Eu libertava a fumaça de dentro da minha boca a cada suspiro que eu soltava, meu peito nú enquanto o corpo deitado ao meu lado encarava o teto.
— Porsche. — Eu o chamei, olhando-o por cima do meu ombro, o garoto lentamente se sentou na cama e me encarou, seus olhos visivelmente cansados, notórios de pouco sono.
Eu me levantei colocando as mãos dentro dos meus bolsos.
— Porsche. — Chamei novamente.
— Oque foi Kinn. — Ele respondeu cansado, ele não tinha a energia de sempre para me xingar, eu me aproximei dele e segurei seu queixo levantando-o.
— As coisas vão se resol..
— Não venha com positividades para cima de mim. — Porsche empurrou minha mão levantando-se da cama pegando a roupa jogada no chão. — Principalmente quando você usa essas mesmas palavras para Vegas. — Ele resmungou terminando de apertar a sua camisa.
— Você vai lá novamente? — Eu perguntei quando o garoto se direcionou para a porta.
— Claro. — Ele suspirou abrindo a porta e saindo, eu suspirei e deixei meu corpo cair sobre o colchão soft do palácio.
•🥀•
O corredor escuro, o cheiro da comida que eu tinha em minhas mãos, minhas mãos tremiam, eu gentilmente girei a maçaneta entrando no quarto do meu amigo.
Lá estava ele..no canto da parede, cabisbaixo tremendo, uma respiração ofegante, eu escutava o choro e quando ele levantou seu rosto, seus olhos não continham nenhum brilho além das lágrimas que caiam com brusquidão.
— Pete. — Eu chamei meu amigo, aproximando-me dele. — Você não anda comendo direito..por favor. — Porsche sussurrou lentamente aproximando de Pete.
— Não chegue perto de mim. — Pete resmungou, seu tom repleto de desespero, eu estremeci, meus braços trêmulos.
— Pete.. — Minha voz falhou e ele choramingou novamente.
— Eu consigo sentir Porsche! — Ele informa com desespero. — O cheiro que predomina suas veias..o cheiro das suas células..seu sangue.. — Ele ofega.
Faz um mês em que Pete descobriu sobre seu novo ser, desde esse dia, tudo piorou, Pete entrou em depressão e se tornou bastante paranóico, suas crises de ataque de pânico normalmente constantes, e mesmo Porsche tendo o risco de sair afetado disso. Ele nunca largou Pete.
Ele nunca largou o seu melhor amigo.
Vegas não foi diferente, o afastamento de Pete, os olhos odiosos de Pete com a informação levou Vegas a um esgotamento, Porsche não tem visto vossa alteza pelo palácio tanto quanto antes. Kinn algumas vezes informa umas coisas ou outras, como ele encontrou Vegas encharcado na tempestade de ontem, completamente perdido e acabado.
Pela situação psicológica de Vegas, o casamento dele com Tay foi adiado, a data ainda não definida, graças á sua mãe a rainha, pois seu pai ficou severamente irritado com a situação.
— Ainda nada? — A voz feminina abriu a porta e Porsche encarou-a.
— Vossa Majestade. — Ela cruzou os braços, seu corpo esbelto pela luz da vela em sua mão, seu rosto sereno enquanto aproximava-se.
— Pete. — Ela o chamou e o garoto a encarou com dor. — Nós estamos tentando ajuda-lo. — Ela sussurrou.
A rainha foi informada sobre a situação por Kinn, na altura Porsche tinha ficado irritado, mas ver que a rainha estava tentando ajudar Pete apesar de ser mãe do Vegas, deixou-o um quanto aliviado.
Inclusive, ela sabe do caso que Vegas e Pete tiveram antes disso tudo.Ela aproximou-se, seu corpo humano fazendo Pete estremecer enquanto abraçava suas pernas.
— Você vai precisar beber plasma mais cedo ou mais tarde querido. — A rainha falou pousando a vela em cima da bancada ao lado, se agachando na frente de Pete. Sua mão agarrou o queixo de Pete. — Seus olhos estão cansados e avermelhados, seu corpo está pedindo por sangue. — Ela suspirou.
— Eu não quero!
— Você vai morrer assim, Pete! — Ela retrocedeu severamente.
— Eu não quero ser um monstro.. — Ele chorou desesperadamente. — Por favor me leva embora.. — Ele gritou encarando o teto, Porsche deixava as lágrimas caírem com a situação do seu amigo.
— Isso é mau. — A rainha suspirou fazendo um leve cafuné no cabelo de Pete quando percebeu sua crise de ansiedade voltando novamente. — Está tudo bem Pete. — Ela assegurou o garoto.
— Oque devemos fazer Vossa Majestade? — Porsche sussurrou. — Pete não está comendo e nem bebendo água direito..imagine..plasma.. — Ele sussurrou novamente e a rainha se levantou, seu corpo alto lentamente se virando.
— Porsche..me traga a faca. — Ela sussurrou e Porsche arregalou os olhos.
— Oque você está.. — A rainha levantou três dedos e Porsche arregalou os olhos correndo para pegar a faca entregando para a mais velha com nervosismo.
Os três dedos, a contagem regressiva. A Rainha não era de ameaçar com palavras, mas sim com gestos.
Ela ao segurar a faca encarou Pete.
— Mm? — Pete a encarou e então a faca.
— Pete, me desculpe. — a rainha suspirou e se agachou levantando a faca.
•🖤•
Os olhos abriram drasticamente ao som de um berro ecoando no palácio. O garoto apenas usando uma calça moletom, saiu correndo com desespero, seus caninos afiados ao cheiro do sangue familiar, sua raiva subindo pelo corpo.
— Pete! — A voz de Vegas era grossa quando abriu a porta do quarto, seus olhos arregalaram, suas pernas tremeram.
A visão de sua mãe com uma faca ensanguentada e sangue nas roupas de Pete e no chão.
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A mordida real - VegasPete.
General FictionVegas Theerapanyakul, da família real, um príncipe bem conhecido mundialmente, não só por sua beleza fenomenal mas principalmente por seu rosto misterioso, já Pete um novo bodyguard contratado para cuidar de Vegas, a partir do momento que uns 20 des...