Capítulo 17

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Océane narrando

Quando acordei hoje pela manhã na casa de Sophia, eu estava cheia de coisa na cabeça, então depois do café da manhã disse que precisava ir pra casa, e foi isso que fiz.

Agora estou sentada no sofá da minha sala, tentando colocar em ordem meus pensamentos, milhões de cenários que nunca aconteceram invadem minha mente, me deixando cada vez mais ansiosa. Eu odeio minha ansiedade, pq muitas vezes me faz ficar insegura além de ansiosa.

Respiro fundo algumas vezes, e continuo assim até sentir que me acalmei. Sigo para o banheiro, banhos longos sempre me acalmam. Ligo a água bem quente e depois de ter tirado minhas roupas, entro na água e imediatamente relaxo. Uso um sabonete líquido, com cheiro de amora para lavar meu corpo todo. Lavo também meu cabelo, e depois de hidratar e enxaguar, eu termino meu banho.

Depois de finalizar e secar meu cabelo, eu subo pro quarto, coloco um calcinha e me jogo na cama. Acho que vou ligar pra Megan, conversar com ela sempre me deixa animada. E temos um vestido para terminar, e seu só vou aos Estados Unidos daqui a duas semanas, mas o vestido de minha amiga tem que estar perfeito. Ligo no telefone dela, e após dois toques ela atende.

*ligação on*

Megan: Vc é uma vaca! Como vc fica sem o final de semana todo sem dar sinal de vida? Vc não sabe o tanto que eu fiquei preocupada. Vc não pode fazer isso comigo...

Océane: ai Meu Deus! Vc tá chorando?

Megan: eu...eu fiquei preocupada

Océane: Amiga desculpa te deixar assim. Essa não foi minha intenção, eu só estava...

Megan: dando né?!

Ela me pergunta maliciosa, e do nada ela tá rindo. Como é possível alguém mudar o humor tão rápido?

Megan: vc é uma Safada, passou o final de semana inteiro dando. Te perdoo só pq vc teve um excelente motivo para não ligar.

Océane: vc é maluca, por isso te amo.

Megan: awnnnn, também te amo amiga. Vamos mudar de assunto pq não quero chorar.

Océane: me fala, o vestido está do jeito que vc quer?

Megan: está perfeito! Quando vc vem?

Eu quero fazer uma supresa pra minha amiga, então falo que uma data diferente da que vou. Horas mais tarde ainda estamos no telefone quando minha campainha toca. Eu visto um vestido leve e falo com Megan que tenho que ir, e finalizo a ligação.

Deixo meu celular na cama e vou atender a porta, mas cometo a estupidez de abrir antes de olhar no olho mágico. E quem está na minha porta é Martina, então eu tento fechar a porta, mas ela coloca o pé, me impedindo.

Océane: sai daqui! Não te deixei entrar na minha casa!

Grito com ela depois que ela passou pela porta e anda em minha direção.

Martina: não! Vc vai me ouvir.

Ela tem alguns sentimentos a mais que eu, os braços dela também são mais fortes, então quando ela anda em minha direção, eu dou passos para trás.

Océane: eu disse que não queria nem te ver, quem dirá te ouvir. Cai fora!

Martina: tem semanas que vc passa por mim e me ignora.

Océane: o que? Eu só te vi ontem!

Martina: para de mentir, eu sempre estou na portaria quando vc sai, toda segunda, quarta e sexta. Eu te vejo, e vejo como me ignora.

O que? Eu realmente não a vi.

Océane: vc tá louca? Eu não te vi.

Martina: louca? Louca é vc que está me tratando como se eu fosse uma mosca.

Ela agarra meu cabelo, e puxa para trás.

Océane: me solta!

Ela me afeta com um tapa, que eu não esperava, então eu fico em choque.

Martina: eu vou te mostrar o que é ser louca.

Ela levanta a mão para me bater novamente, mas se ela acha que eu vou apanhar quieta ela está muito enganada. Eu seguro a mão que ela ia usar para me bater, e chuto a perna dela, fazendo ela me soltar.

Martina: aí, sua vadia. Vc me chutou?

Ela vem pra cima de mim e mas antes que ela consiga me tocar eu acerto um soco no nariz dela, e porra! Isso dói pra caralho, não achei que fosse doer tanto, nos filmes parece não doer. Seguro minha mão direita contra minha barriga, tentando aliviar a dor.

Olho para Martina e ela está com a mão no nariz, quando ela tira, vejo que sai muito sangue saindo das narinas, e também tem um corte no meio dele. Martina parece meio atordoada e chocada ao mesmo tempo.

Martina: aiiiiiii! Sua puta! Eu acho que você quebrou meu nariz!

Que dramática, aposto que nem quebrou.

Océane: vc invadiu minha casa, e me bateu.

A acuso.

Martina: isso não vai ficar assim.

Océane: cai fora. Anda! Sai daqui!

Eu aponto para a porta e ela sai batendo o pé, mas quando chega a porta ela se vira para mim.

Martina: vc vai me pagar caro por isso!

Ela passa pela porta e a deixa aberta, eu ainda em choque com tudo que aconteceu, fecho a porta e volto pro quarto. Pego meu celular e minha mão ainda dói, ela está vermelha! Como uma boa louca das fotos, eu tiro foto da minha mão e do meu rosto, isso são marcas de dedos?

Desço as escadas e vou até o banheiro, quando me olho no espelho vejo perfeitamente a marca da mão de Martina em meu rosto. Então viro o rosto e tiro mais algumas fotos, e quando a vejo que conseguir pegar exatamente a mão dela me dou por satisfeita.

Vou até a cozinha e pego uma garrafa de rum, calda de caramelo, leite de amêndoas, chantilly e faço duas doses de espresso, passo a calda de camelo por todo o copo, coloco as duas doses de expresso e mexo um pouco para derreter a calda, em seguida coloco duas doses de rum, coloco o leite e completo o copo com chantilly.

Océane: tá faltando alguma coisa.

Olho ao redor e vejo a canela em pó. Era isso que estava faltando. Salpico um pouco da canela por cima de tudo e pego um canudo de vidro na gaveta e experimento. É tá forte, bem forte, mas é isso mesmo que quero. Mais tarde tem aula e a última coisa que quero é ficar remoendo o que aconteceu aqui a pouco tempo.

Três pedaços de um só coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora