DIAS DEPOIS
O namoro de Rebeca e Eduardo ia muito bem até o dia em que o rapaz parou de frequentar a escola e de atender suas ligações, parecia de fato que tanto ele como sua família haviam evaporado. Quando chegou o fim da semana, sem aguentar mais de angústia e preocupação, Rebeca foi tentar ter alguma notícia através da secretaria da escola, pois não achava ser possível que ele não desse satisfações nem para pegar uma transferência.
− Oi. Eu queria saber se vocês têm alguma notícia do aluno Eduardo Juárez do primeiro ano, é que ele não está frequentando as aulas e nem entra em contato para dar notícias, estou preocupada. – Rebeca falou sem graça para a secretária que mexia em uns papéis no balcão.
A secretária parou o que estava fazendo para encarar Rebeca. De fato, apenas os pais de Eduardo haviam acabado de pegar uma transferência na escola, pois ele se mudaria de país. O que ela estranhava era ele não ter dado notícias para a namorada, já que eles viviam juntos de um lado para o outro.
− Então você não soube?
− Soube de quê? – Rebeca perguntou com o coração apertado e os olhos marejados.
− O Eduardo vai embora do país. Os pais dele acabaram de pegar a transferência.
Rebeca arregalou os olhos, sentindo como se dez facadas atravessassem seu coração. Eduardo iria embora sem se despedir depois de prometer o mundo a ela. Foi quando ela se tocou de que a secretária falou que ele ainda estava na cidade e por isso ela correu sem agradecer pela informação, diretamente para a casa do amado, onde o encontrou guardando algumas caixas no porta malas do carro.
− Eduardo! – Rebeca gritou, se aproximando a passos rápidos.
Eduardo paralisou e estremeceu ao ouvir a voz de Rebeca. A verdade era que ele também não queria ir embora, mas seu pai tinha arrumado um bom emprego na Alemanha e por isso teria que levar toda a família. Ele também sabia que estava sendo um covarde em partir sem se despedir, mas jamais conseguiria olhar na cara da mulher que ele amava para desfazer as promessas de amor que a fez.
− Rebeca? – Eduardo guardou a caixa no carro antes que a derrubasse e se virou lentamente.
− Então você vai embora mesmo? – Rebeca perguntou com a voz embargada.
− Me desculpa. – Eduardo abraçou Rebeca.
Rebeca retribuiu o abraço, fechando os olhos e acariciando o cabelo de Eduardo enquanto lutava contra o choro. Mesmo sabendo que possivelmente era verdade, ela ainda teve esperanças de ser só um terrível pesadelo, mas pelo jeito do namorado, com certeza tudo não passava de uma dura realidade.
− O que está acontecendo? – Rebeca soltou Eduardo, encarando as caixas no carro por trás dele.
− O meu pai passou em uma entrevista de emprego na Alemanha e é uma oportunidade ótima, não podemos deixar de ir.
− E você ia sem se despedir de mim?
− Eu sou um idiota, eu sei. – Eduardo encarou os próprios pés. – Mas eu não aguentaria olhar para você e terminar tudo porque estou indo embora quando estamos na melhor fase das nossas vidas.
− Não, você não é nada disso. – Rebeca levantou o rosto de Eduardo. – Também não está sendo fácil para mim, mas eu precisava te ver pela última vez. – ela falou com a mão no queixo dele.
− Não! Não é a última vez. Algum dia, em algum lugar, a gente ainda vai ser um do outro.
Eduardo puxou Rebeca pela cintura e a beijou de forma intensa e apaixonada, com inevitáveis lágrimas salgando os lábios de ambos. O pior de um término de relacionamento era quando ainda existia tanto amor que apenas as tristes circunstâncias da vida separava.
− Vamos, filho?! Já guardamos a última caixa. Oi, Rebeca! – a mãe de Eduardo gritou de longe.
Rebeca apenas acenou e forçou um sorriso, pois tinha certeza de que se abrisse a boca, nunca mais pararia de chorar. Eles tinham um namoro sério, onde as famílias se conheciam e se gostavam. Como tudo poderia acabar daquele jeito?
− Eu tenho que ir, amor, mas eu juro que vou voltar. – Eduardo acariciou o rosto de Rebeca.
− Vai com Deus, meu amor, eu prometo que estarei esperando. – Rebeca falou, retribuindo a carícia.
Eduardo deu um selinho demorado em Rebeca e a soltou lentamente, se afastando sem parar de olhá-la. Ela também não queria vê-lo partir, mas suas pernas não a obedeciam para ir embora e só conseguiu andar quando viu o carro buzinar e desaparecer pela rua. A moça finalmente liberou todo o seu choro, ela nunca havia se apaixonado e justamente quando acontecia, as coisas davam errado. Rebeca não demorou a chegar à sua humilde casa e entrou, se assustando ao encontrar o pai desmaiado no chão da cozinha.
− Pai! – Rebeca se jogou ao lado do pai e checou sua pulsação que estava bem fraca. – Mãe, o papai! Rápido! – ela gritou.
A mãe de Rebeca apareceu assustada e se desesperou ao ver a cena, logo chamando uma ambulância enquanto a moça observava os paramédicos fazerem os primeiros socorros, com as mãos nos lábios. Era impressionante como tudo acontecia de uma vez para desestabilizá-la.
~ * ~
A coitada da Rebeca começou a sofrer cedo 🤡😭♥️

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Amor De Quinta
RomanceRebeca Sanchez era uma linda moça de 15 anos prestes a conhecer o amor com o seu colega de classe Eduardo Juárez, até que a família do rapaz decide ir embora do país, separando assim o casal. Anos depois, grandes mudanças acontecem na vida da moça q...