07/10/1972
Era Sábado de manhã, o vento soprava fraco contra as paredes do castelo, o céu não parecia animado para se abrir, mesmo sob o teto encantado do grande salão. Regulus, comia tranquilamente enquanto foleava seu jornal, para sua infelicidade o profeta vespertino não tinha fornecido muitas informações de como estava a guerra, apenas pequenas divagações superficiais.
Ele não conseguia entender como as pessoas ao seu redor podia parecer tão desinteressadas no que estava acontecendo, como se não fosse a maior mudança do mundo bruxo, desde Grindelwald. Talvez se sentissem motivas por estarem no mesmo salão que a pessoa que o derrotou, mas a sua visão Dumbledore é apenas um tolo lutando contra o inevitável, um tolo que acabaria morto se seguisse por esse caminho.
Tudo é tão estupidamente óbvio e previsível em sua cabeça que ele simplesmente não suportava a ideia de que não enxergassem isso. Era como um maldito jogo, em que todas as peças ainda estão se movendo de forma lenta e gradual, enquanto os jogadores se analisam na extremidade do tabuleiro, decidindo quais peças são mais importantes e quais as táticas usar. Enquanto se analisavam. E para Regulus, os jogadores não podiam ser mais óbvios; Dumbledore e Lorde Voldemort.
Duas faces da mesma moeda, a mesma tática suja de jogo.
Ele precisava dar um jeito de "subir de nível", de ser mais importante dentro do tabuleiro, se quisesse se manter vivo até o final do jogo.
Ele dobrou o jornal calmamente, antes de o colocar na bolsa, se levantando para sair do salão, Evans e Crouch se levantando juntos.
Eles atravessaram o grande cômodo em direção a saída, ele retribuiu o aceno de Pandora quando passaram pela mesa da corvinal, pois muito embora não tivessem voltado a se falar, de alguma forma ela conseguiu seu apreço. Havia algo escondido naquela delicadeza e sutileza que o encantava, ele suspeitava que fossem principalmente os olhos.
Quando enfim alcançaram o portal, Regulus se virou para se despedir, suas informações haviam sido vagas, mas seus colegas de casa, sabiam que ele sairia de Hogwarts com a autorização da mãe e do diretor e ficaram impressionados com a notícia, prometeram também guardar um pedaço de torta de caramelo caso ele não tivesse chagado a altura do almoço e ele suspeitava que não teria, mas não disse nada, estava ocupado demais absorvendo os detalhes, mesmo sem nunca ter falado que seu doce favorito era esse, eles sabiam, ou melhor, haviam percebido.
Ele balançou a cabeça afirmativamente uma última vez antes de sair, suspeitava que a essa altura já haviam se acostumado com seu silêncio, e seguiu para a entrada principal, onde se escorou em um portal e esperou por Filch e seu irmão, desejando profundamente que Filch chegasse primeiro, assim não precisaria enfrentar o silêncio incomodo que ficaria entre ele e Sirius. Desculpas, nunca foi um forte dos Black's.
Muitas coisas não eram, ele percebeu.
Quando era pequeno Regulus se perguntava se todos eram criados daquela forma, se todas as crianças eram forçadas a aprender latim e francês, antes mesmo de dominar sua língua local, se elas precisavam treinar até a exaustão no momento em que recebessem suas varinhas, se todas recebiam punições ao menor erro, se precisavam aprender qual parte do corpo causava mais impacto e dor em um ataque, ou coisas do gênero.
Ele descobriu que não.
Algumas crianças, ele ouviu de Sirius após seu primeiro ano em Hogwarts, também tinham vidas complicadas, mas nem de perto passavam pelo que nós passamos, que sua grande maioria sequer sabia o que era um crucius, a exceção dos quintanistas que estudavam as imperdoáveis, mas que certamente nunca sentiram a dor de uma em sua pele. Regulus não sabia o que era uma imperdoável na época, mas vasculhou todos os livros da biblioteca até descobrir, às vezes, ele preferia nunca ter descoberto.
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My Pur Star
FanfictionRegulus Arcturus Black sempre foi um bruxo excepcional. Ele ainda podia se lembrar perfeitamente do orgulho estampado nos olhos de seu pai quando despertou sua magia, quando foi declarado o Black mais novo ao fazer tal coisa. Mesmo agora, anos depoi...