— Oi, gata. — Cumprimentou Camilla quando saí do quarto na manhã seguinte. Vestida apenas com uma calça velha, ela estava deitado no sofá com os pés cruzados
em cima da mesa de centro. Estava linda, todo largada, despreocupada com a própria aparência e confortável. —Dormiu bem?
Fiz sinal de positivo com o dedo e fui pegar um café na cozinha. Parei no meio do caminho, com uma expressão de surpresa diante do enorme buquê de rosas vermelhas no balcão. O aroma era divino, e respirei bem fundo para senti-lo.
— O que é isso?
— Chegou faz mais ou menos uma hora. Entrega dominical. Uma beleza, mas não sai nada barato.
Desgrudei o cartão do papel celofane e o abri. AINDA ESTOU PENSANDO EM VOCÊ. SARAH.
— Foi Andrade que mandou? — Camilla perguntou. — Foi.
Passei o dedão por cima do que imaginei ser sua caligrafia. Era sexy. Um gesto romântico de uma mulher que não tinha o romance em seu repertório. Larguei o cartão no balcão como se estivesse queimando meus dedos e enchi uma caneca de café, rezando para que a cafeína me desse forças e restaurasse meu bom senso.
— Pelo jeito você não gostou muito. — Ela baixou o volume do jogo de beisebol a que estava assistindo.
— Ela não faz bem pra mim. É um gatilho pra coisas não muito agradáveis. Preciso ficar longe dela.
Camilla havia feito terapia comigo, então sabia do que eu estava falando. Não estranhou quando apelei para o jargão da psicanálise e não se furtou a responder na mesma moeda.
— O telefone ficou tocando a manhã toda. Eu não queria causar nenhuma perturbação, por isso deixei no silencioso.
Sentindo um formigamento entre as pernas, eu me aninhei no sofá e lutei contra a vontade de ver se Sarah havia deixado alguma mensagem. Queria ouvir a voz dela, e alguma explicação para o que tinha acontecido na noite anterior.
— Boa ideia. Pode deixar assim mesmo o resto do dia. — O que aconteceu?
Soprei a fumaça do meu café e tentei dar um gole. — Fiz com que ela perdesse a cabeça na limusine e depois disso ela se fechou como uma porta.
Camilla me olhava com seus olhos pretos e expressivos, que já haviam visto muito mais do que deveriam.
— Você abalou as estruturas dela, então?
— Pois é. Fiquei irritada só de pensar. A gente tinha se dado bem. Eu tinha certeza. Eu a queria mais do que tudo na noite anterior, e agora nunca mais quero vê-lá. Foi intenso. O melhor sexo da minha vida, e ela estava totalmente na minha. Dava pra ver. Era a primeira vez dela num carro, e ela pareceu meio reticente no começo, mas depois ficou com tanto tesão que não conseguiu mais resistir.
— Sério mesmo? A maioria das pessoas risca isso da lista antes de entrar na faculdade. Na verdade, não conheço ninguém que nunca tenho feito isso, a não ser os nerds e os feiosos, e ela não é uma coisa nem outra.
Dei de ombros. — Acho que ela me considera uma piranha depois dessa. Camilla ficou imóvel.
— Foi isso que ela disse?
— Não. Ela não disse porra nenhuma. Quem falou isso foi a 'amiguinha' dela, Viviane. Aquela loira das fotos da internet, lembra? Ela decidiu pôr as asinhas de fora e foi atrás de mim no banheiro.
— A vaca está com ciúmes.
— Puro recalque. Ela não consegue dar pra ela, porque ao que parece ela descarta todas as mulheres com quem trepa.
![](https://img.wattpad.com/cover/340374688-288-k426325.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sou sua
FanficJuliette acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade. Tudo parece correr bem, até que ela conhece a jovem bilionária Sarah Andrade que imediatamente se interessa por ela. Juliette faz tudo o que pode para resistir à tent...