— Com licença.
Saí da mesa à procura de Sarah. Vi que estava no bar e fui até lá. Ela estava agradecendo ao barman com dois copos na mão quando a abordei. Peguei meu copo e virei em um gole, sentindo meus dentes doerem ao toque dos cubos de gelo.
— Juliette ... — Havia um leve tom de reprimenda em sua voz.
— Estou indo embora. — Eu disse sem rodeios, passando ao seu lado para deixar o copo vazio no balcão. — Não considero isso uma fuga, porque estou avisando com antecedência, e você pode ir comigo se quiser.
Ela bufou, deixando bem claro que entendia o motivo do mau humor. Ela sabia que eu sabia.
— Não posso ir embora agora. Virei as costas.
Ela me pegou pelo braço. — Não vou conseguir ficar se você for embora. Você não tem por que ficar chateada, Juliette.
— Ah, não? — Olhei para o ponto em que sua mão me agarrava. — Eu avisei que era ciumenta. E, desta vez, você me deu uma boa razão pra isso.
— Só porque me avisou você acha que pode dar uma de ridícula?
Seu rosto estava relaxado e seu tom de voz, calmo e controlado. Ninguém seria capaz de notar à distância a tensão que havia entre nós, mas seus olhos diziam tudo. Brilhavam de fúria e luxúria. Ela era muito boa em combinar as duas coisas.
— Ridícula, é? E o que você fez com Daniel, o instrutor da academia? Ou com Martin, um membro da minha família? — Cheguei mais perto e sussurrei — Eu nunca trepei com nenhum dos dois, muito menos concordei em me casar com eles! E pode ter certeza de que não converso todo santo dia com nenhum deles!
Em um gesto abrupto, ela me agarrou pela cintura e me puxou para perto. — Você precisa ser comida agora mesmo. — Ela cochichou no meu ouvido, mordendo a ponta da minha orelha.
— Não devia ter feito você esperar.
— Vai ver você fez tudo de caso pensado, rebati. — Estava se poupando pro caso de uma velha chama se acender e você preferir trepar com outra pessoa.
Sarah virou sua bebida e depois me segurou pela cintura com toda a força antes de me conduzir até a porta. Ela sacou o celular do bolso e chamou a limusine. Quando chegamos à rua, o carro já estava lá.
Sarah me empurrou porta adentrou e ordenou para José — Dê umas voltas no quarteirão até eu mandar parar.
Ela entrou logo depois de mim, tão perto que eu conseguia sentir sua respiração contra as minhas costas nuas. Pulei para o outro assento, determinada a manter distância dela...
— Pare com isso. — Ela gritou.
Caí de joelhos no assoalho acarpetado, com a respiração acelerada. Eu poderia correr até o fim do mundo, mas ainda assim não ia escapar do fato de que Kerline Cardoso era uma companhia muito melhor para Sarah do que eu. Era calma e elegante, uma presença tranquilizadora até para mim, a pessoa que estava surtando ao tomar conhecimento de sua existência. Meu pior pesadelo.
Sua mão se enrolou em meus cabelos soltos, prendendo-me. Suas pernas abertas envolveram as minhas, puxando-me com tanta força que minha cabeça encostou em seu ombro.
— Vou fazer agora uma coisa de que nós duas precisamos, Juliette. Vamos trepar até essa tensão se dissipar o suficiente para podermos voltar para o jantar. E não se preocupe com Kerline, porque, enquanto ela fica lá dentro, vou estar aqui, dentro de você.
— Está bem. — Sussurrei, passando a língua por meus lábios secos.
— Você esqueceu quem é que manda aqui, Juliette. — Ela falou asperamente. — Abri mão do controle por sua causa. Cedi e ajustei meu comportamento pra você. Faço qualquer coisa pra deixar você feliz. Mas não aceito cabresto nem chicote. Não confunda minha boa vontade com fraqueza.

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Sou sua
FanfictionJuliette acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade. Tudo parece correr bem, até que ela conhece a jovem bilionária Sarah Andrade que imediatamente se interessa por ela. Juliette faz tudo o que pode para resistir à tent...