017 - Insanidade Máxima

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— Como conseguiu convence-la de vir? - Bill pergunta para Layla em completa empolgação.

— Nem eu sei na verdade. - A ruiva responde rindo.

— Onde estão o resto dos meninos? - Questiono curiosa enquanto subo as escadas para o segundo andar em direção ao quarto em que eu irei ficar.

— Eles foram olhar o espaço do evento pra ter uma ideia de como a gente pode se programar pra fazer durante o show. - O garoto diz abrindo a porta do cômodo.

— Conseguiram ensaiar durante esse meio tempo então? - Tiro a mochila com roupas das costas e sobre ponho ela sob a cama.

— É aquilo né. - Sua pausa dramática e seu suspiro me passam a impressão da ironia em sua voz. - Na medida do possível a gente tá indo. - Sua frase se encerra com um sorriso e eu retribuo.

— Layla não vai pôr suas coisas aqui? - Pergunto curiosa quando vejo a garota passar direto pela porta ainda com seus pertences.

— Vou colocar elas no quarto do Tom. - Responde imediata e minha única reação é suspirar um "Ah." - Algum problema? Quer que eu durma com você? - Diz embolando as palavras em desespero.

— Não! - Exclamo sem pensar e vejo uma feição curiosa em Bill. - Pode ir. Sem problemas! - Tento disfarçar meu desconforto visível.

—Ah.. Okay então. - A garota responde estranha e ajeita a mochila em seus ombros voltando a seguir seu caminho.

Novamente essa sensação de estresse e nervosismo crescente em meu peito que surge sem nenhum aviso prévio.

O problema é que ele está começando a ficar mais forte do que eu possa controlar, e isso em algum momento virará uma enorme bola de neve que jamais parará de crescer.

— Quer me contar algo? - Bill pergunta me assustando e me tirando da concentração em que eu me encontrava ao organizar as coisas na cama.

— O que? - Gaguejo ao tentar formular alguma frase que faça sentido.

— Essa reação aí. - Ele completa e se senta na cama próximo à mim. - Eu conheço muito bem.

— Não sei do que está falando. - Coloco todas as minhas forças nessa única frase para tentar camuflar o tanto que eu me sentia angustiada com a relação afetiva entre Tom e Layla, sensação essa que surgiu de maneira desconhecida.

— Eu vejo a maneira que você olha para o Tom. - O vocalista diz e aquela frase tira minha atenção das roupas e eu viro meu olhar diretamente para ele. - Quer dizer, vocês se olham muito, e na maioria das vezes querem se matar por esse olhar. Mas não é só ódio.

— Acho que você tá confundindo as coisas aqui. - Indago transparecendo o máximo de tranquilidade no tom de minha voz. - Ele está com a minha amiga, e eu apoio ela. Meu único problema com ele é o fato dele não ser confiável, sinto que ele está mentindo o tempo todo sobre as coisas além de esconder muito sobre ele mesmo pra outras pessoas. - Atropelo minhas palavras ao mesmo tempo em que tento manter minha linha de raciocínio intacta, mesmo que em parte dela eu tenha exagerado.

— Para de mentir pra si mesma. - Ele me surpreende com a resposta. - Mesmo escondendo muita coisa de todos, ele não é mentiroso, na maioria das vezes pelo menos, então se ele disser algo é só acreditar. Ele vai esconder pra não precisar mentir.

— Omitir algo também é mentir. - Retruco imediatamente e vejo seu rosto se fazer pensativo.

— Não deixa de ser verdade. - Responde e balança a cabeça. - Mas de qualquer forma, se ele disser algo, acredite. - A firmeza em sua voz é palpável. - Ainda acho que você sente algo por ele. - Ele diz após pequenos segundos em silêncio.

PROMISE - Tokio HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora