Capítulo 28

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− Quem é essa moça, Eduardo? Você pode me explicar? – Bárbara encarou Eduardo, confusa.

− Eu já vou dizer.Venha. – Eduardo puxou Bárbara pela cintura para ela terminar de entrar no apartamento e fechou a porta. – O que eu te prometi há poucos dias atrás? Aqui está a Aurora, sua filha. – ele sorriu, ficando entre ela e Aurora.

Os olhos de Bárbara marejaram quando ela olhou para Aurora que a encarava da mesma forma desde o momento em que ela cruzou por aquela porta. A última coisa que Eduardo lhe prometeu foi encontrar a sua filha e julgando pelas características físicas daquela moça só podia ser ela. Era real, estava acontecendo o que ela nunca sonhou em realizar, ela conheceu a filha e tudo graças ao amor da sua vida que não tinha mais obrigação nenhuma em lhe ajudar.

− Minha... Filha? – Bárbara sussurrou trêmula e com os olhos transbordando de lágrimas.

− Sou eu, mamãe, ele me achou. – Aurora falou com a voz embargada e estendeu os braços para Bárbara.

Bárbara soluçou e correu até Aurora, a puxando para um abraço desajeitado pela moça estar segurando Júlia. As duas choraram por vários minutos enquanto Eduardo apenas observava, emocionado. Elas sonharam muito uma com a outra, mas o que tinham em comum era achar que esse encontro era impossível de acontecer.

− Minha filhinha, onde você esteve esse tempo todo, meu amor? – Bárbara soltou Aurora o suficiente para acariciar seu rosto, fungando.

− Eu cresci no orfanato, mãe, sempre quis encontrar você, mas não tinha nenhuma noção de onde procurar e também vivia presa lá dentro, só pude sair depois que me casei. – Aurora enxugou as lágrimas.

− É mesmo? E essa bebêzinha é sua? – Bárbara perguntou, segurando a mãozinha de Júlia com delicadeza.

− Sim, essa é a Júlia, sua neta. – Aurora sorriu.

Bárbara sorriu e chorou mais. Além de ter encontrado Aurora, ela também descobriu que tinha uma neta e finalmente poderia dizer que não era mais sozinha no mundo.

− Oh meu Deus, que bênção, eu tenho uma filha e uma neta! – Bárbara deu outro abraço forte em Aurora. – Como você a encontrou, Eduardo? – ela encarou Eduardo, continuando abraçada a filha de lado.

− Eu juntei a história que você me contou e confrontei a Fafá, consegui que ela me passasse o endereço do orfanato onde o tal médico deixou a Aurora e a madre me disse onde ela estava morando. Só demorei a encontrá-la porque ela não estava na cidade.

Bárbara não sabia se estava mais surpresa pela história em si ou por Eduardo ter conseguido saber tão rápido o que ela tanto tentou nos anos de convivência com Fafá, só podia ter dinheiro no meio, mas não importava, pelo menos Aurora estava com ela.

− É, eu precisei me ausentar porque fui enterrar o meu marido na cidade natal dele, já que os pais dele são velhinhos e não conseguiriam vir. – Aurora abaixou a cabeça.

− Oh, meu bem, sinto muito que tenha passado por isso tão cedo. – Bárbara falou com pena e encostou a cabeça à de Aurora. – Mas agora você e a Júlia nunca mais estarão sozinhas porque vocês têm a mim. – ela sorriu, acariciando carinhosamente o queixo da filha que retribuiu com um sorriso leve, assentindo.

− Vocês têm muito o que conversar. Se me permitem, eu posso dar uma volta com a Júlia, você confia, Aurora? – Eduardo sugeriu, encarando Aurora.

− Depois de tudo que você fez pela gente, é impossível não confiar. – Aurora sorriu e ia entregar Júlia para Eduardo, mas Bárbara a parou.

− Espera. Deixa que eu entrego, assim pego ela um pouco. – Bárbara sorriu, estendendo os braços.

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