021 - Rupturas

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Posso sentir minha cabeça rodar, meu corpo fraco experimentar dores pouco entendidas por mim, meu pescoço está latejando e mal consigo virar minha cabeça para encarar a realidade.

A queimação em meus olhos dado a claridade que invade todo o ambiente é incômoda e faz meus ligamentos despertarem. Mas algo não está certo, me sinto amassada por algo que não sei identificar e o desconforto faz eu abrir meus olhos mais rapidamente obtendo a vista de um lugar que não é meu dormitório, muito menos a casa dos Kaulitz.

Eu dormi no banco do carro?

Que porra Alune!

Desajeitada ergo meu corpo visualizando muito de longe as repúblicas e os prédios da universidade, eu não só dormi no carro, dormi na rua perto da minha casa e praticamente de frente para a casa dos meninos. Eu tenho merda na cabeça não é possível.

Alguns flashes estralam meus neurônios fazendo meu subconsciente acordar e me passar informação da noite anterior, mas não muito claras. Ainda me pergunto como vim parar aqui e o motivo de eu não ter ido dormir em um lugar descente.

Meu olhos colam pela maquiagem borrada e meu vestido aperta ainda mais minha circulação.

Olho para o celular que está jogado no banco do passageiro vendo milhares de mensagens de Tom perguntando onde eu estava. Logo me lembrei que sai para uma balada após meu encontro com o loiro, mas não me lembro de informar o guitarrista dos meus planos.

Minha sobrancelha forma um arco indicando minha confusão e eu estico meu corpo até o aparelho para pegar e tentar descobrir melhor o que aconteceu ontem.

"Porra Alune me responde!"
"Que merda você ta arrumando?"

Sinto meus olhos piscarem lentamente antes de pensar em algo para responder o garoto, vejo no canto da tela a lista de chamadas perdidas e vejo que seu contato estava lá também, mas para minha surpresa, quando olho os números perdidos ali, vejo uma chamada que foi feita com o próprio, mas iniciada por mim.

Não é possível que eu liguei bebada para ele, é possível?

Droga!

Pulo para o assento do motorista e ainda meio desnorteada, dou partida no veículo com uma rapidez admirável. Acelero o carro indo em direção aos dormitórios e olhando de relance vejo que o painel de números marca 13:00PM. Não é possível que eu dormi tanto assim.

Estaciono o veículo próximo ao meu prédio e calço meus sapatos que estão completamente imundos - Particularmente nem sei o motivo exato - sentindo uma dor absurda no calcanhar.

Saio do recinto com dificuldade e ainda tropeçando em meus próprios passos. Céus não é possível que ainda tem álcool circulando pelo meu corpo. Bufo quando vejo a porta principal cheia de gente me encarando como se eu fosse uma extraterrestre e empurro algumas pessoas no meio do caminho mas não de propósito, eu só me sinto muito zonza.

Meu corpo ainda bambeia e conectar aquele pequeno metal em forma de chame dentro da fechadura me faz sentir estar enfiando um fio na ponta da agulha.

A visão que tenho do minúsculo apartamento, são duas camas vazias e um ambiente sem cores. Instantaneamente lembro da discussão que ocorreu na noite passada e me pergunto novamente, como foi que isso aconteceu?

Passo minhas mãos, agora frias, pelo meu rosto suspirando profundamente pensando no que vai acontecer a partir de agora.

Eu preciso conversar com a Layla, é meu dever, não posso deixar as coisas como estão, não é justo com nenhuma de nós. Toda essa briga e confusão por culpa de um garoto que nem é tudo isso, né?

PROMISE - Tokio HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora