Capítulo 34 - Liadan (Humanimal Tigresa Branca)

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Fui andando pela floresta escura e sem saber o que fazer. Até que algo no chão me chamou atenção, pegadas brilhantes e indo onde tem um brilho branco bem forte no outro lado da floresta.

Quase andei em direção do brilho até ouvi o meu próprio grito:

"Não vai lá ainda."

Ao meu lado está uma grande tigresa branca me encarando.

– Quem é você? – perguntei.

"Não vai entender agora, tem que encontrá-lo e entenderá tudo." , disse com a voz igual à minha.

– Encontrar quem?

"Encontrar o homem perdido, ele viu aquela que destrói."

– Mas quem…

***

Abri meus olhos e quase caí da rede do jeito que levantei. Soltei um longo suspiro e ainda pensando naquela tigresa branca e o que ela disse.

Será que ela…

– Liadan. – na outra rede está Ellie sentada e olhando pra mim – Você estava falando enquanto dormia, está bem?

– Estou bem. – respirei fundo e sai da rede – Você dormiu bem?

– Mais ou menos. – olhou pra entrada – Papai passou a noite conversando com os guerreiros mais velhos.

Desde que Jurandir e Paulo, com uma perna ferida, voltaram e disseram que nas margens dos rios apareceram plantas pretas com espinhos e os atacaram.

Agora surgiram essas plantas misteriosas, como queria vê-las pra saber o que são.

Se pelo menos não estivesse de castigo.

– Espere… – notei que Ellie está usando roupas meio arrumadas – Onde vai?

– Vou… – desviou o olhar e disse com nervosismo – Cuidar das crianças.

– Antes do sol nascer? – perguntei desconfiada.

– Bebês acordam bem cedo. – agora deu meio riso.

– Qual é, mesmo depois de dez anos, eu te conheço muito bem. – cruzei os braços e perguntei bem séria – O que está acontecendo?

– É que…

– Bom dia. – assustamos quando vimos a Rubi entrando – Aconteceu alguma coisa?

– Nada não. – falei e percebi Ellie soltando um alívio.

– Ah, seu pai está fazendo uma reunião pra toda aldeia. – disse Rubi.

Reunimos o centro da aldeia onde as pessoas se sentam e formam um grande círculo, no meio está o papai ao lado da mamãe. Jurandir antes deles e segurando a mão da Sofia.

Papai se levantou e começou a falar:

– Como vocês ouviram ontem, surgiram plantas pretas na margem dos rios. Pelo que sabemos, são perigosas e soltam espinhos bem afiados.  – continuou com voz firme – A maioria dos guerreiros formaram em grupos e vão às margens tirando o máximo de plantas.

Rômulo e Vô Ursão foram chamando os guerreiros pelo nome.

– Os aprendizes, crianças e as mulheres estão proibidos de saírem da aldeia desacompanhados.

– E as refeições? – gritou um dos aprendizes – Continuam em menores quantidades?

– Aqueles que têm a alma animal carnívoro estão com muita fome. – disse uma das mulheres – Estamos com medo, e o estoque de carne está acabando.

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