Dois meses se passaram.Maiara narrando...
Chegou o dia que eu não estava preparada. A festa, de todos os anos na casa dos Mendonça. Se eu não tivesse tanta consideração por essa família não iria nem ao menos me esforçar pra estar em um evento do qual eu sem dúvidas não quero estar. Mas, toda a minha família irá e eu sinceramente amo os pais dela, mesmo a odiando muito agora.
— Irmã... — Maraísa diz animada já entrando em meu quarto. — Você não está pronta? — Ela diz sem acreditar. — Você sempre foi a primeira a estar pronta pra esses eventos. O que houve?
— Eu sou, sempre que quero mesmo ir ao evento. — Suspiro enquanto me afundo na cama. — Você não acha que eu deveria ficar em casa? Talvez nem tenha clima pra eu estar naquele lugar. Eu amo os pais dela, mas eu a odeio. Não quero estragar tudo tendo que está no mesmo ambiente que ela.
— Irmã, você sabe que não tem muito pra onde fugir né? Nossos pais são praticamente melhores amigos. Todos eventos, férias e as vezes até viagem eles incluem todos. Isso foi uma vida toda. Acho que não vale a pena se privar e fugir disso por causa dela. A Marília é incrível...
— Para! — faço sinal de Shhh.. pra ela. — Você tá proibida de falar o nome dela aqui e pior ainda se for pra elogia-la.
— Desculpa. — Ela sorri. — Mas só ignora e tenta curtir a noite. — Ela me olha enquanto parece pensar no que fala. — Sabe o que eu faria? Colocaria aquele seu vestido preto que realça todas as suas curvas, com um lindo decote em 'V' e uma fenda na perna. Sabe?! Aquele que todas as vezes em que você usou ela parecia te devorar com os olhos?! Então, usa-o, vai e mostra o quanto ela perdeu.
— Você não presta! — Dou risada!
— É um bom conselho.
Ela se aproxima, me dá um beijo e logo se afasta me deixando sozinha ali. Eu penso em tudo que ela havia me falado e dou risada da ousadia dela. Mas, acabo aceitando. Vou usar o vestido, vou mostrar o quanto ela perdeu, mesmo sabendo que não precisaria disso pra ela entender que de fato eu era o melhor que ela poderia ter.
(...)
Não posso negar que estou incomodada pelo simples fato de saber que posso esbarrar com ela em qualquer lugar dessa casa. Minhas mãos soam, meu coração está fora do ritmo e eu estou apenas tentando manter a pose de que tudo está conforme o que planejei.
Já havia falado com seus pais, fiz o papel de boa moça educada que meus pais sempre me ensinaram. Maraísa, não me dá um tempo. Ela está grudada em mim como se a sua vida dependesse disso. Dou risada toda vez que a vejo tão perto.
— Relaxa irmã, eu sei me cuidar sozinha.
— Eu sei que sabe, mas não quero te deixar só.
— aproveita a festa, eu vou ali fora tomar um ar, preciso me afastar um pouco dessas pessoas.
— Quer que eu vá com você?
— Não! Eu sei o quanto você gosta de ser sociável. — Dou risada.
— Mai.. — Ela me chama. — Se precisar sabe onde me encontrar.
Apenas concordo com a cabeça e saio dali. Pego uma bebida antes de passar pela porta que dá pro jardim.
Respiro fundo assim que sinto o vento bater em meu rosto. Apesar do calor da noite, o vento é frio, e senti-lo tocar a minha pele me faz se arrepiar e de alguma forma me sentir ainda mais viva.
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Onde o amor nos levará? - MAILILA.
FanfictionMarília com vinte e três anos assumiu os negócios de sua família. Não porque seus pais já não estão entre nós, pelo contrário. Eles resolveram que ela já tinha responsabilidade suficiente pra tocar os negócios da família enquanto eles apenas desfrut...