Pov's Tom
Eu não podia voltar para casa, não naquele estado.
Faziam semanas que eu não pisava em casa porque eu me recusava a mostrar para Bill o quão ruim eu estava. Drogado e alcoolizado, em qualquer situação.
Minha mente já havia se corroído a muito tempo. Nesse jogo de ser obrigado a bloquear meus sentimentos por Alune, tenho a impressão de que todos eles se intensificaram.
Eu buscava nas drogas aquilo que meu cérebro não era capaz de executar. Eu anestesiava meu corpo.
Depois de ver a garota nos braços de Noah pela segunda vez, eu senti que meu corpo não ia aguentar. Não penso que fiz o certo ao deixar a loira se aproveitar de mim, mas honestamente eu me sentia tão perdido que não tive a capacidade cognitiva de medir o estrago que aquilo iria causar.
Meu corpo fervia, minha mente se fazia descontrolada e eu sentia cada centímetro do meu corpo entrar em pura combustão. Os sons ficaram mais abafados, meus dedos eram dormentes, meu estômago possuía borboletas que não sossegavam, um gosto amargo surgia em mim, e não era da bebida, minha visão era turva porque a única coisa em que eu foquei foi naquele beijo profano sendo depositado em uma boca que não era a minha.
Hipocrisia da minha parte? Não tenho dúvidas. Mas honestamente eu torcia para que ela não agisse da mesma forma que eu. Subestimei ela.
Eu queria ser o Noah naquele momentos, eu queria sentir os lábios macios dela outra vez, queria ter a sensação de chamá-la de minha.
Minha mente não descansava. A todo momento a voz de Taliyah ecoava na minha cabeça dizendo que isso não daria certo, que eu tinha de escolher uma delas e que se Alune fosse minha escolha, ela iria fazer da nossa vida um inferno.
Eu só queria que ela soubesse que nunca teve escolhas ou opções, sempre foi ela, sempre foi a Alune.
Toda vez que eu percebia que não conseguiria ficar sóbrio, eu vinha para casa do Josh. Aqui eu tinha um quarto próprio que era de um dos colegas que morava com o garoto, e posteriormente virou meu.
Eu não devia explicações para ele, eu não precisava esconder minha embriaguez, até porque, ele provavelmente iria me acompanhar nisso. Faz eu me sentir mais seguro e confortável.
A falta que o Bill faz nesses momentos não tem ninguém que possa preencher. Eu sinto tanta saudade da nossa convivência pacífica, das nossas conversas, das noites viradas jogando Nintendo. Eu sinto falta de ter o meu irmão comigo. Mas não é justo eu afunda-lo junto comigo.
Não imaginei que ela iria vir aqui, mas também não posso dizer que me surpreendi.
Quando vi seus cabelos escuros ondulados feitos ondas que entravam em um contraste perfeito com seus olhos azuis e sua pele branca como a neve, o corpo perfeito em uma silhueta marcante e única, suas mãos delicadas e pálidas mexendo em algo que não deveria, senti meu corpo se enrijecer.
— O que 'tá fazendo aqui? - Junto forças para parecer o mais sério possível, minha voz se encontra na sombra presente em meu interior.
— Por que não volta 'pra casa? - Sua voz sai doce como o mel, sua língua molha os lábios e seu olhar vem de encontro ao meu depois de observar sua atenção no meu corpo. Espero que ela não perceba o quão drogado eu estou.
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PROMISE - Tokio Hotel
Fiksi Penggemar+16 A Universidade pode ser considerada por muitos como uma meta de vida e o local onde sua vida adulta finalmente se desenrolará. Para outros, o lugar onde eles iram desfrutar de tudo que lhes foi tirado durante a adolescência. Porém para Alune, se...