- Layla porra! - Balanço seus braços que ainda estavam cobertos pelo lençol. - Hoje é sábado mas o café vai fechar as 10:00 AM e eu definitivamente não quero ficar com fome. - Sai de perto de sua cama e abro as cortinas deixando aquele lindo brilho do sol da manhã adentrar no dormitório e posso ouvir os resmungos de Layla no fundo. - Ah! Oi princesa. - Digo ironicamente enquanto me viro de volta para ela.- Que.. Onde eu tô? - Ela se levanta lentamente pondo uma de suas mãos sobre a cabeça, claramente confusa. - Como que eu voltei pra cá e por que eu não me lembro de absolutamente nada da noite de ontem?. - Tadinha, seus olhos mal se abrem mas posso ver a vermelhidão em que eles se encontram.
- Bom, depois da cena que eu fui obrigada a ver de você em cima da mesa de sinuca gritando "Quem é essa pokemon?!!" - Sento em sua cama. - E apontando pros próprios seios enquanto tirava sua blusa. - Suspiro e consigo ver sua feição de transformando de cansaço para pânico. - Eu resolvi te sequestrar e te trazer pra casa.
- Tá de sacanagem? - Posso ver em seu rosto que ela queria que eu dissesse que minha fala era brincadeira, mas não era, ela realmente fez striptease em cima da mesa de sinuca, só não terminou o serviço porque eu mesma tirei ela de lá. E logo após me ver balançando a cabeça informando a veracidade da situação, ela afunda a almofada na cara e bloqueia minha visão sobre sua face. - Pode trancar a faculdade mesmo antes de começar?. - Consigo ouvir sua voz ecoando abafada pelo objeto em seu rosto.
- Não. - Retiro o travesseiro e jogo ele na minha cama. - Na verdade pode, mas eu não permito, então não, não pode. - Levanto de sua cama e caminho até o banheiro.
- Já te falaram que você é muito autoritária? - Consigo ouvi-la tentando levantar da cama e caminhando até o banheiro.
- Já. - Digo após colocar minhas lentes de contato. - E eu concordo. - Me viro pra ela e dou um sorriso levemente sínico. - Tem remédio pra dor de cabeça na minha parte do armário, caso precise. - Passo por ela e pego minha bolsa que estava em cima da cômoda ao lado da minha cama. - Te espero lá fora, tenta não demorar. - Fecho a porta do quarto e vou caminhando em direção a saída.
Escuto desde que era pequena esse fato. Ser uma pessoa autoritária faz parte da minha personalidade e não sei se sou capaz de mudar isso.
Não que eu seja uma pessoa "mandona", apenas gosto que as coisas estejam organizadas e sob controle, o meu controle pra ser mais exata. Coisas desequilibradas e instáveis são o meu maior terror. Não ter o controle de uma situação me da arrepios e me sinto perdida. Tá, eu sou mandona.
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O caminho até a saída era bem longo. Nosso dormitório era um dos últimos do corredor, do segundo andar por sinal.
Nessa pequena caminhada, me serviu pra pensar em alguns acontecimentos que rolaram ontem. Fiquei preocupada demais com a minha amiga, então seria egoísmo da minha parte deixá-la lá sozinha e ir embora, então durei mais do que gostaria naquela festa.
Aquela festa serviu para me mostrar como viver em uma universidade pode ser bagunçado. Ficava me perguntando durante todo o tempo se aquelas pessoas verdadeiramente estudavam ou só estavam lá para festejar, beber e usar drogas.
Também me peguei pensando no porquê daqueles garotos da banda estarem na faculdade. Já que eles gostavam tanto de tocar e eram tão bons no que faziam, por que escolher cursar algo e não investir em uma carreira um tanto quanto promissora?
Não me preocupei em perguntar quais seriam os seus nomes, até porque não me interessa saber tanto sobre eles. Mas confesso que esse questionamento me fez pensar.
O guitarrista é uma incógnita para mim. Ele exalava cheiro de maconha e cerveja, e visivelmente não se lembraria dos acontecimentos da noitada. Mas ele parecia ser tão misterioso e complexo de se entender. Não gosto disso. Gosto de olhar nos olhos de alguém e ser capaz de decifrar tudo sobre a pessoa, e o fato dele não me permitir fazer isso fazia eu me sentir incapaz de tal coisa. Me senti levemente desafiada.
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PROMISE - Tokio Hotel
Fanfic+16 A Universidade pode ser considerada por muitos como uma meta de vida e o local onde sua vida adulta finalmente se desenrolará. Para outros, o lugar onde eles iram desfrutar de tudo que lhes foi tirado durante a adolescência. Porém para Alune, se...