Capítulo 8 - Liadan

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Acordei quase gritando quando ouvi grito do Jurandir, estávamos deitados nas raízes da Sumaúma.

Sentei sentindo uma tortura e tive que levantar devagar, Jurandir até me ajudou antes de perguntar preocupado:

– Está bem, irmã?

– Vou ficar. - respondi e perguntei - E você está bem?

– Mais ou menos, vai eu vou ficar bem.

Que bom que conseguiram.”, animamos ouvindo a voz bem familiar.

Ao nosso lado aproximou-se uma onça-pintada macho e adulto.

– Sábio. - sorri o abraçando.

– Apareceu, sumido. - disse Jurandir acariciando a cabeça dele.

Eu estava muito ocupado.”

– Eu soube pela Star. - falei meio rindo - Quero conhecer seus novos filhos.

Podem conhecê-los depois quando conhecerem seu novo irmão ou irmã.”

– O quê?! - Jurandir e eu gritamos ao mesmo tempo.

A mãe de vocês entrou em trabalho de parto na hora do sol alto.”

Podem ir, irmãos felinos.”, disse Sumaúma.

"Concluíram o desafio com sucesso, que os ancestrais estejam ao seu lado.”

– Obrigado, Sumaúma. - agradeceu Jurandir.

– Obrigada.

***

Corremos o mais rápido possível enquanto seguimos Sábio, na margem do rio está uma canoa. Entramos e as águas empurraram a canoa e nos levantando para outro lado, Sábio foi nadando ao nosso lado.

– Jurandir… - ouvimos gritos familiares - Liadan.

Na margem vimos César pulando e Célia mexendo os braços.

Significa que Tia Luna e Tia Tara estão na aldeia.

César e Célia são uma grande dupla de bagunceiros, adoram brincar e causar muito trabalho. Principalmente sair escondidos da aldeia.

– Vocês chegaram. - gritou César alegre quando chegamos na margem.

– Depois vamos ter uma conversa bem sério por estarem aqui sozinhos. - disse Jurandir bem sério e depois perguntou - Como está a mamãe?

– Ainda gritando. - respondeu Célia - As mulheres estão cuidando dela.

– Vamos. - gritei indo na frente.

Jurandir ficou atrás cuidando do César e Célia enquanto corremos. Sábio correu na minha frente e com toda nossa velocidade, chegamos a aldeia.

Os homens abriram nosso caminho, vimos todos reunidos ao redor da nossa cabana, onde pouco longe está o papai sentado ao lado do Vô Ursão. Rapidamente ele se levantou quando nos viu, nos abraçou e disse sorrindo:

– Meus filhos, desculpe por não recebê-los na margem do rio. - riu olhando na cabana - Seu irmão ou irmã decidiu nascer quando estávamos saindo. 

– Tudo bem, pai. - falei.

– Estou vendo que conseguiram completar o desafio. - sorriu mais ainda - Estou muito orgulhoso de vocês.

– Obrigado, pai - agradeceu Jurandir e perguntou - Como está a mamãe agora?

O grito da mamãe veio bem alto e forte, junto com um som que parecia choro de bebê.

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