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Soraya
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Não sei o que seria de mim se a, qual o nome dela mesmo? Ô cabeça, a Simone, isso, se ela não tivesse aparecido naquele momento que aqueles caras estavam me assediando, que raiva de passar por isso de novo, mas ela surgiu e me salvou... sim, ela me salvou, e eu acho que nunca vou esquecer, ninguém nunca havia feito algo assim por mim, Simone foi minha heroína, e me ajudou, mesmo sem saber, com que eu não tivesse tantos gatilhos dessa vez. Ela era incrível, embora eu tivesse conhecido ela um pouco melhor hoje, deu pra sentir isso, essa energia boa que ela tem, até me deu uma carona para o trabalho, quem faria isso hoje em dia? Segui concentrada no meu trabalho depois de pensar por alguns minutos sobre tudo o que aconteceu hoje, eu até me sentia bem, e fiquei feliz por algo que ela me falou, sobre meu sorriso, ela disse que ele era lindo, ela é uma fofa mesmo, já tô até pensando em ir novamente lá na lojinha, e levar outras flores, para trazer mais alegria pra minha casa, quero colocá-las na minha janela, na minha sala e no meu quarto, vai ficar perfeito. Estava fazendo anotações sobre algumas coisas quando recebi uma ligação, o número eu não conhecia, pensei se atendia ou não, até que resolvi atender. _Alô?_ a linha ficou muda por um momento, até que uma voz muito conhecida por mim soou do outro lado. Que droga, como ele conseguiu meu novo número, será que ele nunca vai me deixar em paz?

_Que saudade de ouvir essa sua doce voz meu amor_ senti vontade de vomitar.

_Não me chame mais assim, eu não sou mais o teu amor. Como você conseguiu meu número?_ falava um pouco baixo, não queria incomodar meus colegas ali.

_Nossa Soraya, que estresse, alguém ainda não deu o que você tanto quer?_ que filho da puta.

_Olha aqui Carlos..._ falei um pouco alto, e algumas pessoas ficaram me olhando, que vergonha, baixei mais o meu tom de voz. _Você me respeite, aceite que acabou, para de me importunar, vou te bloquear_ desliguei na cara dele, e logo bloqueei seu número, será que eu nunca ia ter paz? Por que é tão difícil entender que acabou? Que saco. Sentir uma vontade enorme de chorar, mas me contive, eu não podia fraquejar, precisava ser forte, procurei pensar em outras coisas, e eu pensei na... Simone? Por que ela veio em meus pensamentos? Ela era algo bom de se lembrar, é isso, voltei a minha atenção aos trabalhos, e assim seguir o resto do dia, quando vi já estava anoitecendo. Arrumei minhas coisas e logo eu sair, atravessei para um restaurante que tinha em frente ao meu trabalho, comprei algo para levar pra casa, para jantar, hoje eu não queria fazer janta. Fui a pé até que encontrei um táxi, que milagre, tenho um azar pra não encontrar, cheguei em casa mais rápido e segura. Deixei a janta na mesa e antes de ir pro banheiro, fiquei admirando por um momento os girassóis em minha mesa, e mais uma vez lembrei do que a Simone me disse, "você deveria sorrir mais vezes", e involuntariamente eu... sorrir. Fui para meu quarto, tirei minha roupa, me enrolei na toalha e fui para o banheiro, fiquei um bom tempo lá, pensando em tantas coisas que nem sei no quê exatamente, dessa vez eu me permiti chorar, coloquei tudo o que estava sentindo naquele momento pra fora em forma de lágrimas.
Amanhã seria minha folga, então eu iria aproveitar para ir até a loja da Simone, assim eu poderia olhar com mais calma todas as outras flores que ali haviam. Arrumei minha casa, deixei tudo limpinho, jantei, e depois fui assistir alguma bobagem que poderia estar passando, amanhã seria um novo dia.

Acordei num sobressalto, eu estava ofegante, e suada, os travesseiros estavam jogados pelo chão, a cama estava toda bagunçada, que merda, eu tive um sonho com o Carlos, que droga, calma Soraya, foi um sonho, tudo não passou de um sonho, eu falava pra mim mesma, me convencendo de que nada daquilo iria acontecer, levantei e arrumei a cama, fiz minha rotina matinal, e fui preparar um café, olhei no relógio e ainda era 7:30, estava cedo ainda, mas eu não iria mais conseguir voltar a dormir, continuei fazendo minhas coisas, até que quando deu nove horas eu fui me arrumar, iria comprar as flores. Tomei um banho, escovei os dentes e fui me arrumar, coloquei um vestido mais soltinho, e decidi usar uma sandália rasteirinha, hoje o dia estava um pouco quente, deixei o cabelo amarrado num rabo de cavalo, passei um batonzinho, um lápis nos olhos e logo sair. Demorei um pouco para chegar, pois hoje nenhum táxi parou pra mim, que droga hein? Ao avistar a lojinha abrir um largo sorriso, atravessei e logo entrei, e avistei a Simone de costa, digitando algo em seu computador. _Olá..._ eu falei ainda parada perto da porta, ela logo virou, sorrindo pra mim.

_Oi Soraya, que bom que voltou_ ela disse e eu sorri outra vez, só que dessa vez, para ela.

_Eu disse que viria, não foi?_ me aproximei mais um pouco dela.

_Fico feliz, você é minha primeira cliente do dia_ sorrimos cúmplices.

_Pode me apresentar as flores? Confesso que conheço bem pouco sobre elas_ falei de forma envergonhada.

_Claro minha flor_ nesse momento sentir as borboletas que eu achava que estavam mortas no meu estômago fazerem uma festa após ouvir isso dela, "minha flor". Ela logo foi me apresentando todas que haviam ali, tulipas, de cores variadas, rosas brancas e vermelhas, amarílis, azaleia, botão-de-ouro, eu me encantei por elas, e muitas outras que ela me mostrou, eu estava encantada com todas. _O que achou? Gostou de alguma?_ eu tinha amado todas, mas não poderia levar todas elas.

_Eu estou apaixonada Simone, são todas lindas, assim como você_ eu soltei sem nem perceber, ainda olhando para elas.

_Você acha mesmo?_ ouvi ela me perguntar.

_O quê?_ ela estava com um sorriso lindo no rosto, e me olhando com aqueles olhos tão... lindos.

_Sou linda como essas flores?_ eu fiquei vermelha, pois sentir logo meu rosto esquentar, desviei meu olhar do seu por um momento.

_Cla- claro que sim Simone, tenha certeza disso_ seu sorriso aumentou mais ainda.

_Obrigada meu bem. Você é linda também_ fiquei um pouco sem jeito, pelo elogio tão sincero, eu não recebia há um bom tempo.

_Obrigada por isso_ ela franziu o cenho um pouco.

_Isso o quê?_ ela perguntou confusa.

_Pelo seu elogio, sincero..._ lhe falei a verdade.

_Não está acostumada?_ ela me perguntou com um sorrisinho de canto.

_Sinceros não... muitos que ouvir tinha um pouco de maldade por trás deles, sabe?_ tentei lhe explicar.

_Entendi... espero que se acostume com os meus então, eu espero que possamos nos encontrar mais vezes agora_ ela sorriu e piscou pra mim logo em seguida.
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Sou igual a soso em relação à elogios 😂🥺

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