Cap 11

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Sarah passou a mão pelos cabelos e bufou. — Não acho que você queira isso.

De repente eu me senti cansada, exaurida de tanto lutar contra mim mesma por causa dela. — Quero, sim, de verdade. Foi... um erro.

Ela cerrou os dentes. — Não foi. A maneira como me comportei depois é que foi um erro.

Olhei bem para ela, surpresa com sua capacidade feroz de negação. — Eu não estava falando de sexo, Sarah. Estava me referindo ao fato de concordar com o tipo de relação que se estabeleceu entre nós. Estava na cara que ia dar errado desde o começo. Eu deveria ter seguido meus instintos.

— Você não me quer mais?

— Não é isso. É que...

— Não como eu disse no bar. De verdade.

Meu coração disparou. — Do que você está falando?

— De tudo. — Ela chegou mais perto. — Eu quero ser sua.

— Não foi isso que pareceu no sábado. — Apertei ainda mais os braços.

— Eu estava... insegura.

— E daí? Eu também.

Ela pôs as mãos na cintura. Depois cruzou os braços como eu. — Por favor, Ju.

Vi que ela estava remoendo alguma coisa e senti um fio de esperança. — Se é isso que você tem a dizer, estamos conversadas.

— Não estamos, não.

— Se você vai entrar em parafuso toda vez que a gente transar, não temos nem por que começar.

Ela estava visivelmente escolhendo as palavras. — Estou acostumada a ficar no controle. Eu preciso disso. E você mandou essa ideia para o espaço na limusine. Eu não soube como lidar com isso.

— Jura?

— Ju. — Ela chegou mais perto. — Nunca fiz isso antes. Pensei que nem fosse capaz. Agora que aconteceu... não posso abrir mão. Não posso abrir mão de você.

— É muito simples, Sarah. Por mais que o sexo seja bom, uma relação puramente sexual pode mexer seriamente com sua cabeça se o convívio com a outra pessoa não fizer bem pra você.

— Nada disso. Admito que pisei na bola. Não posso mudar o que aconteceu, mas tenho o direito de ficar puta se você não quiser mais sair comigo por causa disso. Você impôs as regras e eu concordei, mas você não abriu mão de nada pra se adaptar a mim. Precisamos encontrar um meio termo. — Seu rosto estava carregado de frustração. — Você precisa ceder pelo menos um pouco.

Olhei bem pra ela, tentando entender o que estava acontecendo e aonde aquilo ia chegar. — O que você quer, Sarah? — Perguntei calmamente.

Ela me abraçou e segurou meu queixo com uma das mãos. — Quero continuar me sentindo como me sinto quando estou com você. Só me diga o que preciso fazer. E

não se comporte assim quando eu fizer bobagem. É tudo novidade pra mim. Um aprendizado.

Pus a minha mão sobre seu coração e senti que estava disparado. Ela parecia ansiosa e apaixonada, e isso me levou ao limite. O que eu deveria responder? Deveria seguir meus instintos ou usar o bom senso?

— O que exatamente é uma novidade pra você?

— O que for preciso pra passar o maior tempo possível com você. Na cama e fora dela. A onda de satisfação que me arrebatou naquele momento foi absurdamente poderosa.

— Você é capaz de imaginar como vai ser complicada a nossa relação, Sarah? Ela mal começou e eu já estou exausta. Além disso, tenho umas coisas para resolver comigo mesma, além do emprego novo... da minha mãe maluca... — Meus dedos cobriram sua boca antes que ela a abrisse. — Mas acho que vale o esforço, e quero muito você. Então não tenho escolha, não é?

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