Capítulo 38 - Liadan (Humanimal Tigresa Branca)

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– Cheguei. – Azula chegou carregando uma tigela cheia de ervas e atrás veio Zaki.

– O que aconteceu? – perguntou Zaki.

– Ellie vomitou do nada. – disse mamãe, limpando a boca da Ellie.

– Mãe, eu estou… – Ellie tentou falar antes de fechar a boca e voltou a vomitar de novo.

– Vamos examiná-la. – Zaki ajoelhou na frente da Ellie – Podem esperar lá fora.

Mamãe me chamou e saímos da cabana enquanto ouvimos as vozes do Zaki e da Ellie.

– Clarisse. – Nani, uma das acolhedoras correu até ficar na frente da mamãe e foi gritando – Duas mulheres e uma criança estão vomitando.

– Chame Azula e a ajude. – mamãe disse pra mim.

Chamei Azula pela entrada da cabana, corri ao lado dela pra onde estão duas mulheres deitadas no chão e gemendo de dor, ao lado delas está um menino chorando enquanto vomitava.

Azula foi examinando as mulheres enquanto eu ajoelhei ao lado do menino chorando:

– Minha barriga está doendo.

Os Sagrados não gostam disso, mas preciso fazer isso.

Coloquei minha mão na barriga do menino e fui reunindo a minha energia nos meus dedos. Pela mente senti a dor e poucas energias malignas ao redor da dor dele, respirei fundo e usei as minha purificação na região da dor.

Senti dor e me afastei do menino para soltar o pior vômito da minha vida.

– Liadan, você também?! – Azula foi ao meu lado.

– Minha dor… – o menino se levantou e sorriu – Minha dor passou.

– O que você fez? – perguntou Azula.

– Estou bem. – limpei minha boca e olhei pra mulheres – Eu cuido delas.

Ajoelhei quando soltei meu quinto vômito, dessa vez é o mais fraco de todos.

– É sério, pare. – disse Azula – Nem está conseguindo ficar de pé.

– Estou bem, só preciso ajudar a Ellie. – esforcei pra andar até senti um cansaço nas minhas pernas.

– Liadan. – Azula ajoelhou ao meu lado.

***

Minha visão estava ficando embaçado e fui sentindo uma tortura. Na minha frente vi algo branco vindo na minha direção e fechei os olhos quando chegou perto de mim.

– Liadan. – abri os olhos reconhecendo a leoa branca me encarando.

– Leona, o que está fazendo aqui?

– Te impedindo algo que você fez. – disse com voz séria e usou a pata pra levar minha camisa, revelando uma grande mancha vermelha no meu tronco.

– O que é isso? – perguntei assustada.

– Avisamos para não curar as doenças, mesmo que sejam pequenas.

– Mas…

– Nada de mas. – gritou forte, e depois se acalmou quando respirou fundo – Desculpe, é que mesmo com esses anos de treinamento, você não é uma Sagrada completa e sabe o que significa.

– Sim, o meu corpo.

– O poder de cura pode consumir muita energia do seu corpo e da sua alma, como seu corpo é meio humano… – lambeu meu tronco e a mancha sumiu – As partículas das doenças entraram no seu corpo ao invés de purificar, sofrerá danos horríveis se continuar curando.

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