Outubro de 2013.
Passei os dedos pelos discos antes de os colocar na prateleiras. Curiosamente, meu pai e Alex tinham o mesmo disco de vinil do Rolling Stones. Senti duas mãos passarem pela minha cintura e uma cabeça cair em meus ombros, beijando meu pescoço.
-Vamos? - Me virei beijando seus lábios.
Peguei nas mãos frias dele e fomos até a sua moto, coloquei meu capacete e subi junto a ele. Estamos indo para o prédio da Domino, após 3 meses eu iria voltar lá.
Fazia 3 meses que eu não era a vocalista da Ghost Society, se quer tive tempo pra isso. Mas Tom disse que a melhor forma de eu voltar a ser quem eu era seria lançando um álbum novo. Mas o Fake Tears continuava estático no Top 200 da Billboard.
Em compensação, os Arctic Monkeys haviam lançado um álbum chamado AM a alguns dias atrás. Eu iria me encontrar com a banda e Alex iria ter notícias do álbum.
Chegamos no prédio, eu e Alex entramos no elevador de mãos dadas. Eu estava usando uma camiseta grande do Queen e Alex usava as coisas de sempre. Depois do último mês, Alex estava mais próximo de mim, e sempre queria ficar perto. Estava me dando agonia.
-Oi gente - Entrei na sala, Jack segurava um violão e Tom batucava umas canetas na mesa.
Logo saquei o que rolava aqui, Tom queria arrancar qualquer composição minha.
-Oi Athena - Revirei os olhos.
-Não não, eu não vou trabalhar em um álbum agora - Tom respirou fundo.
-Athena, vamos vai ser bom pra você! - Continuei bufando, encostada na porta.
-Tá precisando de dinheiro é? Vai pra outra banda, sem álbuns agora.
-E quando você vai lançar um álbum Athena? Quando você levantar e dizer que quer? Não é assim que as coisas funcionam.
Tom levantou e ficou na minha frente, tentando me fazer mudar de idéia. É a minha banda não é? Essa merda só vai sair quando eu quiser.
-Não vamos lançar um álbum porra! - Bati a palma da mão na mesa.
-E por que Athena?
A discussão estava entre eu e Tom, já que Verônica e Jack apenas observavam. Alex estava na porta do estúdio dele assistindo tudo.
-Porque eu disse que não - Cruzei os braços.
-Que se foda, isso não é uma ditadura! - Tom continuou, nunca o vi assim - O seu pai morreu, e te demos todo o tempo do mundo. Mas você não pode passar sua vida toda escondida.
Ne aproximei dele.
-Eu posso e irei, quanto tempo eu quiser, se você estiver encomodado. Tom, saia da porra da banda!
Tom respirou fundo e fechou os punhos.
-Vamos lançar um álbum até o ano que vem - Prostetei, quem ele pensa que é?
Tom andou um pouco mas parou quando eu o chamei.
-Pra que? Nosso álbum tem 1 ano e não vendemos nem 500 Mil copias! - Tentei manter a calma - Não vamos lançar.
-Vamos sim, se não lançarmos nada iremos cair no esquecimento - Gargalhei da resposta dele.
-Mais ainda? - Eu disse, ele voltou a estar na minha frente.
-Só estamos onde estamos por sua causa Athena.
Ele disse em um tom de voz baixo, mas foi o suficiente pra elevar o meu.
-Eu tô fora - Senti umas lágrimas escorrerem.
-Faz isso Athena, vai ser melhor pra você! Você sempre faz isso, esconde as coisas pra baixo do tapete e quando alguém fala pra você acontece isso - Me virei pra porta.
-Vai se fuder Tom!
Andei em passos largos até o elevador.
Alex correu até mim gritando o meu nome, apertei todos os botões tentando fugir de Alex ou qualquer outra pessoa. Senti as mãos dele em meu ombro.-Tá tudo bem? - Sequei as lágrimas com os dedos, mas era inútil já que elas ainda caíam.
-Eu tô sim - Ele olhava em meus olhos, desviei o olhar.
-Não você não tá - O abracei colocando minha cabeça no seu peito, olhando para o meu antigo estúdio.
Ele beijou minha testa, e me levou para o estúdio do Arctic Monkeys, me sentei no sofá, recebi um copo de água, mas eu só queria uma taça de vinho bem cheia.
-O que aconteceu? - Ele se sentou ao meu lado.
-Eu sai do Ghost Society - Sorri sem mostrar os dentes. Eu não estava feliz.
-Que? Athena? - Balancei a cabeça negativamente.
-Eu não posso fazer isso Alex, não posso mais - Voltei a chorar descontroladamente.
-Eu sei que não pode - Ele limpou minhas lágrimas com seus dedos e ai beijou meu nariz.
-Que merda eu fiz? - A fixa acabou de cair.
-Vai ficar tudo bem Athena - Encostamos nossas testas - Eu te amo tá bom?
-Eu também te amo - Susurrei.
-Eu vou pegar mais uma garrafa de água - Ele saiu pela porta.
Respirei fundo me afundando no sofá, só tinha a gente ali naquela sala. Tinha um violão do lado do sofá e um caderno em cima das composição.
Peguei o caderno pequeno e o abri, tinha vários versos e algumas letras, marcado de caneta preta estavam as músicas que iriam para o novo álbum. Comecei a ler uma chamada "One For The Road".
Comecei a ler os versos, e uma angústia foi crescendo dentro de mim, a cada palavra lida, até que acabou. Alex entrou na sala bem na hora.
-Pra quem é? - Ainda não o olhei.
-Pra quem é o que? - Ele parou na porta.
-One for the road, pra quem é? - O ouvi respirar fundo, e ai passou a mão pelo rosto.
-Como você sabe?
-Eu sou uma compositora Alex, não vivemos isso, eu sei.
Me levantei e andei até ele.
-Sobre quem é? - Minha voz estava embargada mas cheia de raiva.
-Arielle.
Filho da puta.
-Está apaixonado por ela? - Alex continuou quieto - ME RESPONDE PORRA!
Gritei, enquanto ele desviava o seu olhar do meu. Porra, só me faltava essa. Joguei o caderno no seu peito e sai pela porta. Ele nem tentou me seguir.
Eu estava sem carro e só precisava de uma cerveja, então eu fui até a Sunset. Em um domingo a noite, peguei uma garrafa de vodka no bar, e sentei em um sofá observando o andar de cima.
No andar de cima da Sunset era onde pessoas como eu não costumávamos pisar, lá rolava as drogas de todo tipo. Nunca pisei lá. Mas agora eu era outra Athena Darling não é? Sem pai, sem banda, sem namorado, sem família, sem amigos, sem ninguém. Quem iria se importar? Peguei minha bolsa e subi as escadas lentamente.
Cheguei perto de um cara, ele não me reconheceu, como ele poderia? Entreguei todo o dinheiro que eu carregava e recebi um pacote.
Eu sei.
Mas quem é você para me julgar?
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Ghost Society | Alex Turner
Fanfiction"Eu me apaixonei por ele naquela terrível noite em Paris, seu jeito poético me parecia como uma tristeza, eu me sentia exatamente como ele. Então eu sabia que cada sorriso, aperto de mão, e beijos falsos iriam doer. Eu não perdi somente a minha band...