30-O último ensaio

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Junho de 2013
Alguns dias antes do Glastonbury.

Estava calor pra cacete em Los Angeles, tanto que eu estava usando apenas um sutiã de rendas preto e um short jeans estampado pela bandeira dos estados unidos.

-Nunca pensei que namorar com uma Americana era tão literal assim - Não vi quando Alex entrou no quarto.

-Tá muito quente Alex - Abanei as mãos tentando fazer ar.

-Está mesmo... - Dei um tapa em seu ombro. Ele estava me analisando, ele sempre fazia isso.

Fui até as janelas e as abri, o mínino de ar que entrasse séria suficiente. Eu amo o calor? Amar não, eu gosto, mas agora não estava tão bom.

-Eu quero ir pra um lugar frio, congelante - Falei enquanto arrumava os lençóis, Alex se sentou em uma cadeira.

-Nós vamos pra Glaston em alguns dias, lá está frio - Mal parei pra pensar no clima de lá.

-Otimo! Eu não aguento mais - Joguei um travesseiro em Alex.

-E depois o que acha da gente ir pra New York? - Senti seus braços em minha cintura - Apenas eu e você.

-Alex! Tá calor - O afastei - Mas New York é uma ótima ideia.

Ele tinha um sorriso bobo no rosto enquanto ainda me olhava, analisando meu corpo inteiro. Cruzei os braços esperando ele olhar para o meu rosto.

-O que você vai fazer hoje? - Finalmente olhou para meus olhos - Eu já te disse que tem os olhos mais verdes que eu já vi?

-Tenho ensaio daqui a 2 horas - Peguei uma blusa na gaveta dele, com a estampa do The Smiths - Fala sério Alex, você é o cara mais virgem que eu conheço.

Coloquei a blusa e fiz um rabo de cavalo bem alto. Peguei umas roupas que eu tinha deixado lá e coloquei em uma bolsa. Iríamos pra Glaston daqui a 2 dias, e arrumar as malas eram as únicas coisas que não me deixavam tão ansiosa.

-Ok Alex, vou pra minha casa arrumar as malas, depois ensaio, e ai nos vemos amanhã - Peguei minhas coisas e tentei me organizar.

-Amanhã? Quanto tempo vai durar esse ensaio? - O olhei, confusa.

-Não... Só me da um tempinho tá bom? - Beijei seus lábios - Amanhã nos vemos e aí iremos pra Glaston.

Peguei minhas coisas e desci as escadas, o deixando lá no quarto. Peguei a chave do meu carro e fui até a garagem, olhar pra moto dele me trazia boas memórias. Entrei no carro e sai da casa dele. No meio do caminho recebi uma ligação do meu pai.

-Oi pai.

-Oi filha, tudo bem ai?

-Sim pai, tudo ótimo, ensaios pro Glastonbury, e você?

-Aqui está tudo bem, estou ansioso pra ver você tocar.

-Eu também pai, eu também.

-Ok filha eu vou desligar tá? Eu te amo.

-Eu também te amo.

Era estranho, nesses últimos dias meu pai tem me ligado com mais frequência, e sempre diz que me ama muito. Bem eu já estava na garagem da minha casa quando a ligação acabou.

(...)

-Vamos lá - Já estávamos nessa de ensaiar a mesma música a umas semanas.

Todas as músicas iam bem, de todos os álbuns, mas Fake Tears era o problema. Aquela música era tão ruim que nem se encaixava com a lista. Já faziam 4 horas que estávamos ensaiando, as mãos de Tom estavam com calos, as de Jack e Verônica com bolhas e a minha voz falhava.

-Tá bom, podem ir pra casa, nos encontramos no aeroporto amanhã, tá legal? - Todos concordaram.

Fui pegar minha guitarra e algumas coisas minhas, Jack e Verônica pegavam suas coisas e saiam pela porta, Tom veio em minha direção.

-Tudo bem? - Ele perguntou.

-Tá sim, tô um pouco nervosa - Fomos andando até meu carro, coloquei as coisas na parte de trás.

-Vai ficar tudo bem, vamos fazer um show e tanto, tá bom? - Tom beijou minha bochecha, o abracei.

Tom era como um irmão pra mim, um irmão mais velho. Quando nos conhecemos tinhamos 8 anos, éramos vizinhos, e ele odiava que eu ouvia músicas altas na garagem. Ai quando conhecemos Jack tivemos a ideia de montar uma bandinha. Estamos aqui agora, ele irá virar pai, e eu serei titia.

-Obrigada Tomato - Sai do abraço enquanto ele me olhava de cara feia, odiava esse apelido.

-Tá bom Chucky.

Mostrei a língua pra ele.

E fomos todos pra um canto, até nos juntarmos de novo no Glaston.

Ghost Society | Alex TurnerOnde histórias criam vida. Descubra agora