- Acho que você já pode começar a falar. - Digo enquanto me sento em uma das mesas do local.- Não tem o que falar. - Ele se senta no banco que estava do outro lado do móvel.
- Não tem o que falar?! - Meu tom de indignação vem acompanhado a uma risada sarcástica. - Você só pode tá de sacanagem comigo. - Rio novamente e abaixo a cabeça colocando a mão sob minha face.
- Não te devo nada, veio aqui porque quis. - Ele cruza os braços e começa a observar as pessoas em sua volta.
- Meu deus eu devo ter cara de palhaça. - Assim que eu digo e levanto minha cabeça para olhar-ló ele está me encarando como se quisesse dizer que sim. - Sério? - Ele ri timidamente e volta a olhar para baixo.
- Olha eu não posso te contar o que tá acontecendo aqui. - O volume de sua voz diminui conforme sua frase termina e ele apoia os braços sobre a mesa gesticulando. - Você precisa entender que nada que sai daqui vale a pena ou presta. - Ele olha em sua volta antes de continuar a sua fala e se aproximar. - Eu trabalho aqui tocando para a banda deles, é a única coisa que você precisa saber. - Sua voz sai quase como um sussurro e ele se afasta novamente.
- Mas seu irmão me disse que você trabalhava dando aulas de guitarra. - Minha resposta sai em um tom suave e posso ver sua feição se entristecendo e seu rosto encarando os dedos nervosos. - Ele não sabe né? - Tom me encara novamente e balança a cabeça em negação.
- E vai continuar sem saber. - Ele retira as mãos da mesa e cruza os braços novamente voltando seu olhar para a mesa ao lado.
- Por que esconde tantas coisas do próprio irmão?
- Por que faz tantas perguntas? - Ele retruca instantemente me fuzilando apenas com o olhar e eu apenas sorrio olhando para baixo novamente.
- Acho que você só entenderia se estivesse no meu lugar. - Respondo de forma calma e desafiadora. - Uma vez alguém me disse que eu não precisava ser uma pessoa tão dura o tempo todo. - Percebo seu possível olhar caindo sobre mim. - Devia seguir esse conselho. - Entro em seu campo de visão e confirmo, estávamos cara a cara novamente. O silêncio de instaura e apenas a música ambiente é escutada.
- Eu preciso proteger ele. - Ainda estávamos nos encarando profundamente mesmo no silêncio. - Não sei se sou capaz de te explicar o porquê, mas ele nunca me perdoaria se descobrisse onde eu trabalho.
Eu sei do que ele está falando, mas se ele souber que eu sei, vai entender que foi o irmão dele que me contou e eu não quero que as coisas piorem.
- Então por que aceitou trabalhar aqui? - Ele suspira antes de responder.
- É complicado, mas não tive opção. - O guitarrista volta seu olhar para o moreno que estava de pé ao lado do pequeno palco.
- Sempre existe uma opção. - Novamente nossos olhares se encontram e ele aparenta aumentar o nervosismo.
- Nem sempre. - Lamenta o jovem. - Para toda regra existe uma excessão. - Ele sorri rapidamente se levantando e começando a caminhar.
- Onde está indo? - Eu me levanto apressadamente coletando minha bolsa e pendurando-a em meu ombro e o sigo.
- Eu vou resolver o problema que você começou. - Ele se vira para mim e segura meu braço direito apertando-o levemente me fazendo parar. - E você vai pra sua casa. - Seus olhos negros estão penetrando o azul dos meus e posso ver a raiva expressada em sua íris.
- Mas eu não causei nenhum problema. - Respondo confusa.
- Estar aqui é um problema. - Sua voz soa furiosa e vejo as veias de seu pescoço pularem para fora quando seu maxilar é travado. - Vir aqui com o Noah foi o problema. - Ele solta o meu braço e volta a andar.
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PROMISE - Tokio Hotel
Fanfiction+16 A Universidade pode ser considerada por muitos como uma meta de vida e o local onde sua vida adulta finalmente se desenrolará. Para outros, o lugar onde eles iram desfrutar de tudo que lhes foi tirado durante a adolescência. Porém para Alune, se...