poções

276 30 0
                                    

Regulus entrou no grande salão, poucos alunos já estavam presentes.
Ele viu Evan e Crouch discutindo sobre alguma coisa e não pode evitar um meio sorriso, antes de se juntar a eles, pegando uma torrada para comer, esperando que em poucos minutos o correio matinal adentrasse pelo grande salão.
A dois anos a guerra enfim havia estourado, sua família estava bem animada, principalmente pela possibilidade de que sua prima Bella se juntasse ao grupo e ajudasse a expurgar os trouxas e sangue ruins do mundo.
Tudo estava indo bem, o lorde das trevas não possuía muita resistência com a qual se preocupar, principalmente porque a resistência em si não usava magia das trevas ou magia cinza. Regulus achava isso ridículo.
Como em sã consciência, eles esperavam conseguir vencer o lorde se nem ousavam o enfrentar de igual para igual?
Patético.
Mas era tanto melhor assim.
Regulus sabia da complacência que seu irmão estava adquirindo por traidores de sangue e nascidos trouxas, fatos que só eram mais evidentes pelo seu grupo social, mas ele não conseguia compreender por quê.
Eles são bruxos. São poderosos, não deveriam precisar se rebaixar ou se esconder simplesmente por trouxas imundos não conseguem lidar com a superioridade e ainda pior que isso, não deveriam precisar aceitá-los quando demonstram o menor resquício de magia.
Eles só servem para destruir as coisas.
Com suas mãos imundas e morais turbulentas, vivendo em constantes guerras. Todos são desprezíveis.
Um fardo que apenas sujava o mundo bruxo.
Eles sequer conheciam suas tradições.
Ele podia não concordar com seus pais em muitas coisas, mas acreditava no que havia sido ensinado e estar rodeados de sangues-ruins, em uma escola como Hogwarts, era quase inaceitável.
Ele esperava que Bella tivesse sucesso.
Esperava poder se juntar a ela um dia, caso a guerra não tenha terminado.
Ele viu sua coruja, Cygnus, planar até si, estendendo a pata direita com uma carta amarrada.
Ele reconheceu a letra assim que a viu. Era de Walburga.
Ele a desamarrou rapidamente, verificando se Sirius também havia recebido uma e pela sua careta, supôs que sim.
Era uma mensagem curta e rápida.

"Sábados, em Hogsmeade, às 10 a.m"

Regulus dobrou bem o bilhete o enfiando no bolso de sua veste antes de estender o braço para outra coruja, pegando seu jornal matinal e colocando um nuque em sua bolsinha antes de vê-la voar para fora do salão, desviando de outra coruja mais atrapalhada.
Ele desdobrou o jornal e leu a primeira manchete, fazendo uma pausa para tomar uma xícara de chá.

"Casal de trouxas encontrados mortos em Tottenham Court, suspeita-se que dois dos autointitulados comensais da morte, os tenha matados.
O casal em questão possui uma filha de quinze anos, atual estudante da escola de Magia e Bruxarias de Hogwarts, a qual o nome não será divulgado por motivos de segurança.
Aurores chegaram ao local pouco depois de serem acionados, retirando os corpos e modificando as memórias dos presentes.
Até o presente momento, sem nenhum suspeito."

Ele escutou Evans fazer uma piada infame, enquanto Crouch se controlava para não rir.
Bartô, não era exatamente um seguidor fiel do lorde das trevas, mas tampouco estava do lado da luz. Ele era uma peça cinza, que talvez com a determinação certa, pudesse ser movido para um dos lados.
Ele era como um peão estagnado no meio do tabuleiro e Regulus não sabia o que pensar sobre isso.
Para ele estar em cima de um muro era tanto pior que escolher um lado, mas ele era jovem, havia muito que não conseguia compreender e Barty era legal, então por que causar confusões?
Ele abandonou o grande salão pouco depois, segurando o jornal em frente ao rosto enquanto lia a segunda página, ele notou os olhares frequentes o seguindo e odiava-os.
Se Sirius queria falar com ele deveria vir e falar, não apenas observar ao longe, mas claro, ele não o fez.
O vento frio cortava seu rosto enquanto ele cruzava o castelo para aula de poções, ele esperava que nenhum lufano explodisse o caldeirão dessa vez, ou que ao menos se atentassem as infusões que misturavam.
Slughorn mexia em um caldeirão, animadamente, quando entrou, seu sorriso não se alterando ao vê-lo.
Regulus escolheu um lugar ao fundo da sala, arrumando seus materiais de forma prática na mesa, antes de puxar um livro para ler.
Passou-se um tempo considerável antes que Slughorn começasse a falar, Regulus olhou para o lado, percebendo a ausência de um parceiro, não que ele achasse ruim. Era um peso a menos de qualquer forma, mas certamente era estranho.
Eles estariam trabalhando em uma poção para acalmar.
Ele ligou o caldeirão com um aceno de varinha e colocou parte dos ingredientes, indo procurar hidromel e xarope de heléboro, no estoque dos alunos.
Ele achou excepcionalmente simples, sua maior dificuldade eram os movimentos, mas se você fosse capaz de ser atento, tudo daria certo.
Ao final da aula, ele era um dos poucos que possuía uma poção rosa claro, ao invés de vermelho vivo.
Ele arrolhou dois fracos pequenos para o professor avaliar e começou a limpar a bancada antes de se livrar do resto de poção, suas mãos oscilavam um pouco, mas ele tentou se acalmar, não era hora para desabar.
Um Black não desaba.
No entanto, ele não conseguia parar de tremer. Ele segurou firme a bancada da mesa, tentando erguer os muros de sua oclumência, memórias desnecessárias não ajudariam em nada.
Não funcionou.
Discretamente ele arrolhou outros dois fracos de poções não era nada demais, ele se convenceu. Apenas o suficiente para parar de tremer e uma dose extra por preocupação.
Assim que saiu da sala, ele tomou, seu gosto doce grudando em sua garganta.
Ele notou para sua felicidade, que havia dado certo.

My Pur StarOnde histórias criam vida. Descubra agora