Capítulo 54 - Ellie (Mestiça)

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Assim que o sol nasceu completamente, minhas garras e dentes afiados sumiram. Meus cabelos continuam loiros e a marca de leoa no meu braço esquerdo.

Como Piper disse, agora virei mestiça que só pode assumir a forma animal humano só por um dia do mês.

Olhei meu reflexo num rio e estranhei agora que sou loira.

– Até que ficar linda de loira. – comentou César.

– Vocês são bem rápidos. – chegou tia Tara quase sem fôlego, e trouxe as roupas para mãe.

– Obrigada. – mamãe assumiu a forma humana e vestiu as roupas.

– A floresta está bem linda. – comentou tia Tara e tocou em uma das árvores – O povo ficará bem feliz, nossa floresta voltou ao normal.

– Precisamos voltar e ver como estão. – disse Jurandir.

– Espere. – chamei atenção deles – Eu…

– Vão na frente. – disse mamãe, bem séria – Quero falar com a Ellie.

Jurandir assentiu e foi embora com César e tia Tara.

– Mãe… – comecei a falar – Me desculpe pelo que eu disse, não te odeio e…

Fui surpreendida pelo abraço dela, acariciou  meus cabelos e disse com calma:

– Tudo bem, minha filha. – beijou minha testa – O que mais importa pra mim, é a sua felicidade, mesmo que esteja à distância de mim.

– Mãe, vai ser menino. – a abracei de volta.

– Que legal, terei um neto. – tocou na minha barriga e disse bem séria – Sabe o que vai acontecer, faça que seu filho crie o próprio destino de acordo da vontade dele, entendeu?

– Sim, mamãe.

– Clay. – assustei e o vi escondido em cima de uma árvore, mamãe se aproximou e disse bem séria – Cuide bem da minha filha, e seja bom pai para meu neto.

Clay desceu da árvore e se curvou na frente dela.

– Obrigado.

– Tem um carro esperando vocês na estrada de terra. – me entregou duas passagens de avião – Melhor irem antes que seus avós fiquem preocupados.

– Mãe, você vai deixar que eu…

– Sua avó já até arrumando um quarto para o bisneto dela. – mamãe sorriu – Ver se me ligue, principalmente quando ele nascer.

– Clay Júnior. – falei e Clay sorriu – Será o nome dele.

– Seu pai não vai gostar. – mamãe riu, e cruzou os braços – Vão logo antes que eu mude de ideia.

Dei mais um abraço pra minha mãe e chorei.

– Muito obrigada, mamãe.

Seja feliz, minha filhote. – disse com a voz da Agatha.

Mamãe chorou e ficou parada vendo eu indo até o Clay. Ele segurou minha mão e corremos como loucos e indo em direção para nossa nova vida com nosso filho na cidade.

Jurandir (Humanimal Onça-Pintada)

Voltamos à aldeia e fui recebido pela comemoração dos guerreiros. Gritaram de alegria enquanto subia nas árvores fortes, principalmente aquelas com frutas.

– Jurandir. – Sofia correu na minha direção.

A peguei e a levei no ar antes de dar um longo beijo nos seus lábios.

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