A dor de cabeça passou depois de uma soneca tranquila. Até ouvi vozes entrando na cabana, pela janela vi que é noite.
– Ai, minha perna. – reconheci que é o César.
Levantei da rede e fui até a sala onde meus pais e tio Léo falando com Jurandir, César está no sofá e vi marcas de arranhões nas pernas dele.
– É verdade. – disse tio Léo – Uma cobra devorou as outras e ele cresceu.
– Ele atacou… – mamãe olhou para César.
– Ele estava louco para matar o César. – tio Léo olhou para Jurandir – Fico bem surpreso que matou aquela cobra sozinho.
– Eu não estava sozinho, Clay me ajudou.
– Um aprendiz sozinho na floresta. – papai cruzou os braços – Vou ter que conversar com o Clay.
– Ele ajudou o Jurandir. – mamãe lembrou.
Assustei com passos e vi Azula entrando com Rubi carregando as ervas curativas. E todos me viram que eu estava escondida e ouvindo tudo.
– Está bem, filha? – perguntou mamãe.
– Sim, mãe.
– Cuidarei dos ferimentos. – Azula ajoelhou e examinou as pernas do César.
– Obrigada por chamar a Azula. – mamãe agradeceu e Rubi assentiu.
– Rubi, eu… – César a chamou.
– César. – Célia entrou rapidamente e veio pra cima do César, o abraçou e pela voz notei que está chorando – Seu idiota, eu estava preocupada.
– Célia, desculpe por te preocupar. – César tocou nos cabelos dela.
Vi que a Rubi deu sorriso e saiu da cabana, senti completamente sua tristeza e felicidade no seu olhar.
– Precisamos falar com a Rubi. – disse César.
– Primeiro você tem que se recuperar. – disse papai, bem sério – Sorte sua e do seu tio que não darei uma bronca.
– Ora, ele já é um adulto. – tio Léo riu.
– Ele é meu filho. – quase rugiu.
– Nada de brigas. – mamãe deu meio grito e foi em direção à saída – Ajudei a Luna essa noite.
É mesmo, hoje é a terceira noite de lua cheia. O dia que tia Luna virá uma humana normal por uma noite, por ela ser mestiça. Nessas noites a minha mãe passa a noite no clã dos lobos para proteger a tia Luna.
– Névoa e Ash irão com você. – disse tio Léo.
– Obrigada. – mamãe agradeceu antes de ir.
– Liadan. – papai me chamou.
– Sim, pai.
– Acompanhar a Ellie pra jantar. – papai olhou para o tio Léo e Jurandir – Vamos conversar mais aqui.
– Sim, pai.
Fui ao quarto, e vi Ellie conversando com Clay pela janela. Quando me viram, Ellie se afastou da janela e Clay me encarou antes de ir.
– Espere. – o chamei – Obrigada pelo que fez com o Jurandir.
– De nada. – falou fraco e se afastou.
Notei nervosismo na aparência da Ellie, senti um cheiro descobri que ela tocou algo novo nas mãos dela.
– Vamos jantar. – falei com calma, sei que ela não falará se eu perguntar mais.
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Descendentes da Tigresa
AdventureHumanimais II Após anos de tranquilidade na floresta Amazônica e da aldeia escondida, está surgindo novas almas malignas que podem ser ameaça a existência dos Humanimais e da floresta. E a única salvação está nas mãos dos filhos da Humanimal Tigresa...