Como de costume meu despertador tocou as seis e meia, quase duas horas depois que eu já havia levantando e me exercitado, pois sempre tive o costume de acordar mais cedo, pois adoro se exercitar antes de ir pro trabalho, pois me ajuda a manter o foco do dia e óbvio, manter o corpo em forma. Apesar de toda a minha fascinação pelo o trabalho, eu também sou fascinada por meu corpo. Talvez tudo isso só ocorra pois lembro das vezes em que voltei chorando da escola, pois as pessoas a minha volta sempre faziam de tudo pra me lembrar o quão fora de forma eu estava. Mas, não me resumo a apenas isso, pois só resolvi entrar em forma quando achei que era o momento. Apesar de toda a chateação do ensino médio, com o tempo aprendi a lidar e entender que só deveria fazer as coisas quando eu quisesse, no meu tempo e quando julgasse ser o melhor pra mim.
Termino o meu banho e me troco, o look de quase todos os dias, calça social preta, scarpin preto e camisa social branca com três botões abertos pra deixar um lindo decote. Amarro meu cabelo em um lindo e alto rabo de cavalo, faço uma maquiagem leve, coloco alguns acessórios e logo saio do closet indo em direção da porta do quarto.
Desço as escadas e caminho até a cozinha, a mesa já estava posta, meus pais e meu irmão já estavam sentandos tendo uma pequena conversa. Me aproximo da mesa, puxo a cadeira e me sento.
— Bom dia! — Falo com um pequeno sorriso nos lábios.
— Bom dia meu amor! — Minha mãe diz e estende a mão pra tocar na minha.
— Bom dia filha! — Meu pai diz com o sorriso no rosto.
Alcanço a garrafa de café sobre a mesa e sirvo um pouco em minha xícara, em seguida olho pro João que parece entretido em seu celular.
— Dormiu comigo, João? — Falo o olhando.
— Oi maninha! — Ele diz rindo. — Eu até dormiria, mas você chega tarde demais. — Ele me olha. — Bom dia, desculpa a falta de educação, estava resolvendo umas coisas.
— O que eu disse sobre usar o celular na mesa, filho? — Minha mãe diz o olhando.
— Desculpa. — Ele diz a olhando.
— Quase trinta anos e ainda é tratado como criança. — Reviro os olhos.
— Ciúmes, Marília? — Ele diz rindo.
Apenas termino meu café, me levanto da mesa e jogo o guardanapo nele.
— Uai filha, já vai? Você nem comeu direito.
— Tenho reunião hoje, mãe. Não quero me atrasar.
Me despeço de todos que estão ali e saio indo em direção da porta, sigo até meu carro, dou uma olhada pra ter certeza que não estou esquecendo nada e então dou partida seguindo em direção do meu destino.
Em menos de trinta minutos já estava adentrando o prédio da empresa M.Corporation, a empresa da minha família.
— Bom dia, Senhorita Mendonça!
Ouço assim que entro e me dou conta que é Karen, a recepcionista da entrada. A olho como em todos os dias e vejo o seu lindo sorriso largo nascer em seus lábios como todas as vezes que me ver.
— Bom dia, Karen! — Lhe dou um sorriso e uma breve piscada.
Vejo seu rosto corar e ela perder um pouco do sentido. Juro que se não soubesse que ela é perdidamente apaixonada por mim, eu sem dúvidas a levaria pra cama comigo.
Sigo até os elevadores, não demora pra que a porta de metal se abra a minha frente. Pelo o horário, mal havia movimentação por ali, pois os outros funcionários chegariam mais tarde. Entro na caixa de metal e aperto pra ir até a cobertura onde fica a minha sala.
Maiara narrando.
Vejo a porta do elevador se abrir e sinto todas as partes do meu corpo gelarem. Apesar de saber de toda a fama que a maravilhosa, linda, deusa, a minha querida chefe tem, é difícil manter o foco quando ela chega.
— Bom dia, Maiarinha! — Ela diz sorrindo vindo em minha direção.
Ela passa pela minha mesa que fica entre o elevador e sua sala. Faz uma pequena pausa se vira e me encara.
— Bom dia, Mendonça!
Falo tentando manter toda a tranquilidade do mundo mesmo sabendo que chega a ser quase impossível. Apesar de todos os anos de amizade e por estar quase sempre em sua presença eu ainda não me acostumei.
Ela me olha, da uma piscada, um tapinha na mesa e segue pra sua sala.
— Assim você me fode, Marília! — Sussurro.
— Disse algo? — Ela se vira antes de entrar em sua sala.
— Você tem reunião daqui a pouco.
Ela me olha e apenas sorri. Sei que não é surta e deu pra ouvir muito bem o que eu havia falado.
As horas passam correndo que nem ao menos me dou conta que estamos quase no fim do dia e eu não tirei se quer o meu horário de almoço.
Sempre fui muito dedicada na empresa, não por ter a obrigação de fazer tudo antes de tirar minha pausa, mas por gostar e por saber que a Marília não aceita atraso algum. Embora, hoje não tenha tido trabalho demais, não era o suficiente pra me fazer perder o horário, mas, acabei me envolvendo demais em tudo que estava resolvendo que perdi a noção do tempo.
Ouço o telefone da minha mesa tocar e logo o atendo. Pelo horário sei que não é ninguém de fora a não ser Marília ligando de sua sala.
"Vem até a minha sala!"
Nada além disso foi dito, ela finalizou a ligação e eu logo me prontifiquei a caminhar até a sua sala. Bati na porta anunciando que estava ali e logo abrir a mesma.
— Posso te ajudar em algo? — Falo me aproximando de sua mesa.
— Tenho uma viagem de negócio na próxima semana. — Ela diz me olhando.
— Sim! Já deixei reservado seu hotel e o horário do seu voo.
— Lembro que havia dito que te daria a semana de folga, mas..
Forço um pequeno sorriso já imaginando o que poderia vir depois disso. Pois, já havia programado toda a minha semana contando com essas folgas.
— Mas?
— Vou precisar que venha comigo nessa viagem. Estava programado pra eu ficar por lá no máximo dois dias, mas mudei os planos. Vou resolver tudo que preciso em São Paulo de uma vez, você sabe o quanto eu odeio ter que ficar viajando a negócios, prefiro sempre resolver as coisas aqui na empresa. Mas tem coisas que não dá, então, precisarei de você.
— Tudo bem! — O tom da minha voz sai levemente decepcionado, mas tento manter a pose.
— Imagino que tenha feito planos pra suas folgas, mas prometo te recompensar por isso. — Ela da um sorriso.
— Terá! — Dou risada assim que percebo o tom que usei, que pode ter deixado as coisas sugestivas demais. — Mais algumas coisa?
— Não! Pode encerrar tudo e ir pra casa, terminamos por hoje.
Apenas dou um sorriso e saio de sua sala, vou até a minha mesa e encerro tudo que estava fazendo ali. Deixo tudo organizado pra que eu de continuidade nos próximos dias.

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Onde o amor nos levará? - MAILILA.
أدب الهواةMarília com vinte e três anos assumiu os negócios de sua família. Não porque seus pais já não estão entre nós, pelo contrário. Eles resolveram que ela já tinha responsabilidade suficiente pra tocar os negócios da família enquanto eles apenas desfrut...