15-Véspera

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Era dia 23 de dezembro e eu estava dirigindo a 3 horas para a minha cidade natal e ainda faltavam 2 horas. Avalon, minha cidade natal era localizada na costa, era uma das praias da Califórnia, era pequena, e em 2008 foi muito visitada por causa da banda.

Eu estava me preparando psicologicamente para ouvir mamãe reclamar da vida perfeita dela por horas, mas pelo menos poderia revirar meus olhos para o meu pai e ele rir da situação.

Eram 23h e eu iria chegar lá morrendo de sono, então acelerei mais um pouco pra chegar mais rápido. Eu não comprei presentes, nem nada para eles. Contando que eu comprasse as cervejas do meu pai estava tudo bem.

A estrada era escura, e depois de 1 hora e alguns minutos eu já conseguia enxergar as luzes coloridas vindo da minha cidade, as ruas estavam enfeitadas para o natal e isso me trazia uma nostalgia boa.

Entrei em um bairro mais afastado, naquela rua sem saída em conseguia ver minha casa, amarela de tijolos decorada com a velha decoração que existia antes de eu nascer, meu pai estava sentado em um cadeira do lado de fora, coloquei o carro na frente da garagem. Desliguei o motor e desci, meu pai levantou em passos largos e veio em direção ao carro.

-Pai! A quanto tempo você está aqui fora? - Abracei ele com muita força, a saudade estava me matando.

-Não faz muito tempo, não se preocupe querida - Ele beijou o topo da minha cabeça e sorriu ao ver meu rosto - Esse cabelo pintado fica muito legal em você.

-Obrigada pai - Sorri para o homem a minha frente, ele não aparentava ter 65 anos, ele era saudável e forte, fui até o porta-malas e abri.

-Quer ajuda com suas malas? - Fiz que sim com a cabeça, era uma bolsa grande e uma mochila.

Tranquei o carro e entrei em casa, estava tudo quieto e apenas a tv estava ligada.

-Onde está a mamãe? - Falei um pouco mais baixo.

-Ela está dormindo lá em cima - Ele colocou minhas coisas no sofá.

-E a Diana?

-Ela está dormindo no quarto dela, o seu está do jeito que você deixou.

-Eu preciso dormir pai, foi uma viagem cansativa - Dei um abraço nele - Amanhã nos falamos mais, ok?

Ele balançou a cabeça com um leve sorriso, peguei minhas coisas e subi até meu antigo quarto. Ainda tinha meus cds do Panic At The Disco!, Fall Out Boys, My Chemical Romance e Green Day. Era como se ele não tivesse sido tocado, fechei a porta e coloquei minhas coisas no chão, coloquei minha jaqueta de couro na cadeira e tirei minha bota.
Assim que deitei na cama eu adormeci.

(...)

Coloquei um short jeans e uma camiseta que ganhei em um show do Blur que fui escondida quando eu tinha 14 anos. Desci as escadas, e na sala estava meu pai e Diana, e minha mãe na cozinha. As duas deram um leve sorriso ao me ver.

-Athena! - Minha mãe largou o pano de prato e veio até mim para me abraçar.

-Oi mãe - Acariciei suas costas, ela saiu do abraço e colocou as duas mãos no meu rosto.

-Você pintou o cabelo de novo... - Ah não, vai começar - Você sabe que seu cabelo natural é muito mais bonito.

-Eu pinto meus cabelos para não descontar em outras coisas - Sorri para ela, então fui até a sala.

Diana se levantou e me abraçou, ela continuava usando roupas de classe e seu cabelo era perfeitamente arrumado.

-Pega leve com a mamãe - Ela sussurou.

-É bom te ver também - Ela suspirou alto, me sentei do lado do meu pai e escorei a cabeça no seu ombro - Quais são os planos pra hoje?

-Seu pai e eu vamos sair para comprar os ingredientes e eu irei cozinhar - Minha mãe disse - Seria bom de você e sua irmã saíssem para comprar presentes - Mamãe colocou algumas coisas na mesa - Venha comer Athena, fiz panquecas.

Ghost Society | Alex TurnerOnde histórias criam vida. Descubra agora