A mordida real - chapter 47 (+16)

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(Pode conter gatilhos!)

— Pete! — chamei com um tom frio e seus olhos finalmente encontraram os meus, agora com um pequeno sorriso nervoso.

— Desculpe..estou me sentindo um pouco..tonto.. — Pete fechou os olhos, e quando os abriu, a sua coloração estava normal.

— Por isso que você não devia vir aqui! Você ainda está se recuperando. — Meu tom de voz aumentou e seus olhos arregalaram, ele deu uma risada confusa mas sínica.

— Mas se eu não tivesse aparecido, provavelmente você e Porsche estavam ferrados.. — Pete murmurou num tom irritado.

Eu o encarei surpreso, pousei minha mão sobre seu ombro e fiz o mesmo agachar junto comigo.

— Pete, não temos tempo para brigar agora. — Declarei num tom mais suave.

— Quem disse que eu quero brigar Vegas. — Ele suspirou. — Você..não entende o quão odeio me sentir inútil naquela cama..em meio a mil pensamentos de que você e Porsche estavam lutando sozinhos.

— Nós não estamos sozinhos. Temos.. — Um silêncio permaneceu por segundos na minha boca. — Tínhamos..bastantes soldados.

— Me deixe ajudá-lo. — Pete segurou minha mão. — Vegas eu quero te ajudar, eu sou seu guarda-costas! — ele falou num tom mais alto e eu engoli em seco me levantando.

— Pete.

— Sim?..

— Você deveria voltar para dentro. — E com isso o deixei para trás, caminhando sozinho pelo jardim, eu sabia que Pete não iria obedecer minha ordem. Ele nunca me obedece.

— Vegas! — Pete me chamou, e quando olhei para trás, uma ardência percorreu por minha bochecha, além da visão de Pete irritado na minha frente.

— Mas..que..

— Oque aconteceu com você?! Virou idiota de novo?! — Ele gritou e eu olhei o arredor.

— Não grite Pete! — Eu sussurrei num tom irritado.

— Não. Eu vou gritar sim. Quem é a pessoa normal que diz que ama alguém e depois a manda para dentro quando está lutando com um exército gigante de soldados.

— Eu não sou uma pessoa normal, nem uma pessoa eu sou, Pete. — Relembrei com um tom seco e o mesmo bufou em meio a uma risada.

— Vampiros morrem, Vegas. — Ele suspirou.

— Pete. Na verdade. Tem algo que eu quero te dizer. — sussurrei desviando meu olhar.

— Oque você quer.

— Vou aproveitar que está irritado comigo, para lhe contar sobre isso. — Sussurrei novamente e senti seu nervosismo.

— Oque está querendo dizer com isso. — Pete agora parecia nervoso.

Me mantive em silêncio, eu não consigo.
Eu não consigo.
Eu não quero dizer.
Eu não quero que ele me odeie.
Eu não posso..eu não posso dizer..eu..não eu tenho..
Ha..haha..hahaha..eu..

— Deixe para lá. — sussurrei de olhos arregalados, virando as costas.

Meu corpo tremia, oque estava acontecendo. Eu não posso aceitar isso.

— Vegas!

Sua mão me tocou, em minha mão..mas porque está doendo..porque estou sentindo facadas na minha mão...

Não me toque!

Nessa hora eu ceguei, no momento que ouvi um tapa. O rosto chocado de Pete. Olhei sua mão vermelha do tapa e eu senti minha respiração desregulada.

— Vegas.. — Ele suspirou meu nome e eu me virei novamente, cobri meus ouvidos e então escutei palmas, diversas.

— Ok ok pessoal, podem se retirar. — Tay sorri e todos os soldados rapidamente se retiram, eu o encaro com meus olhos arregalados. — Que pena..o casal brigou? — ele se aproximou deslizando o indicador por meu pescoço.

— Não me toque, Tay. — Eu sussurrei evitando contacto visual.

— Vegas! — Pete gritou e logo parou quando viu Tay, seu corpo ficou estático e trêmulo.

— Mhm.. — Tay analisou Pete e logo sorriu. — Você ainda não contou?... — Ele logo cobriu a sua boca me encarando.

— Oque ele não me contou? — Pete questionou cerrando seus punhos e logo uma risada alta ecoa pelo jardim, Tay se contorcendo em meio a risadas.

— Não acredito Vegas, que você realmente poderia ter medo de alguma coisa.. — Ele suspirou. — Assuma suas responsabilidades por não pensar antes de fazer as coisas..

Ele estava rindo de mim..
Ele estava rindo..mas porque?..
Qual é a graça disso? Desde quando isso tem graça!
Eu quero matar ele..
Sim..ah..eu quero matar ele..
Eu quero matar Tay..
Não...
Eu preciso matar Tay..ha..haha..isso..

•-•..(passado)

— Bom..a gente realmente não pode fazer muita coisa..me desculpa vossa alteza. — O médico sussurrou enquanto eu encarava o corpo pálido e gelado de Pete meus olhos arregalados, meus punhos cerrados.

— Vocês tentaram tudo?.. — eu questionei.

— Mhm?

— Vocês, tentaram, tudo?! — meu tom foi mais alto dessa vez, agarrei a gola da camisa do médico que arregalou os olhos.

— Vossa alteza! Nós realmente fizemos de tudo! Mas Pete não resistiu! — Meu rosto escureceu e olhei para a porta.

— Porsche.

— Sim? — Porsche entrou no quarto e logo encarou Pete entendendo. — Não..

— Leve esse médico imbecil. — Eu sussurrei me aproximando de Pete.

— Oque? Mas vossa alteza.

— Você tentou fazer o seu trabalho né? — eu sorri.

— Claro vossa alteza! Eu fiz meu ma..

— Não fez não..você não fez seu trabalho..não fez nada..logo.. — eu sorri novamente. — espero que faça bem o trabalho de baixo da terra. Leve ele Porsche.

— Sim senhor. — Porsche sussurrou, sua alma obscura ao ver o seu melhor amigo morto, levando o médico aos prantos para fora.

— Pete. — Eu sussurrei segurando a sua mão. — Você quer mesmo descansar?..porque..eu finalmente te tirei daquele lugar.. — Eu sussurrei acariciando sua bochecha fria. — Oh.. — Senti algo molhado escorrer por minhas bochechas. — lágrimas.. — eu ri. — Que idiotice. — Eu suspirei encarando o rosto de Pete rindo baixo. — Que..idiotice. — meu corpo pesou, senti o chão duro de encontro com meus joelhos, ao mesmo tempo que um grito doloroso escapa da minha garganta.

Ele não..vai morrer.
Eu sou hipocrita..me odeie Pete.
Me odeie o quanto quiser..

Meus caninos rapidamente começaram a aumentar.

Me odeie, mas não permitirei você partir desse mundo antes de mim.
Eu quero você.
Eu quero ver você todos os dias..

— Ah.. — Eu cobri minha boca. — Eu nem..

Nem falei que eu te amo.

Sim..você não pode morrer Pete.. — Aproximei meu pulso de minha boca. — Sim..é isso.. — Eu ri mordendo meu pulso com força, saboreando o meu sangue por meros segundos antes de eu encarar Pete. — Me perdoe, mas você não pode morrer. — sussurrei beijando sua testa antes de posicionar meu pulso em seus lábios. — Beba Pete. Viva. Seja meu.

Só meu.

-<>-

Vishh..

A mordida real - VegasPete.Onde histórias criam vida. Descubra agora