Capítulo 23

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— Ela está grávida e está sangrando muito — gritei, quando os enfermeiros colocaram Lorena em uma maca

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— Ela está grávida e está sangrando muito — gritei, quando os enfermeiros colocaram Lorena em uma maca. Demoramos muito a chegar ao hospital, ela já estava pálida e parecia sem vida, sentia que meu mundo desabaria a qualquer instante. Eu não aguentaria perdê-la, não podia perder um amor pela segunda vez. Sentia como se o tiro tivesse sido dentro do meu peito, preferia que fosse, do que ver Lorena correndo risco de morrer junto ao nosso filho. — Salvem ela! — ordenei em prantos. — Salvem os dois!

Tentei acompanhá-la até a sala de cirurgia, mas me impediram. Minha mãe me segurou e tentou me consolar, mas não conseguia me manter calmo. Estava todo sujo de sangue da minha esposa, talvez estivesse prestes a perder ela e meu filho. Se isso acontecesse não teria mais motivos para viver. Meu tio venceria, porque eu mesmo tiraria a minha vida.

— Os anjos estão os protegendo, filho, ela vai ficar bem e o bebê também, temos que ter fé — falou minha mãe.

— Se eu a perder, mãe... não terei mais motivos para viver.

— Não fale isso. Ela não vai morrer! — exclamou, tristemente.

Sentia-me sem forças. Não conseguia nem respirar direito sabendo que Lorena estava passando por uma cirurgia. Olhei para cima e fechei os olhos, e em pensamento pedi a Deus pela vida da minha esposa e filho. Juntei as mãos e clamei para que ele me escutasse dessa vez, pois ele era minha última esperança.

Assim que meu tio fez menção de atirar em Lorena, avancei sobre ele, o que fez com que o tiro acertasse sua perna. Depois disso, fui para cima dele, inúmeros tiros foram disparados, dois dos meus foram feridos, mas os dele não resistiram. Por sorte, não fui atingido e consegui acertar meu tio, que nesse momento já estava morto ou lutando para viver.

Esperava que estivesse morto, caso contrário o caçaria até no inferno para terminar o serviço.

As horas foram passando e nada de termos notícias de Lorena. Já estava esperando o pior. Mandei que minha mãe ligasse para os pais da minha mulher, avisando-os da sua situação. Eles ficaram desesperados e, provavelmente, estavam a caminho do Mato Grosso do Sul.

Passamos a madrugada inteira esperando por notícias de Lorena. De manhã, seus pais e a irmã chegaram, todos aflitos.

— Cadê a minha filha, quero ver minha filha! — Atena estava chorando muito.

— Diga que ela está bem, Otávio — implorou Matteo, consumido pela dor.

— Minha irmã não pode nos deixar — falou Valentina em prantos. — Quero vê-la!

— Ela ainda está em cirurgia, os médicos não nos falaram nada ainda, e nem podemos vê-la — expliquei a eles. — Estou tão desesperado quanto vocês. Passamos a noite aqui sem conseguir nem respirar direito, sem ter notícias dos dois.

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