A mordida real - Chapter 44

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Um..dois..três
Um..dois..três
Um..dois..
Três?

Meu olhos se abrem numa velocidade absurda ao mesmo tempo que me sento na cama em pânico, minha respiração ofegante e o suor frio escorrendo por meu corpo.

Analisei tudo, onde estava, o cheiro, o clima, e também..

— Vegas.. — Questionei de olhos arregalados para o garoto que antes cortava a casca de uma maçã, a largando no prato.

— Pete! — Vegas pousou o prato na bancada e agarrou meu rosto. — Você..como se sente?!

— Eu?..

— Bem desculpe. — Vegas suspirou largando meu rosto e assim olhando o redor. — Você está na enfermaria do castelo..

— Aqui tem enfermaria?.. — Questionei agarrando minha cabeça.

— Sempre teve..a gente tem de tudo aqui Pete, achava que já sabia. — Ele suspirou e logo encarou o prato com a maçã. — Sabe..já passou um tempo desde oque aconteceu..

— Um tempo?.. — Questionei um quanto frustrado. — Espera, quanto tempo eu dormi. — Vegas se manteve em silêncio cruzando as pernas sentado em sua cadeira. — Vegas?

— Bem, vai parecer assustador mas..você já tá em coma tem uns 3 ou 4 meses? — Meus olhos se arregalaram, meu corpo estremeceu, olhei minhas mãos e então Vegas.

— Você..e seu guarda-costas? Meu papel.. — Gaguejei.

— Pois bem..meu pai tentou arranjar alguém, neguei todos, chegando ao ponto que meu pai colocou o "melhor" que tinham.. — suspirou. — Pois desde a invasão do outro reino, as coisas ficaram piores.

— Porra..eu..perdão..

— Por?

— Fui super irresponsável..me perdoa por isso, se eu não tivesse sido tão ingênuo.

— Ah querido, mas você não foi. — Eu e Vegas encaramos a porta, nos deparando com Tay, seu sorriso alegre.

— Oque..Oque ele faz aqui. — Falei em pânico encarando Vegas.

— Já se esqueceu Pete? Eu e Vegas somos casados agora.. — riu aproximando-se. — Mesmo que Vegas queira me trair, queira terminar comigo..você nunca poderá ser nada desse reino.

— Tay, já chega. — Vegas chamou a sua atenção.

Tay aproximou-se do outro lado da cama de Pete, fazendo com que Vegas se levantasse da cadeira pronto para atacar caso Tay tentasse algo.

— Apesar que o perigo ainda estará para começar. — sorriu pousando o polegar no lábio inferior de Pete, o pressionando, fazendo-o abrir a boca.

— Tay. Pode sair. — Vegas tinha uma feição de culpa em seu rosto e não podia entender o porquê.

— Informarei a todos que Pete acordou. — Tay sorriu se afastando. — E pedirei a todos para trazerem algo para você e prepararem um banho.

— Não.

— Hm? — Ele encarou-me com um sorriso.

— Não preciso que finja ter piedade comigo, Tay. Não depois do que fez comigo. — Sussurrei ofegante e ele deu um sorriso ladino.

— Tanto faz oque diga. Vegas? — Vegas o encarou. — Devo fazer ou não oque eu disse?

— Sim. Peça para que cuidem de Pete. — Vegas suspirou.

— Mas. — Tay deu um sorriso vitorioso e então saiu do cômodo, onde ficou um silêncio constrangedor por uns 2 minutos.

— Pode me dar água? — Pete falou, tentando se acalmar, vendo Vegas indo buscar um copo de água rapidamente, entregando. — Você e Tay...já?

— Já oque? — Ele encarou com seriedade tentando entender onde Pete queria chegar.

— Sabe..

— Sexo?

— Fale baixo! — Pete falou tentando cobrir a boca do menor que riu baixo logo negando com a cabeça.

