Capítulo 26

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Maiara narrando...

Sexta-feira de uma semana qualquer que eu estava num completo tédio e no momento sem notícia alguma da Marília, já que fazem horas que ela nem ao menos responde uma mensagem.

— Vou sair irmã! — Falo me levantando do sofá.

— Uai, do nada? — Ela me olha sem entender. — Vai pra onde?

— Encontrar a Marília!

— Mas já é quase fim do expediente dela. Por que não espera? Provavelmente ela deve passar por aqui.

— Vou fazer uma surpresa! — A olho e dou um sorriso.

Subo as escadas e sigo até meu quarto. Vou direto pro banheiro e tomo um banho rápido. Saio do mesmo e sigo até o closet, olho tudo que tem ali, até decidir usar um vestido, simples, casual, preto, justo e acima do joelho.
Como de costumo estava fazendo muito calor em Goiânia, era impossível usar qualquer coisa que esquentasse naquele momento.

Me troco, passo meu hidratante, perfume, uma maquiagem leve e coloco o meu tênis. Dou uma olhada no espelho e vejo que estou realmente linda. Pego a minha bolsa, celular e saio do closet, indo em direção da porta de saído do meu quarto.

Desço as escadas enquanto cantarolo uma música. Passo pela sala, jogo um beijo pra Maraísa e saio. Vou até o meu carro, destravo o mesmo e entro. Dou partido e sigo até o seu escritório. O trajeto até lá não durou nem trinta minutos. Quando me dei conta já estava estacionando em frente o mesmo

Dou uma última olhada no pequeno espelho que tem em meu carro e saio. Passo pela portaria, pelo horário quase não tem ninguém.

Poderia ligar pra Marília, pra ao menos liberar a minha entrada mas, pra minha surpresa ela não tinha cortado meu acesso livre.

Passei pela catraca e segui até onde fica os elevadores. Apertei o botão com rapidez e várias vezes pra vê se assim ele descesse mais rápido. Falhei. Não existia quantidade suficiente de apertadas naquele botão que o fizesse acelerar a sua decide. Me dei por vencida e apenas esperei o elevador chegar ao tério.

Assim que a porta se abriu, eu entrei no mesmo, logo apertei o botão do ondas da sala da Marília, e aguardei. Não demorou pra que a porta se abrisse novamente e me desse a visão daquele lugar que eu conhecia como a palma da minha mão.

Por um momento parei e observei tudo em volta, parecia diferente, mas não tão diferente como da última vez. Havia algumas modificações, uma decoração uma pouco diferente mas em geral quase tudo continuava igual. Esbocei um pequeno sorriso quando cheguei até a minha antiga mesa e fui tomada por uma sentimento de nostalgia. Sei que não havia passado tempo suficiente pra me sentir dessa forma, mas, é que tudo que envolvia a Marília, se tornava intenso demais pra mim.

Olho em volto e não vejo ninguém ali pra me recepcionar. Então, apenas sigo até a sala da Marília, que se encontrava com a porta aberta. Me aproximo e logo paro. Levo minhas mãos até meu rosto, olho mais uma vez e naquele momento não conseguia ter reação alguma. Nitidamente não parecia tão certo o que os meus olhos estavam contemplando naquele momento. Toda a vontade de surpreendê-la e levá-la pra algum lugar passou quando a vi dentro da sala com uma outra mulher.

Apenas me virei e refiz todo o caminho que havia feito a alguns minutos atrás. Eu estava no automático, minhas ações não eram pensadas, elas só acontecia. Meu corpo parecia está vivendo em alerta. Como se eu só precisasse sair dali e ir pra algum lugar longe.

A cada passo que eu dava pra fora daquele lugar, eu sentia como se cada parte de mim estivesse sendo pressionada com muita força.

Não consigo descrever o que sinto no momento, só sei que de alguma forma me sinto dilacerada por dentro.

Sigo até o meu carro e paro tentando assimilar ufo que meus olhos haviam contemplado.

— Eu não tô doida. — Sussurro comigo mesma. — meus olhos não me enganariam dessa forma. Não é possível. NÃO É POSSÍVEL!

Repto  algumas vezes o fim da minha fala pra que de alguma forma fizesse sentido na minha cabeça. Se era real ou não, eu só queria me conversar que o que meus olhos viram fosse apenas algum mal entendido.

Entro no carro e dou partida. Não sei ao certo onde vou parar. Rodo por Goiânia longas horas. Não queria voltar pra casa, não queria falar sobre e não queria pensar. Eu apenas estava aceleremo-nos e seguindo, como se de alguma forma soubesse onde estava indo, mesmo sabendo que não tinha rumo e nem direção alguma.

Fiquei por horas e rodando. Havia desligado o meu celular, não queria ser interrompido e nem ao menos questionado. Eu só queria estar comigo mesmo e mais ninguém.

Rodei por horas até me dá conta de que o carro já estava na reserva, apesar de estar próximo ao posto e poder encher o tanque e continuar com o que estava fazendo. Eu apenas decidi que aquele era o momento de voltar pra casa.

Abasteci e fiz todo o trajeto de volta. Levou alguns longos minutos até que chegasse em minha residência.

Estácio, desço do carro, paro por um segundo e tendo organizar os meus pensamentos mas falho drasticamente. Fecho a porta e tranco o mesmo. Sigo em direção da porta de entrada de casa. Penso algumas vezes antes de destrancar, torcendo pra que eu não encontre ninguém ali. Falho! Mal abro a porta e vejo a Maraísa me encarar.

— Aonde você estava? - Ela diz se levantando do sofá e super preocupada.

— Por aí! — Falo enquanto fecho a porta.

— Como por aí, Maiara? — Ela vem em minha direção e me encara. — Você saiu dizendo que ia até a Marília, eu liguei pra ela perguntando de você e ela simplesmente disse que não te viu.

— Talvez ela estivesse ocupada demais pra ter percebido a minha presença.

— Do que você está falando? — Ela diz confusa.

— Nada!

— Irmã.. — ela faz uma pausa enquanto segura em minha mão e me olha. — Você saiu animada, voltou como se estivesse perdida em alguma coisa. — Ela me olha.  — Eu tô aqui por você! Sabe que pode conversar comigo!

— Eu sei, eu só não quero falar agora. Quero descansar, deitar, dormir e torcer pra que seja apenas um dia ruim.

Forço um sorriso, aperto a sua mão e dou um beijo em seu rosto. A olho por mais alguns segundo e me afasto.

Subo as escadas querendo apenas me jogar na cama e deixar de lado os ia horrível que havia tido.

Chego em meu quarto, fecho a porta, sento na cama, olho em volta e sinto como se faltasse algo e de certa forma não estava errada, faltava.. faltava ela!

Balanço a cabeça em negativo, tentando afastar os pensamentos. Tiro que que estava em meu corpo e apenas me jogo na cama. Lembro do meu celular e o ligo. Mal conecta na internet e vejo inúmera mensagens da Marília. Ignorei! Não queria conversar, não queria socializar. Queria ficar na minha.

Visualizei todas, olhei tudo a respeito dela, mas ignorei. Segui toda a minha noite, virando de um lado pro outro até que finalmente consegui pegar no sono.

Onde o amor nos levará? - MAILILA. Onde histórias criam vida. Descubra agora