fiz, entrando no elevador e indo atrás deles. Quando cheguei na hall de entrada, fiquei atrás de uma pilastras ouvindo tudo, parecendo uma 007 da shopee, mas fiz isso pq não queria que Lory e Andrey me vissem.
A forma como eles me protegeram, fez meus olhos se encherem de lágrimas. "Vc não está mais sozinha" a frase dita por ambos ecoava em minha mente, como um mantra sagrado. Pisquei os olhos afastando as lágrimas, quando vejo a polícia levar aqueles dois. Me aproximo dos meus dois gostosos que ainda não me viram. Océane se coloca na frente de Tom.
Océane: ei, tá tudo bem agora.
Tom: nunca fiquei tão nervoso assim.
Océane: nem eu.
Tom sela os lábios deles quando se inclina. Eu estou tão grata pelo que eles fizeram, e tão orgulhosa pq eles conseguiram lutar contra aqueles dois, de uma forma que nunca fiz. Quando eles se viram em direção ao elevador, me veem parada atrás deles, os dois estão surpresos por me verem aqui.
Tom: desde quando está aí?
Sophia: ahm, quando cheguei Océane tava mandando Lany se calar.
Aquilo foi mil vezes mais coragem do que eu já tive. Quando se trata daquele casal eu sou totalmente covarde, eu travo e não sei o que fazer ou dizer, mesmo sabendo de defender fisicamente. Mas eles souberam exatamente o que fazer.
Sophia:Eu...obrigada.
Eles se aproximam e nós nos abraçamos, um abraço cheio de sentimento, fazendo eu me sentir ainda mais protegida. Eles não fazem ideia do sentimento de gratidão que me preenche. Nunca ninguém me defendeu antes, nunca ninguém bateu de frente com meu pior pesadelo para me manter bem.
Na verdade tudo o que eles me fazem sentir é muito diferente de tudo que já sentir, é sempre mais e mais forte do que o parâmetro que tenho. Eu não sei o que fazer com tudo o que estou sentido. Eu estou uma bagunça infinita de sentimentos, muitos deles são novos.
Quando o elevador chega em nosso andar, cada um deles segura uma de minhas mãos, e só então percebo que estou tremendo. Deixo eles me guiarem para dentro do apartamento. Tom se senta comigo no sofá e beija meus cabelos, e Océane sobe as escadas, quando volta ela trás Popy, que me vê e fica entre minhas pernas, com a cabeça em meu colo.
Tom se levanta e sai para a cozinha, e Océane se senta no lugar que ele estava. Faço um carinho atrás da orelha da minha filhotinha, e Océane sobe e desce a mão em minhas costas, fazendo um carinho longo. Tom volta pouco tempo depois segurando uma caneca.
Tom: fiz um chá, é camomila e erva doce.
Ele estende a caneca pra mim e a seguro entre as mãos, aquecendo elas. Ele se senta ao meu lado, e faz um carinho em minha coxa. Respiro profundamente próximo a borda da caneca, sentindo o aroma gostoso que vem dela.
Océane: bebe o chá, vai te acalmar.
Assopro o líquido e depois tomo um longo gole, tá adocicado e é bem gostoso, tomo vários goles pq o sentimento que ele me oferece é avassalador. É também, na verdade, reconfortante, os carinhos o chá, tudo é tão reconfortante. Não sei se por estar um poço enorme e bagunçado de sentimentos, ou pelo qua aconteceu a pouco, mas eu choro, choro copiosamente.
Alguém pega a caneca, agora vazia, de minhas mãos. Os braços de ambos me rodeia, me abraçando, me mantendo aquecida, é tão, tão completo. Passo meu braço por eles e os abraço de de volta. E mesmo sem me lembrar qual foi a última vez que deixei alguém me ver chorando, eu não me importo em chorar perto deles.
Sophia: eu...
Minha voz falha.
Océane: vai ficar tudo bem.
Tom: nós não vamos a lugar nenhum.
Océane: vc não está mais sozinha...nenhum de nós está.
Acho que a última parte ela diz mais para si mesma do que para mim, mas as palavras dos dois aquecem meu coração. Eles continuam me abraçando, mesmo quando meu choro diminui, mesmo quando meus olhos começam a pesar, acho que eles continuam mesmo depois que eu me entrego ao cansaço.
Quando acordo tento entender onde estou, olho ao redor e vejo que estou em meu quarto. Océane está segurando minha mão, nossos dedos estão entrelaçados, mas ela não está dormindo, ela mexe no celular com a mão livre. Os braços masculinos me abraçando por trás indicam Tom, é ele quem percebe primeiro que eu já acordei, pois beija meu ombro.
Tom: bom dia, de novo.
Ele diz chamando a atenção de Océane. Os lábios dele estão em meu ombro e eu sinto o sorriso dele.
Sophia: bom dia.
Océane: bom dia. Quer água?
Eu nego com um movimento de cabeça. Meu estômago ronca alto chamando a atenção deles, que riem de mim.
Sophia: há-há bem engraçado.
Digo revirando os olhos.
Sophia: que horas são?
Océane: 13:27.
Arregalo meus olhos, achei que tinha tirado um cochilo de 15 minutos, mas na verdade dormi por quase 3 horas.
Océane: contrariando nosso garotinho, eu pedi comida a algum tempo. E já deve estar chegando.
Tom: eu só prefiro cozinhar, mas concordei em pedir comida.
Ele se levanta, incrivelmente gostoso, com os cabelos bagunçados e usando somente a calça de pijama.
Tom: venham, vamos descer.
Ele estende as mãos e cada uma de nós pega uma, ele nos puxa contra seu corpo, e entramos em sintonia dando um selinho triplo que eu nem sabia que existia.
O restante do dia passamos de chamegos, carinhos, milhares de selinhos e toques que transmitem muito mais sentimentos do que qualquer palavra. Nós dividimos as refeições, vemos filmes comendo pipoca, brincamos com Popy e rimos juntos.
Não, não transamos, mas por incrível que pareça eu gosto disso. Pq mostra que isso que tá rolando entre nós é muito mais do que algo puramente carnal, o que pela primeira vez em toda minha vida me deixa feliz. Quando nós nos deitamos para dormir, eu fico novamente no meio, Océane me abraça por trás, e quando eu deito minha cabeça no peito de Tom.
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Três pedaços de um só coração
RomanceOcéane Vasselot é uma mulher livre, independente, que não tem papas na língua, mas tem um grande sonho: fazer sua marca ser mundialmente famosa. Pensando em expandir sua marca ela deixa os Estados Unidos e parte parte para a Itália, para um curso. ...