DIAS DEPOIS
As coisas continuavam na mesma, Bárbara e Gonçalo ainda namoravam e evitavam Eduardo e Fernanda, por isso a mulher decidiu frequentar o mínimo possível a casa do namorado e ele respeitou isso, a encontrando mais em jantares, hotéis e no próprio apartamento dela. Naquele dia, ela trabalhava com muito sono, pois não estava dormindo bem com um problema de infiltração em sua casa que bem cedo começava a pingar e para resolver, a mulher precisava receber o encanador antes de sair para trabalhar, o que lhe roubava algumas horas a mais de sono. Assim que chegou, Gonçalo logo percebeu que havia algo de errado com a namorada por mais que a maquiagem disfarçasse suas olheiras.
− Bom dia, querida. Está tudo bem? – Gonçalo abaixou o olhar para tentar enxergar o de Bárbara que estava juntando alguns contratos e grampeando.
− Bom dia, amor. – Bárbara se levantou, bocejando, e deu um selinho em Gonçalo. – Hã, está sim, só estou um pouco cansada.
− E o que você fez ontem a noite que não dormiu? – Gonçalo riu.
− Bobo. – Bárbara deu um tapinha no ombro de Gonçalo, também rindo. – Eu dormi, só que está tendo um problema de infiltração lá no apartamento e o conserto é muito cedo, acaba me acordando. – ela suspirou.
− E por que você não sai de lá enquanto a reforma não acaba? – Gonçalo se afastou de Bárbara o suficiente para encará-la, erguendo a sobrancelha.
− É, eu estou pensando em ir para um hotel hoje mesmo. – Bárbara falou, olhando as unhas e voltando para trás da mesa.
− Mas não precisa de hotel nenhum, fica lá em casa. – Gonçalo falou simples.
Bárbara arregalou os olhos. Por acaso Gonçalo já estava tão seguro do relacionamento deles para querer que ela morasse embaixo do mesmo teto que Eduardo sem medo do que poderia acontecer?! E também havia se esquecido de que Fernanda a odiava e não daria em boa coisa uma convivência entre elas? Mas o que o homem queria era justamente o contrário, Bárbara o tratava muito bem e agia como se gostasse dele de verdade, por isso ele queria testar se o que ela sentia por ele era mais forte do que o que sentia por Eduardo, seria algo arriscado, mas também serviria para Fernanda aceitar de uma vez a separação caso eles ainda se gostassem, pelo menos era o que ele achava.
− Enlouqueceu, Gonçalo?! Você não mora sozinho.
− E daí? A casa continua sendo minha e eu tenho o direito de receber quem eu quiser. – Gonçalo deu de ombros.
− Eu sei, mas você não pensa no inferno que seria morar na mesma casa que a sua filha sendo que ela não me suporta?
− Bobagem, amor, existe um ditado que diz que os incomodados que se retirem. A Fernanda tem que se acostumar que você será a minha mulher e vai morar comigo sim, se não gostar, que procure o rumo dela, não fez isso antes para não me deixar sozinho, mas agora eu vou ter a sua companhia. – Gonçalo sorriu.
− Você se casaria mesmo comigo? – Bárbara encarou Gonçalo, um pouco mais calma.
− Claro, meu amor, eu te amo de verdade. – Gonçalo falou ainda sorrindo. – Por quê? Você não quer? – ele ficou sério.
A única vez que Bárbara pensou em se casar foi com Eduardo na adolescência e há pouco tempo atrás, afinal nenhum homem gostaria de assumir compromisso com uma mulher feito ela, as melhores propostas que já recebeu na vida foi para ser amante fixa dos clientes que a visitavam mais de uma vez, as quais ela nunca aceitou por não querer virar escrava de ninguém, ela costumava se vender para muitos, mas continuava sendo dona da própria vida. Só que Gonçalo era diferente, ele nunca se importou com o seu antigo trabalho e nem mesmo com o fato dela ter tido um caso com o genro dele e se não podia ser feliz com o seu amor, que fosse com quem a amava e respeitava.

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Amor De Quinta
RomanceRebeca Sanchez era uma linda moça de 15 anos prestes a conhecer o amor com o seu colega de classe Eduardo Juárez, até que a família do rapaz decide ir embora do país, separando assim o casal. Anos depois, grandes mudanças acontecem na vida da moça q...