Some people survive chaos
And that is how they grow.
And some people thrive in chaos,
Because chaos is all they know <3
For my moony.
-------------------------------------------//---------------------------------------------------Regulus se sentiu estranho, ele nunca havia se sentido assim antes.
Era como se uma brisa suave de uma tarde qualquer de outono tivesse invadido o conforto de sua capa de couro de dragão e arrepiado sua pele sensível. Ele estava animado.
Não era do feitio dos Black's se deixar parecer animado.
Ele reprimiu as emoções enquanto atravessava o portal da plataforma 9 ¾ e seguiu seu irmão, que parecia estupidamente animado.
Ele sempre ficava assim quando chegava primeiro de setembro.
Por dois anos Regulus esperou que seu irmão lhe contasse tudo que o fazia se sentir tão bem, dentro daquele vagão vermelho que o levava para longe. Ele nunca contou, mas tudo bem, agora era, enfim, sua vez.
Ele sentiu novamente aquele frio na barriga e odiou profundamente.
Sua mãe falava, sempre contida e de forma aristocrática, como era importante ele manter o legado da linhagem Black e restaurar a desgraça que Sirius causou.
Ele observou de canto seu irmão revirando os olhos, aproveitando a liberdade de não ter os olhos furiosos de Walburga em cima de si, enquanto sorria etéreo para outro lugar.
Normalmente Regulus olharia também para saber do que ele estava rindo, mas ele não podia.
Com o tempo sua mãe se cansou de reclamar de Sirius, talvez impelida pelo apito do trem e os liberou para entrar, limpando a ponta de seu nariz antes de mandá-lo se cuidar bem.
No fundo Regulus gostaria de acreditar que ela era uma boa mãe, apenas um pouco radical, mas que ela se importava com eles, com sua família.
— Vem comigo! — Sirius instruiu enquanto atravessavam vagões lotados do trem. Ele intencionalmente evitava passar do lado direito, apenas por não querer que sua mãe os visse. Isso atiçava ainda mais a sua curiosidade.
— Para onde vamos? — A curiosidade acabou o vencendo.
— Você vai ver — Ele respondeu entretido, olhando por sob os ombros.
Andaram até o último vagão, vez ou outra Sirius passava as mãos nervosamente pelo cabelo, ele estava deixando crescer desde o verão passado, combinava com ele.
Pararam em frente à porta, Sirius hesitou por um segundo. Sirius nunca hesitava, Regulus levantou a sobrancelha confuso, enquanto Sirius empurrava a porta do vagão com um sorriso no rosto.
— Sirius! — ele escutou alguém gritando do lado de dentro.
Ele entrou encontrando um jovem de cabelos revoltos e pele negra agarrado em seu irmão em um abraço feroz, seu rosto exibia um belo sorriso, com covinhas sobressalentes em cada bochecha.
Usava uma roupa bruxa típica, parecia cara, provavelmente era. Não se lembrava de seu irmão já ter o mencionado antes.
Havia outros dois no vagão.
O primeiro parecia assustado, ou talvez fosse apenas sua cara habitual, encolhido no canto do vagão, escondido atrás de uma caixa de chocolate búlgaro, tentando desviar o olhar dos seus. Regulus o olhou de cima a baixo antes de olhar para o segundo cara.
Sirius enfim havia se libertado do abraço e agora se escorava em seu ombro, em uma casualidade estranha para um ambiente tão... aberto.
Seus cabelos cor de palha destacavam em seu rosto assimétrico, seu olhar era duro, como se estivesse olhando uma presa pronta para ser abatida, Regulus não se abalou.
Ele vestia vestes trouxas que pareciam velhas e gastas, ele segurava um livro entre as mãos, as juntas de seus dedos brancas como se estivesse fazendo força.
— Esse... — Sirius fez um suspense desnecessário — É Regulus!
O de cabelo revolto pareceu se animar rapidamente como se reconhecesse o nome, o segundo se contraiu ainda mais sobre o banco, como se o nome causasse a reação oposta, o terceiro não parecia mais tranquilo, na realidade, seu corpo estava mais enevoado que antes, seus olhos pareciam menos humanos.
— Sou Potter! — O garoto estendeu a mão. Instintivamente Regulus recuou um passo. Ele não pareceu se abalar. — James, James Potter.
Ele reconheceu o nome.
Era o filho único da família deserdeira do sagrado vinte oito. Traidores de sangue.
Ele olhou para Sirius assustado, que propositalmente desviou o olhar.
— Esse é meu irmãozinho — ele esclareceu para os restantes. — E esses são Peter e Remus — ele apontou para os garotos.
Novamente reações opostas.
Peter, estremeceu levemente, enquanto Remus relaxou contra o assento, segurando o livro de forma mais despretensiosa.
Regulus continuou estático, incrédulo com aquele grupo.
Um aparente nascido trouxa, um traidor de sangue e seu amigo.
Ele girou nos calcanhares antes de sair do vagão, escutando Sirius o chamar ao fundo.
Ele não parou até sentir uma mão em seu ombro.
— O que está fazendo? — Sirius perguntou.
— O que você está fazendo?! — Ele controlou sua voz — Sabe o que mamãe vai fazer se descobrir o que você anda fazendo?
— Ela não vai descobrir se você não contar — Regulus revirou os olhos — Qual é, Reg... Lembra, nós dois contra o mundo.
Regulus mordeu os lábios, se repreendendo em seguida.
— Por que eles?
— São legais e me acolheram aqui. São uma família.
— Não Sirius. — Ele suspirou fundo — Nós somos uma família!
— Claro, claro — ele levantou as mãos em rendição — sempre seremos, mas não existe problema em incluir uma pessoa ou duas, não acha?
Não haveria?
Regulus não poderia saber.
Ele sentiu novamente um frio na barriga, na verdade era uma sensação ruim, ele tentou ignorar e empurrar essa sensação para o fundo da sua cabeça e forçou um sorriso fino, que não se espalhou por seu rosto, mas o suficiente para animar seu irmão que o arrastou de volta para o vagão.
James e Peter estavam entretidos conversando sobre quadribol, debatiam a última partida da Irlanda e por um segundo Regulus pensou em se intrometer, mas se conteve.
Descobriu também que Remus havia aberto espaço no banco para que se sentassem, lugar esse que Sirius ocupou pouco depois, sorrindo fundo, tentando puxar assunto com o tal de remus, que respondia contido, vez ou outra sorrindo e arriscando olhares por cima do livro.
Regulus revirou os olhos antes de se sentar ao seu lado.
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My Pur Star
Fiksi PenggemarRegulus Arcturus Black sempre foi um bruxo excepcional. Ele ainda podia se lembrar perfeitamente do orgulho estampado nos olhos de seu pai quando despertou sua magia, quando foi declarado o Black mais novo ao fazer tal coisa. Mesmo agora, anos depoi...