Horrorizada com a súbita intromissão na nossa privacidade, eu me sentei apressadamente no braço do sofá, ajeitando minha saia enquanto isso.— ... da reunião das duas horas está aqui.
Precisei de alguns segundos intermináveis de pânico para perceber que Andrade e eu ainda estávamos sozinhos na sala, que a voz que eu tinha ouvido vinha de um alto- falante. Andrade se sentou na outra ponta do sofá, parecendo irritada, com a respiração ofegante. A braguilha da calça ostentava o volume de uma ereção impressionante. Apavorada, imaginei com que aparência eu deveria estar. E já tinha passado da hora de voltar ao trabalho.
— Meu Deus. — Andrade passou as mãos pelo cabelo. — Estamos no meio do expediente. E na porra do meu escritório!
Eu me levantei e tentei me recompor.
— Espere. — Ela veio até mim e levantou minha saia de novo.
Furiosa com o que quase havia acontecido quando eu deveria estar trabalhando, dei um tapa nas mãos dela. — Pare com isso. Me deixe.
— Fique quieta, Juliette. — Ela disse com um sorriso, pegando nas mãos a barra da minha blusa de seda preta e a recolocando no lugar, de modo que ficasse ajustada e que os botões formassem de novo um arco perfeito em torno dos seios. Depois ela abaixou minha saia de volta, alisando-a com suas mãos seguras e competentes. — Prenda direito o cabelo.
Andrade vestiu o paletó, acomodando-se dentro dele antes de ajustar os cabelos. Chegamos à porta no mesmo instante e, quando me abaixei para apanhar minha bolsa, ela me acompanhou no mesmo movimento.
Então pegou meu queixo e fez com que eu olhasse para ela. — Ei. — Ela disse com uma voz suave. — Está tudo bem?
Minha garganta queimava. Eu estava excitada, irritada e morrendo de vergonha. Nunca tinha perdido a cabeça dessa forma antes. E detestava o fato de isso ter acontecido com ela, uma mulher cuja noção de intimidade sexual era tão asséptica que me deixava deprimida só de pensar.
Livrei meu queixo do seu toque. — Eu pareço estar bem?
— Você está linda e louca para trepar. Me deixou com tanto tesão que até dói. Estou a ponto de voltar para aquele sofá e fazer você gozar até não aguentar mais.
— Não dá pra acusar você de não ser direta. — Resmunguei, deixando claro que não estava ofendida. Na verdade, a brutalidade do desejo dela era um potente afrodisíaco.
Apanhando a alça da bolsa, eu me pus de pé sobre as pernas bambas. Precisava me afastar dela. E, quando o dia de trabalho terminasse, precisava de um tempo sozinha com uma boa taça de vinho.
Andrade também se levantou. — Vou apressar tudo aqui pra terminar até as cinco. Aí desço pra pegar você.
— Não, senhora. Isso que aconteceu agora não muda nada. — É claro que muda.
— Não seja arrogante, Andrade. Posso ter perdido a cabeça por um momento, mas isso não significa que eu queira o mesmo que você.
Seus dedos agarraram a maçaneta da porta. — Você quer, sim. Só não quer que seja da maneira como estou oferecendo. Só precisamos alinhar alguns pontos.
Outra vez a linguagem de negócios. Fria e impessoal. Comecei a me irritar de novo. Pus minha mão sobre a dela e abri a porta, passando por baixo de seu braço para empurrá-la. Seu secretário se levantou rapidamente, assim como a mulher e os dois homens que esperavam por Andrade. Ouvi quando ela disse:
— João vai conduzi-los até minha sala. Volto em um instante.
Ela me alcançou na recepção, passando o braço pelas minhas costas e me agarrando pelo quadril. Eu não queria causar nenhum constrangimento, então esperei até chegar ao elevador para afastá-la.
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Sou sua
Fiksi PenggemarJuliette acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade. Tudo parece correr bem, até que ela conhece a jovem bilionária Sarah Andrade que imediatamente se interessa por ela. Juliette faz tudo o que pode para resistir à tent...