Descendentes da Tigresa

Capítulo 40 - César (Humanimal Tigre)

Droga, eu não queria falar com ela agora.

Mas já que minha mãe até se meteu nisso, não tenho outra escolha.

Observei tudo quando Rubi se declarou pra Célia e disse que também me amava. E o resultado deu quando Célia gritou com ela e dizendo que ela não pode se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo.

Mesmo assim, Rubi disse firme que a amar e também me amar.

Célia bateu o pé no chão e foi embora completamente furiosa.

Fui ao meu quarto pra ficar sozinho e tentando pensar o que fazer nessa situação à noite toda. Eu quero que as duas se dão bem e sejam amigas outra vez, afinal eu as adoro e não quero que fiquem brigadas, mas o motivo da briga sou eu.

Como farei isso?

Principalmente nessa situação?

Claro que gosto das duas e são minhas melhores amigas, e pensando bem eu não sei nada sobre uma situação de romance.

“Duas fêmeas apaixonadas por você, não entende como você é sortudo?”, Ravi riu na minha mente.

– Isso não tem graça. – suspirei – Elas são minhas amigas.

“Que vivem grudadas em você desde que eram crianças, por que age como se isso fosse um problema?”.

“Tendo elas como esposas, a linhagem dos Humanimais Tigres crescerá rapidamente e serão bem fortes com o sangue de Humanimais Lobos e Humanimais Leões.”

– Credo, como ousar pensar assim?

“Antes da extinção, o líder Humanimal Tigre pode ter mais de duas esposas mais fortes para que seus filhos sejam grandes guerreiros. Você também terá esse direito, mas será primeiro a se casar com esposas Humanimais diferentes.”

– Não, não vou me casar só pra aumentar a linhagem, me casei por amor como meus pais me ensinaram.

“Tá bom, então entre a leoa e a loba, qual escolheria como companheira?”

Dessa vez não soube o que dizer.

Do nada consegui achar o cheiro da Célia pouco longe do clã, tirei esse pensamento e falei com rosnado:

– Agora tenho que ajudar minha amiga.

“Tudo bem, boa sorte sendo devorado por aquela loba.”

O ignorei e fui seguindo o cheiro da Célia, me levando onde tem poucas árvores verdes e de longe encontrei Célia deitada em cima de uma grande rocha. Aproximei e ela se levantando quando me viu.

– O que está fazendo aqui, gato irritante? – resmungou.

Respirei fundo e falei com calma:

– Estava procurando você, sua mãe Tara está preocupada com você.

– Então veio me procurar por causa da minha mãe? – virou as costas pra mim – Fale pra ela que não precisa se preocupar comigo.

– Na verdade… – fui aproximando – Eu queria falar muito com você.

Levantou a cabeça e rapidamente pulou até ficar na minha frente.

– O que é?

– Eu… – tentei falar, mas senti como se minha língua ficasse presa – Eu… Eu…

– Espere. – me interrompeu e foi cheirando pelo ar, olhou algo atrás de mim e rosnou – Trouxe ela?!

Me virei e vi Rubi escondida em uma das árvores.