Capítulo 46 - Liadan (Humanimal Tigresa Branca)

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A dor de cabeça passou depois de uma soneca tranquila. Até ouvi vozes entrando na cabana, pela janela vi que é noite.

– Ai, minha perna. – reconheci que é o César.

Levantei da rede e fui até a sala onde meus pais e tio Léo falando com Jurandir, César está no sofá e vi marcas de arranhões nas pernas dele.

– É verdade. – disse tio Léo – Uma cobra devorou as outras e ele cresceu.

– Ele atacou… – mamãe olhou para César.

– Ele estava louco para matar o César. – tio Léo olhou para Jurandir – Fico bem surpreso que matou aquela cobra sozinho.

– Eu não estava sozinho, Clay me ajudou.

– Um aprendiz sozinho na floresta. – papai cruzou os braços – Vou ter que conversar com o Clay.

– Ele ajudou o Jurandir. – mamãe lembrou.

Assustei com passos e vi Azula entrando com Rubi carregando as ervas curativas. E todos me viram que eu estava escondida e ouvindo tudo.

– Está bem, filha? – perguntou mamãe.

– Sim, mãe.

– Cuidarei dos ferimentos. – Azula ajoelhou e examinou as pernas do César.

– Obrigada por chamar a Azula. – mamãe agradeceu e Rubi assentiu.

– Rubi, eu… – César a chamou.

– César. – Célia entrou rapidamente e veio pra cima do César, o abraçou e pela voz notei que está chorando – Seu idiota, eu estava preocupada.

– Célia, desculpe por te preocupar. – César tocou nos cabelos dela.

Vi que a Rubi deu sorriso e saiu da cabana, senti completamente sua tristeza e felicidade no seu olhar.

– Precisamos falar com a Rubi. – disse César.

– Primeiro você tem que se recuperar. – disse papai, bem sério – Sorte sua e do seu tio que não darei uma bronca.

– Ora, ele já é um adulto. – tio Léo riu.

– Ele é meu filho. – quase rugiu.

– Nada de brigas. – mamãe deu meio grito e foi em direção à saída – Ajudei a Luna essa noite.

É mesmo, hoje é a terceira noite de lua cheia. O dia que tia Luna virá uma humana normal por uma noite, por ela ser mestiça. Nessas noites a minha mãe passa a noite no clã dos lobos para proteger a tia Luna.

– Névoa e Ash irão com você. – disse tio Léo.

– Obrigada. – mamãe agradeceu antes de ir.

– Liadan. – papai me chamou.

– Sim, pai.

– Acompanhar a Ellie pra jantar. – papai olhou para o tio Léo e Jurandir – Vamos conversar mais aqui.

– Sim, pai.

Fui ao quarto, e vi Ellie conversando com Clay pela janela. Quando me viram, Ellie se afastou da janela e Clay me encarou antes de ir.

– Espere. – o chamei – Obrigada pelo que fez com o Jurandir.

– De nada. – falou fraco e se afastou.

Notei nervosismo na aparência da Ellie, senti um cheiro descobri que ela tocou algo novo nas mãos dela.

– Vamos jantar. – falei com calma, sei que ela não falará se eu perguntar mais.

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