1 de Setembro de 2013
Los Angeles, California.Já fazia 1 mês e meio. Nunca fui boa com datas, mas essa eu iria marcar para sempre.
Eu voltei para Los Angeles 2 dias depois do funeral. Passei no mercado e joguei tudo o que iria me fazer bem no carrinho. Comprei umas 16 garrafas de vinho e umas 5 de vodka, salgadinhos e doces.
As garrafas de vinho acabaram em uma semana, as garrafas de vodka duraram 3 dias.
O porteiro ligava a cada 3 dias dizendo que tinha alguém querendo me ver. Nas primeiras semanas, Lisa, Tom e Jack vieram aqui todos os dias, mas eu nunca abri a porta. Verônica veio 7 vezes para checar se eu estava viva. Mas eu também não atendi. Alex veio aqui 20 vezes. Eu também não atendi.
Passei os dias ouvindo os discos de vinil que ficou de herança pra mim, enquanto eu bebia uma garrafa de vodka. Tentei escrever músicas que iam direito pro lixo. Escrevi uma que particularmente eu tinha gostado, se chama "Records" e eu guardei ela em um livro, eu não me lembro qual livro era já que eu estava bêbada. Mas me lembro que na letra eu dizia.
"Nossas vidas eram ligadas por discos, agora discos são tudo o que me restou"
Eu não sai de casa, só para comprar mais bebidas, já que na maioria das vezes eu comia algum macarrão instantâneo. Eu não vejo minha banda a semanas, e não vejo Alex desde Glaston.
No funeral, Tom e Jack queriam vir comigo, mas eu disse que precisava encarar isso sozinha. Desde então não vejo eles.
Lisa deu a luz a uma menina a 3 semanas, fiquei sabendo através de uma mensagem de Tom. Eu chorei quando percebi que não estive presente para ver a filha deles, o nome da bebê é Willow.
Hoje é dia primeiro de setembro e eu estou segurando uma garrafa de água, pela primeira vez em 1 mês e meio. Não estou completamente bem, só estou mais estável. Não sei se vou conseguir superar essa dor algum dia. Eu acho que nunca vou.
O interfone ligou pela primeira vez essa semana, eu hesitei por uns segundos até finalmente levantar e ir atender.
-O que foi agora? - Perguntei.
-Visita para a senhorita Darling - O de sempre.
-Diga para eles irem embora - Eu disse sem um pingo de emoção, tirei o telefone da orelha e, antes de o colocar no suporte ouvi uma voz familiar.
-Athena nos escute.
Alex.
Coloquei o telefone em cima do suporte sem desligar.
-Estamos preocupados com você, por favor só queremos ajudar - Peguei o telefone e coloquei na orelha.
-Olha eu estou bem, ok? - Reforcei o "ok".
-Precisamos ver você - A voz de Lisa apareceu - Por favor amiga.
Uma dor cresceu em meu peito.
-Li...
-Vamos estar no restaurante aqui da frente ok? - O telefone desligou.
Me segurei pra não chorar, eu não posso fazer isso comigo mesma e nem com eles. Eu não posso ficar aqui para sempre.
Coloquei o telefone no gancho e fui até meu quarto vestir um sobretudo por cima do moletom. Peguei uma toca no armário e coloquei. Peguei minhas chaves e abri a porta, e depois a fechei.
Eu não estava sóbria, fazia 1 mês e meio que eu não estava sóbria, mas eu ainda tinha uma consciência aqui dentro. Entrei no elevador e respirei fundo para manter meu corpo no lugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ghost Society | Alex Turner
Fanfiction"Eu me apaixonei por ele naquela terrível noite em Paris, seu jeito poético me parecia como uma tristeza, eu me sentia exatamente como ele. Então eu sabia que cada sorriso, aperto de mão, e beijos falsos iriam doer. Eu não perdi somente a minha band...