Orgulho

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A notícia sobre a humilhação da família Black não demorou para se espalhar pelos corredores gelados e espaçosos de Hogwarts, fazendo com que até mesmo aqueles que não pertencem ao sagrado vinte e oito começassem a comentar.

A posição de Sirius estava clara, ele não se importava com os boatos, a menos que se referissem a Andrômeda por xingamentos chulos, de restante, ele se mostrava completamente ao lado dela e sem o menor interesse na honra ferida de sua família.

Regulus se mostrava um pouco mais agressivo quando um dos comentários chegavam a seus ouvidos, em uma das ocasiões, mesmo que nenhum professor ou monitor possa provar, ele amaldiçoou um lufano que teve o azar de estar na hora errada no lugar errado.

Aos poucos as pessoas aprenderam que seria melhor deixar esse assunto de lado e mesmo os amigos de Regulus pareciam estar andando em ovos para se referir a sua família.

Os professores não pareciam tão conscientes ou solidários assim, alguns como Slughorn fez vários comentários sobre a infelicidade de uma ex membro de seu clube ter tomado uma decisão tão imprudente quanto essa, embora Regulus tivesse certeza de que ele só estava chateado por perder um benefício que sua prima poderia ter lhe arrumado em algum momento da vida, o que ele, particularmente, achou estúpido. Não é como se os Black's fossem conhecidos por serem caridosos. Alguns ousariam dizer que é o oposto na realidade.

Os sonhos de Regulus começaram a se tornar cada vez mais inconstante também, variando desde a queda do nome de sua família, até uma história confusa sobre ele ser um fracasso para o nome que carrega, até Sirius o abandonando no escuro. O último era sempre mais doloroso, mesmo que ele se recusasse a admitir.

Os treinos de quadribol, mesmo que ele não tivesse permissão para jogar e todos os times estivessem usando a quadra sempre que possível, se tornaram mais frequentes, junto aos esbarrões com James Potter que parecia levar a filosofia de voar para se distrair, tão à sério quanto ele próprio.

Em cima de uma vassoura, James Potter é uma pessoa completamente diferente, mais focado, mais tranquilo, mais decidido, mais habilidoso. Seus dedos raramente perdiam uma bola e quando isso acontecia, ao invés de perder a calma como Regulus costumava fazer, ele apenas dava um daqueles sorrisos que fazia com que muitas garotas olhassem para ele no grande salão.

Regulus percebia esses olhares, a forma como as pessoas olhavam para ele sem nenhum pudor, quase como se isso pudesse magicamente o fazer flutuar até elas e embora ele mesmo recebesse alguns desses olhares, nunca eram tão intensos quanto os de Potter.

Com o tempo, Peter Pettigrew começou a aparecer em alguns dos treinos de Potter, embora sua cara, na maioria dos dias emburrada, indicasse que ele não estava ali realmente por vontade própria. Um dia James confessou-o que ele se sentia melhor quando tinha um dos amigos para fazer companhia nos treinos e que embora Sirius e Remus fossem relutantes demais em acordar cedo, ele sempre conseguia convencer Peter a acompanhá-lo.

Por algum motivo que Regulus não era capaz de compreender, os falatórios de Potter começaram a se tornar mais suportáveis, embora ele ainda preferisse o silêncio, se o perguntasse, era decididamente mais fácil de lidar com o entusiasmo dele. 

Regulus ignorou esse pensamento enquanto se dirigia para sua aula de DCAT, que para sua infelicidade, é uma aula quase puramente teórica no primeiro ano. Quando Regulus para pra pensar faz sentido levando em conta as crianças que estudam com ele, sobretudo, os nascidos trouxas que mal sabem como segurar uma varinha corretamente. Claro, ele precisava dar o braço a torcer, havia exceções, como aquela garota de cabelos cor de fogo que recusou Potter no grande salão e Remus Lupin, que parece sempre ter a resposta certa para tudo, mas a maioria são incompetentes e pouco merecedores do dom que receberam, em sua opinião.

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