15 - O Céu em Chamas

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Muito tempo atrás

O céu noturno, imerso pela escuridão clareou como se fosse dia. O fogo rodeava toda capital que ardia em chamas. No chão, a neve branca tingiu-se de vermelho com o sangue das vítimas. Naquela fatídica noite mais de 5 mil mortes em questão de minutos. Dava para sentir a quilômetros o cheiro de sangue, pólvora e fumaça.

De dentro do outrora glorioso castelo uma mãe em trabalho de parto gritava de dor. As portas cerradas com móveis pesados era o escudo que protegia a jovem mulher e o bebê ainda não nascido. Do lado de fora ouvia gritos, choro e violência.

A parteira improvisada era a Dama de companhia leal a família a mais de 30 anos e que havia visto a jovem mãe nascer e crescer.

-Anda logo, Moema! - Um dos guardas, era o capitão da guarda real, Vincenzo Romero, vindo de terras estrangeiras. O homem leal à coroa só abandonaria seu posto com a morte e ele estava disposto a morrer ali.

-Estou tentando! Majestade, precisa empurrar, temos pouco tempo.

-E-eu não consigo. - A mulher de longos cabelos loiros, já pálida pela quantidade de sangue perdida, não tinha mais forças. Mas, trazer aquela criança ao mundo era tudo o que importava para ela.

Ela olhou nos olhos da parteira e viu o desespero em seu rosto, não era para menos, o mundo delas estava indo tudo abaixo.

-Moema... - Ela disse com dificuldade. - Eu vou tentar uma última vez. Talvez não tenha forças para isso. Só garanta que meu filho sairá vivo daqui hoje! - Ela arrancou um colar de seu pescoço. Um colar de ouro branco com um pingente redondo em esmeraldas e rubi com o brasão da família. - Entregue a ele Moema. Nunca deixe que se esqueça de quem somos!

-Sim senhora! - Moema não aguentava ver a rainha naquela situação, se pudesse daria tudo para que ela não passasse por aquilo. Mas, ela seria leal e a honraria até seu último suspiro e até mesmo depois dele.

A rainha usou seu resto de força e empurrou a criança. A quantidade sangue que perdeu pintou de vermelho o lençol abaixo dela o e grito agonizante da mulher fez até o mais bravo guerreiro desviar o olhar.

-Esta saindo! - Moema segurou a criança que saia com dificuldade.

Depois do grito, o choro do bebê, que soava como acalento para os desesperados. Moema cortou o cordão umbilical e enrolou a criança em uma manta.

-Nasceu, senhora! - Moema chorava de alegria e alívio.

Depois disso silêncio.

-Senhora? Majestade? - Ela chamou mais uma vez. - Calandiva?

A rainha estava morta. Com os olhos abertos e uma expressão serena e de alívio.

-Vá logo Moema. Não temos tempo de chorar pelos mortos. - Vincenzo disse de cabeça baixa.

Ele a guiou até uma passagem secreta que ficava entre as paredes.

-Moema, corra o mais rápido que puder! E não olhe para trás. Vá embora e nunca mais volte!

-Mas, e você?

-Eu servirei minha rainha até meu último suspiro. Proteja a linhagem real, Moema. No futuro ela salvará nossas vidas.

-Vincenzo!

Vincenzo fechou a porta por fora. Em questão de segundos os invasores quebraram a porta. Moema ouviu o brandir de espadas, virou-se e seguiu em frente, correu até as pernas perderem as forças e nunca mais olhou para trás.

Naquela noite, depois de 1 ano de conflito a família Real caiu.

Naquela noite, depois de 1 ano de conflito a família Real caiu

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