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Simone
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_Amor... cheguei amor_ escutei a Soraya chamar e bater a porta.

_Vem cá amor, rápido_ ela chamou de novo, deixei de lado as coisas que estava lavando na cozinha e corri até ela.

_Oi amor, sentindo alguma coisa?_ perguntei já preocupada.

_Não amor... desculpa te assustar... er, eu queria te mostrar uma coisa que comprei_ ela me deu um sorriso sapeca.

_Ah sim... cadê?_ enxuguei minhas mãos na minha roupa mesmo, vim depressa que nem peguei o pano.

Ela se sentou no sofá e tirou de dentro de uma sacola de papel um pequeno embrulho, desfez o laço que tinha e abriu, logo pude ver uma roupinha de bebê, na cor amarela, com vários desenhos de ursinhos, era uma calça, blusinha, sapatinhos e luvinhas, fiquei apaixonada.

_Que lindo amor... ahh_ me sentei ao lado dela, lhe dando um beijo na testa.

_Gostou amor? Comprei na volta pra casa... o táxi passou em frente à uma lojinha de bebê, pedi pra ele parar e fui lá_ ela falava empolgada.

_Eu amei... qualquer dia vamos sair para comprar algumas coisinhas pra ele ou pra ela amor_ ela sorriu e se levantou.

Me levantei também, e ela guardou de volta a roupinha, pegou sua bolsa e outra sacola, parecia ser de outra loja. Ela saiu na frente e percebi o seu jeito de andar diferente, como se estivesse com alguma dor na perna.

_Por quê está andando assim Soraya?_ ela parou e franziu a testa quando virou.

_Eu não te disse?_ balancei a cabeça em negação.

_Er... foi de ontem amor_

_De ontem? O quê?_ Soraya já estava ficando corada.

_Fizemos altas loucurinhas ontem, lembra?_ logo me lembrei da noite quente que tivemos ontem, eu havia usado algo com ela, e também passamos o restante da noite transando.

_Eu... eu te machuquei, é isso?... merda, eu devia ter pegado leve, você grávida agora amor_ e se isso pudesse prejudicar o bebê?

_Calma Simone, você foi incrível como sempre_ ela se aproximou de mim e me deu um beijo.

_Mas agora você mancando, precisamos ir no médico... é isso, vamos no médico_ ela começou a sorrir do meu pequeno desespero.

_Não vamos a lugar nenhum amor, te acalma... aliás, iríamos dizer o quê para a médica? Que o motivo de eu estar assim foi porque passamos a noite transando? Meio constrangedor né?_ e logo começou a gargalhar alto.

_Ai amor, fiquei preocupada... mas, nossa estava tão bom que eu nem sentia vontade de parar_ falei me lembrando de ontem.

_Podemos repetir hoje, amanhã, depois, depois e depois, todo dia amor... humm _ Soraya deu um beijo em meu pescoço.

_Para... que eu começo a fazer isso agora mesmo_ eu disse e sorri pra ela.

_Safada da minha vida_ ela falou e logo foi para o quarto.

Voltei para a cozinha e fui terminar de lavar as coisas, deixei tudo limpinho e fui limpar o carro também.

_Amor..._ Soraya deu outro grito do quarto, me assustando de novo.

Antes que eu fosse até o quarto ela veio em minha direção, trazia consigo a sacolinha que eu tinha visto quando ela chegou.

_Comprei um presente pra você... toma, espero que goste amor_ ela me entregou a sacola e me sentei no banco que tinha ali na garagem.

Tirei de dentro da sacola a pequena caixa que tinha, era um pouco pesadinha até. Ao abrir, me deparei com uma câmera fotográfica Polaroid, da cor preta, era daquelas que sai a foto na hora. Fiquei feliz pelo presente, estava com um sorriso enorme no rosto, mas que aos poucos foi se desfazendo, eu havia me lembrado do sonho, fez uma semana desde que tive, e ainda não tinha contado para ela.

_Não gostou amor?_ ela perguntou apreensiva.

_Claro minha flor... é linda, eu só, é... eu me lembrei de uma coisa..._ falei baixinho.

_O quê? Quer me contar?_ ela se sentou ao meu lado também.

_Foi um sonho minha princesa_ comecei a olhar melhor a câmera.

_Sabe o que podemos fazer?_ Soraya estava tão animada.

_O quê meu amor?_ ela se levantou e sentou em meu colo.

_Podemos tirar várias fotinhos, e colar todas na porta da geladeira, o que acha? Meu sonho era fazer isso..._ o sonho novamente me veio em mente, que droga.

_Eu adorei a idéia, vai ficar lindo amor_ deixei um beijo em seu ombro.

_Quando você quiser lembrar de mim, vocêuma olhada nos retratinhos que iremos tirar juntas_ ela disse de forma despreocupada e com um sorriso no rosto.

_Por quê você diz isso? Assim, dessa forma?_ eu decidi perguntar, já fazia uns dias que ela não falava coisas como forma de despedida.

_Por nada amor... é pra você lembrar de mim, quando eu não estiver aqui, estiver no trabalho por exemplo_ tentei não voltar a lembrar do sonho, e nem me aprofundar nas coisas que ela me dizia, doía isso.

Ela saiu de cima de mim e foi guardar o presente, mas logo voltou e foi me ajudar a lavar o carro. Começamos mais a brincar do que limpar o carro, eu jogava água na Soraya com a mangueira e me escondia atrás do carro, depois ela fazia o mesmo.

Após o carro ficar limpo, entramos ensopadas em casa, pela pequena brincadeira que fizemos. Tomamos um banho gostoso entre beijos e amassos, parece que Soraya ficou com mais vontade de transar depois que engravidou, e eu adorava.

Fomos para a cozinha preparar o almoço, logo Janja apareceu, veio passar o dia com a gente. Soraya ficava feliz quando ela nos visitava, elas tinham uma linda amizade, ela costumava dizer que eu e Janja se tornou sua família, após nos conhecer, desde que seus pais morreram.

Seguimos o dia assim, mas eu não conseguia esquecer das coisas que Soraya me falou, e do presente que ela me deu...
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"Há pessoas que amam como
se não houvesse amanhã
E há aqueles que amam
imaginando se o seu amor
ainda estará ali pela manhã"
🤍🦋

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