Natal

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22/12/1972


O Natal se aproximava em um ritmo frenético, a maioria dos alunos, mesmo os mais reservados, se mostravam animados para o que viria a seguir, a exceção de Regulus Black particularmente não gostava do feriado e por algum motivo, o grupo dos marotos. Regulus supôs que isso se devia ao fato de que Sirius estavam sendo obrigado a voltar para casa para reunião de família e por isso não ficaria com os demais que permaneceriam na escola até dia primeiro, mesmo sem aulas.

Sua relação com Sirius não mudou nos dias em que se passaram, na realidade, ele parecia extremamente focado em fingir que nada estava de errado, sem sequer ter a certeza de se Sirius se lembrava da festa de comemoração ou se Remus havia falado algo para ele. Ele suspeitava que não.

Em alguns dias, os mais difíceis, Regulus ainda se perguntava se o irmão lembrava de sua promessa, se ainda seriam eles contra o mundo ou se agora o eles não o envolvia. Focado em ignorar isso, ele mergulhou ainda mais a cabeça nos livros.

Regulus era facilmente a pessoa mais inteligente de seu ano, talvez sua única comparação fosse Evan que era tão competitivo quanto o moreno, mas isso não o impedia de ganhar mesmo assim.

Talvez seja algo de família, um desejo entrelaçado nos ossos de uma estrela, mas Regulus gostava de ganhar, assim como Sirius também gostava e assim como todos de sua família que ele conhecia. É um desejo primitivo, algo do qual eles não conseguem escapar, possivelmente.

Foi exatamente por isso que ele se viu obrigado a realmente comparecer na festa de Natal de Slughorn.

Evan o estava provocando do outro lado do quarto, seus cabelos negros como a noite jogados para trás enquanto ele terminava de se secar, seu despudor ainda chocava Regulus em alguns momentos, dizendo que ele não era capaz de comparecer na festa e embora Regulus soubesse reconhecer suas táticas sujas para convencê-lo de fazer algo, ele ainda se deixou levar, se levantando da cama para tomar um banho, sem dizer nenhuma palavra.

Ele estava a meio caminho da sala de Slughorn quando alguém surgiu na outra metade do corredor, saindo do caminho que levava diretamente à comunal da grifinória e por um segundo a mente de Regulus foi levada à imagem de Sirius ou Potter, mesmo sabendo que não poderia ser nenhum dos dois, pelos grandes cabelos flamejantes, à menos que Sirius tenha cometido a grande atrocidade de pintar seus fios pretos.

Ele a reconheceu pouco depois, Lilian Evans, a garota que havia recusado James Potter no grande salão, a garota que possuía a maior média de notas do segundo ano e a garota que por algum motivo chamava tanto sua atenção.

Ele seguiu atrás dela em silêncio, seus passos sendo o único indício de que havia alguém ali, embora ela não tenha se virado em momento algum, seus cabelos balançando suavemente em suas costas à medida que ela andava e embora odiasse profundamente admitir isso, conseguia entender o fascínio de Potter, embora ainda achasse que grande parte dele era porque finalmente havia encontrado uma garota que o recusara.

Potter possuía uma fama exorbitante, mesmo dentro da sonserina, seus méritos com DCAT e as conquistas dentro do campo de quadribol, mesmo que até agora só tenha acontecido uma partida com a grifinória em campo. A lufa-lufa perdeu novamente em uma partida contra a corvinal deixando-a eliminada da competição pela taça, o que apenas favorecia a sonserina que estava um passo mais perto da vitória mesmo sem ter jogado. O jogo, em outros aspectos, também foi bom para poder analisar os jogadores em campo, mesmo que muitos deles não tenham se mostrado um grande enigma mesmo antes de começar a voar.

A sala de Slughorn era uma masmorra escura, iluminada por velas suspensas em candelabros, a cera caindo de tempos em tempos em uma goteira única que formava cera. As paredes de tijolos eram úmidas e escuras deixando o ar ainda mais sinistro, mesmo com as decorações que o professor havia se empenhado em colocar. Seu espírito sonserino, no entanto, o havia impedido de colocar algo vermelho entre as decorações, variando as cores entre verdes e douradas, o que Regulus apreciou.

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