— Acha? Já estou sem transar faz tempo, idiota. — Ele sussurrou, se sentando na cama ao meu lado.

— A..Ah..

— Porque está com vergonha Pete? Você acha mesmo que eu transaria com alguém sabendo que você estava em coma..como queria que eu tivesse descansado..

— Mas a gente nem namora. — Pete falou recebendo o olhar de Vegas silencioso, ele suspirou e deu uma pequena risada coçando a nuca.

— Sim..de facto. A gente não namora, mas não é legal ficar transando quando o meu guarda-costas especial está em coma..

Minhas bochechas queimaram de vergonha com tal alcunha, eu olhei para o lado tentando evitar encarar o garoto à minha frente que parecia bastante distante.

— Então eu ainda sou seu guarda-costas certo?

— Claro..mas antes você precisa dar uma descansada. Antes de voltar para a sua rotina..

— Entendo....e Tay.. — Vegas me olhou com um ar sério quando o nome do garoto foi mencionado, eu suspirei e tentei me acalmar pensando em tudo oque eu havia passado nas mãos daquele idiota. — Ele não recebeu qualquer tipo de punição.

— Do reino? não. — Vegas olhou para mim com um pequeno sorriso. — De mim sim.

— Como assim?! — Eu o encarei em choque, seu rosto parecia satisfeito lembrando da punição.

— Apenas alguns estaqueamentos..dias sem comer... — Ele deu de ombros acariciando o rosto de Pete. — E deixei uma fileira de copos com sangue cheiroso bem na frente dele, ele tava bem preso então, uma tortura digna! — ele riu olhando para o teto.

— A..Ah sim..com certeza.. — Eu olhei ao redor outra vez antes de perguntar. — Sobre o perigo que ele mencionou..oque ele quer dizer com isso. — O corpo de Vegas pareceu tenso mas logo deu uma risada nervosa antes de me encarar novamente com um pequeno sorriso.

— Sobre isso..é algo que nós não precisamos nos preocupar! Não agora Pete. — Vegas sorriu beijando minha testa, antes de sair do quarto com passos leves e rápidos.

•••

— PITELZINHOOO — Porsche gritou abrindo a porta do banheiro na velocidade da luz, correndo em minha direção, abraçando meu corpo nú.

— PORSCHE?! EU TOU NÚ? — Eu o encarei em choque tentando o empurrar quando começou a beijar todo o meu rosto com cuidado.

— SIM VOCÊ ESTÁ?! QUER TOMAR BANHOS JUNTOS É ISSO?! TUDO BEM AMIGO! — Ele começa a tirar suas peças de roupa lentamente.

— E..Ei! Não é isso seu doido! — tentei empurrar o mesmo que riu alto e então entrou no meu chuveiro, me puxando para dentro.

— Tava com saudades suas de verdade. — Porsche agora falava num tom doce e suave, eu sorri.

— Para mim o coma parece que durou um dia.. — Sussurrei o encarando. — Mas o tempo que tive em cativeiro, foi definitivamente suficiente para sentir sua falta também companheiro. — Eu sorri recebendo o sorriso doce de Porsche que beijou minha testa alegremente.

— Tem sede Pete? — Porsche parecia mais sério agora e eu ri negando com a cabeça.

— Não? Porque eu teria? Eu bebi água lá no quarto— comecei a lavar minha cabeça lentamente.

— Ah..por nada. Não se preocupe, fiquei com medo que não tivesse te servido nada quando acordou! — ele riu antes de ficar sério novamente, lavando o cabelo.

Mas ignorei, provavelmente todos ainda estavam surpresos que eu consegui acordar depois daqueles ferimentos todos, pelo menos acho que é isso que todos estão preocupados.

Passei por algumas pessoas..todos pareciam suspeitos quando eu passava por ele..e foi aí que a ficha caiu..

Algo está fora do normal nesse reino.

A mordida real - VegasPete.Onde histórias criam vida. Descubra agora