A mordida real - chapter 45

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— Ah, você está aí. — Pousei minha xícara de chá quando escuto a voz de meu pai ecoando aquele cômodo. Meus olhos se direcionam em seu corpo alto.

— Onde mais estaria. — Respondi eu, dando de ombros enquanto levantava meu corpo do sofá.

— Nem pense em fazer nenhuma besteira, Vegas. — Meu pai avisou, mas meu corpo queimou, eu não podia me irritar, não agora.

— Besteira? — Eu riu. — A besteira já está feita, tudo graças á Vossa Majestade. — Eu ri novamente, terminando com o líquido dentro da xícara. — Tudo começou a dar merda a partir do momento que estava tão desesperado para que eu me casasse com alguém.

— Vegas. — Ele respirou fundo tentando se controlar.

— É o meu nome. — Eu sorriu. — Sua escolha foi um erro, casei com um príncipe idiota qualquer que sequestrou, machucou, abusou e quase matou o meu.. — Eu suspiro. — O meu guarda-costas!

— E daí? Qual toda essa importância em Pete, mhm Vegas? — Meu pai riu, era como se lá no fundo ele já soubesse de algo.

— Ele foi dos melhores que já tive, melhores não digo só por experiência...mas também por conseguir aguentar os meus surtos repentinos. — Eu encarei a janela e as estrelas no céu escuro.

— Ah, sei. — Meu pai suspirou e então humedeceu seus lábios pensativo. — Pete parece bem melhor, deixarei ele voltar para o cargo ainda essa semana. — Ele terminou, virando as costas, aproximando-se da porta pronto para sair enquanto segurava a maçaneta.

— Você sabe que..esse meu casamento com Tay não vai durar muito né? — eu informei com um tom de raiva na voz.

— Ah Vegas, eu sei. — Ele respondeu me encarando por cima do ombro. — Por isso que também quis que ficasse com ele..

Eu o encarei em confusão, tentando perceber onde aquilo iria chegar, ele riu e então abriu a porta.

— Esse sempre foi meu plano. — E então saiu.

— Mas que porra. — Eu sussurrei pensativo, e joguei a xícara na parede, pressionando meu braço com raiva, descontando todo o meu descontentamento naquela região do meu corpo.

— Vegas! — Porsche entrou no quarto e então pousou sua mão sobre a minha com cuidado, eu encarei seu rosto com raiva, batendo na sua mão para que me largasse. — Você é sempre a mesma coisa. — Porsche suspira, assobiando, chamando a atenção de uma empregada. — Limpe essa bagunça. — Ela assentiu correndo para o outro lado do corredor.

— Oque foi Porsche. — Eu questionei baixo recebendo um olhar preocupado.

— Você age sempre sem pensar, isso é irritante! — ele falou com raiva e eu o encarei com minha sobrancelha erguida.

— Onde está querendo chegar com isso exatamente?! — Falei tentando controlar meu tom de voz.

— Pete! — Ele aumentou o tom de voz com raiva e eu suspirei. — Você sempre segue por impulsividade! Isso é irritante para caralho!

— Porque está me julgando agora porra?! — gritei.

— Pete..meu melhor amigo..você..

— Nem pense em terminar essa frase.

— Você. Ele nunca queria ser um de vocês..e você...

— Você não sabe do que está falando. — Cerrei meus punhos.

— Sei bem! Sei que ele vai te odiar para caralho quando souber sobre isso Vegas, ou se tiver sorte, ele ainda pode te dar umas beijocas. — Ele falou com ironia e eu o agarrei pela gola da camisa.

— PORRA VOCÊ QUERIA QUE ELE MORRESSE?! — Gritei para seu rosto. — ERA ISSO OU ELE NUNCA ACORDARIA DA PORRA DESSE COMA!

— Mais valia a pena esperarmos anos.. — Porsche sussurrou.

— Está brincando comigo? — eu falei incrédulo. — Porque esperaria anos se tinha uma opção de o fazer acordar mais cedo.

— A opção mais egoísta né? — Ele sussurrou e eu larguei a gola da sua camisa dando um tapa em seu rosto, escutando algo cair no chão.

— Vim limpar.. — A empregada falou assustada, meu coração quase saiu pela boca, achava que Pete teria escutado.

— Você consegue ser um idiota Vegas. — Porsche falou pousando a mão sobre sua bochecha agora vermelha. — Idiota. — Ele aproximou-se da porta.

— Ele ainda não tem a transformação completa. — Eu respondi vendo a empregada limpar o chão com cuidado.

— Como? — Porsche ergueu a sobrancelha me encarando com uma expressão confusa.

— Pete no começo estará bastante bem, agirá como nada estivesse acontecendo. — Ele engoliu seco. — Depois seus caninos começarão a doer...daqui uma semana..Pete terá duas opções. — suspirei.

— E quais seriam?

— Beber sangue e aceitar o seu novo ser. Ou, Rejeitar ser vampiro e entrar em pura loucura e então terá que ser executado.

— Você sabe que isso só me irritou mais ainda né? — Porsche rangeu os dentes saindo do cômodo batendo a porta.

— Está bastante complicado né? — A empregada suspirou encarando os cacos de vidro no chão.

— Gostaria de responder que não. — Respondi sentindo uma dor em meu peito. — Eu realmente não queria ter feito isso a Pete..ele "brincava" de que "meu deus vou virar um vampiro" mas eu sabia que aquele tom de brincadeira dele..na verdade era porque ele realmente não queria. — Suspirei e ri de maneira cinica. — Provavelmente essa semana.. será a última em que Pete me verá como um ser "amável".. — Suspirei.

— Pode ser que sim. — Ela respondeu. — Mas nunca deves desistir de quem amas, deves sempre seguir em frente! Mostrar determinação, mostrar que não fizeste isso só para você, Vossa Alteza. — Ela sorriu em minha direção.

— Como assim..

— Toda a gente aqui ama Pete, provavelmente de maneira diferente ao senhor..mas.. — Ela suspirou. — Ele tem sempre um sorriso no rosto mesmo quando está em grandes problemas, mesmo quando está doente ou com alguma coisa ruim..ele sempre sorri para a gente e oferece ajuda..pensar ter Pete trancado na nossa enfermaria por anos com esperança que ele acordasse desse coma..mas sabe o quão desapontante seria se esperássemos tantos anos e dissessem que ele não tinha capacidade nem condições de voltar à realidade. — sorriu de maneira triste. — Eu sei que você não está bravo com Porsche porque sabe que sim, de uma maneira Porsche está certo.

— De facto..tem razão..

— Você sabe que Porsche considera Pete como um irmão, ele estava frustrado, pelo facto de que quase viu Pete morrer na sua frente e depois viu o seu patrão transformar Pete contra a sua vontade..É um instinto de amigo..de irmão! — ela pegou as coisas de limpeza novamente. — Agora uma coisa que você tem que fazer... — Ela aproximou-se da porta.

Você tem uma semana para contar a Pete sobre isso, ou vocês terão um final triste.

A mordida real - VegasPete.Onde histórias criam vida. Descubra agora